Nas redes sociais, assim como nos locais públicos ou
particulares - nos quais ainda se conversa - é fácil ouvir-se que os pais
sufocam o normal crescimento dos filhos e os professores são cada vez mais
suplantados pelas novas tecnologias. Ora, na base desta realidade empírica
estão conceitos que parecem autónomos, mas que, na verdade, se complementam.
Educação, ensino e formação. É esta a realidade que é preciso tentarmos
perceber.
Etimologicamente, o termo “educação” é a tradução do latim
“educatio”, forma substantivada do verbo “educare”, que quer dizer criar
plantas e animais. Tal como se procede em relação às plantas e animais, a
educação tem como fim fomentar e acompanhar o crescimento das crianças,
tonando-as naquilo que as sociedades esperam que se tornem; agindo moralmente
de modo responsável e tendo comportamentos eticamente desejáveis.
Porém, o termo “educação” não se reduz ao seu significado
etimológico. A sinonímia oferece-nos outro caminho que podemos explorar. Educar
significa, também, ensinar e formar. Ensino e ensinar são termos que focalizam
a atividade do professor. Este é um agente criador de condições de aprendizagem
que segue uma componente intencional, institucionalizada e desenvolvida segundo
parâmetros convencionais (técnicas, métodos, recursos, medidas, etc.),
ajustadas às características dos alunos para que possam desenvolver todas as
suas competências.
A tarefa do professor/formador é essencialmente pedagógica.
Estes termos tem a sua origem na Grécia antiga. O pedagogo era o escravo que
educava, que treinava a criança. Estamos longe desse tempo e, hoje, a pedagogia
assume uma importância imprescindível no processo ensino/aprendizagem.
Fundamentalmente, o objeto da pedagogia é a educação. Esta
acaba por ser ação sobre os indivíduos de modo a torná-los seres humanos; para
que possam desempenhar, com acerto, os papéis e estatutos que a sociedade
reserva aos seus membros.
Mas, “educação” também se pode traduzir por “formação”,
embora este último termo assuma um sentido mais preciso: aquisição de
conhecimentos para que alguém possa desempenhar determinada atividade ou
função. A formação não obedece à mesma lógica que o ensino. Com efeito,
ensina-se o aluno a ler e a escrever sem ser necessário especificar,
concretamente, o “para quê”. Ora, o mesmo já não acontece quando se ministra
informática ou aluno, cuja aprendizagem tem por fim o exercício de determinada
atividade.
No entanto, ensinar e formar não são atividades estanques,
antes se apresentam como as duas faces do mesmo processo: o educativo. É pela
educação que trazemos o homem à humanidade, mas é através da aprendizagem que a
humanidade se forma no homem. Formar para o trabalho é a palavra de ordem com
força crescente. Formar para a qualidade é ganhar o futuro, isto é, formar é a
condição sine qua non para um povo ser competitivo, mas educar para a
solidariedade, para a moralidade é o que faz dum bom técnico um melhor homem.
Visto que somos o que pensamos, queremos e agimos, educar será tornar o homem
livre no seu querer porque, tal como referiu Hegel “ … a verdadeira liberdade é
a moralidade”.