O Dia da Consciência Negra é celebrado desde a década de 60 do século passado, contudo só se tornou referência nos últimos anos – uma lei de janeiro de 2003, por exemplo, incluiu o 20 de novembro no calendário escolar. Nesse período, o Movimento Negro, com fibra, coragem e determinação, ampliou o debate sobre a participação dos afro-brasilerios na participação da sociedade.
Foi desse debate que surgiram as cotas para universitários; foi esse debate que tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas. Com isso, professores passaram a inserir em seus programas aulas sobre a História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.
Em suma, foram estabelecidos os mecanismos para uma reflexão da participação do negro da sociedade bem além dos libelos da escravidão – tanto que o Movimento rejeita qualquer tipo de comemoração que envolva o dia 13 de maio, data em que a princesa Isabel assinou a Lei Áurea e decretou o fim da escravidão. A afirmação da negritude não é dádiva e sim, conquista.
Foi desse debate que surgiram as cotas para universitários; foi esse debate que tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas. Com isso, professores passaram a inserir em seus programas aulas sobre a História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.
Em suma, foram estabelecidos os mecanismos para uma reflexão da participação do negro da sociedade bem além dos libelos da escravidão – tanto que o Movimento rejeita qualquer tipo de comemoração que envolva o dia 13 de maio, data em que a princesa Isabel assinou a Lei Áurea e decretou o fim da escravidão. A afirmação da negritude não é dádiva e sim, conquista.
A luta, contudo, é diária: os negros trabalham mais e ganham menos no Brasil do século XXI. Mas avançam em conquistas tendo como inspiração Zumbi dos Palmares, líder dos quilombolas e herói de resistência à escravidão. Zumbi dos Palmares nasceu em Alagoas no ano de 1655. Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, chegando a ajudar o padre na celebração da missa. Porém, aos 15 anos de idade, voltou para viver na Serra da Barriga, em União dos Palmares, no Quilombo, onde se tornou líder, instalando uma espécie de república.
Durante anos lutou contra os portugueses, mas acabou traído e entregue às tropas que o perseguiam. Aos 40 anos, foi morto, precisamente no dia 20 de novembro de 1675. Sua cabeça foi exposta na frente da Igreja do Carmo, em Recife.
O homem atingiu a dimensão de lenda e instigou o surgimento do movimento negro do Brasil, que remonta aos anos 50 – oficialmente, em 1950, foi realizado o primeiro Congresso Negro Brasileiro. De lá para cá, o movimento cresceu, assim como cresceu a participação do negro. Hoje, temos um filme em cartaz nos cinema, com um herói negro, o capoeirista Besouro e uma novela exibida por uma grande rede de televisão, com uma protagonista negra, uma mulher bem sucedida, não uma serviçal ou uma escrava – ativistas reclamam, contudo, que falta um discurso mais forte em termos raciais por parte da personagem, mas a novela só está começando. Há alguns anos, tais manifestações artísticas seriam impensáveis.
Na outra ponta, porém, os negros ainda ocupam favelas e são vistos com desconfiança pela polícia – cidadãos negros são constantemente revistados. Não há um preconceito explícito, mas ele é latente e é exatamente por isso que o Movimento Negro continua lutando e garantindo que os direitos de todos sejam respeitados. O dia 20 de novembro permanece ainda como uma data de consciência e reflexão. A frase “a luta continua” não é jargão e sim constatação.
Site O Jornal
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