Quem
se desloca até a Igreja de Santa Maria Madalena para resolver algum assunto na
área administrativa da Paróquia, encontrará uma turma dedicada e com sorrisos
de ponta a ponta para servir a comunidade de União dos Palmares. Ontem, dia 03,
ao devolver meu dízimo aproveitei para conversar com minha amiga Genilda de
Medeiros Cavalcante.
De
família católica praticante, Genilda Medeiros, sempre teve contatos com outros
religiosos da Igreja como as irmãs Missionárias de Jesus Sacrificado, que
faziam trabalhos de comunidade de base. Vendo a dedicação e a maneira como as Irmãs
trabalhavam com a população, sentiu despertar nela a vontade de seguir os
mesmos passos, nessa época tinha 17 anos e já prestava alguns serviços para paróquia
como: catequista e encontros vocacionais.
Mesmo
convivendo com as irmãs Missionárias de Jesus Sacrificado, Genilda não recebeu
convite para participar da Congregação delas e a vontade de seguir a vida
religiosa era cada vez maior, foi quando conheceu as Irmãs Franciscanas de
Nossa Senhora do Amparo em Maceió. Em casa conversando com os pais ela informou
sua vontade de seguir à vida religiosa. A princípio seu pai não gostou já que a
filha era muito presente na família e caseira. Por ser a filha mais velha, seu
João Medeiros era muito apegado a Genilda, dias depois sua mãe conversou com o
marido e ele acabou aceitando sua decisão.
Genilda
disse que pensou muito em sua ida para uma Congregação no Rio de Janeiro, uma
decisão difícil já que era em União que estava sua família, seus amigos e seu
trabalho como professora. Mas o amor maior pela vida religiosa e a Jesus Cristo
fez com que ela viajasse Medeiros disse que fazia muitas orações para que Deus
a iluminasse sobre essa decisão e assim "a viagem ao Rio de Janeiro foi minha
primeira viagem na vida e sem minha família". Acrescenta.
Na
congregação Franciscana de Nossa senhora do Amparo, ela passou 10 anos entre as
cidades de Petrópolis, Barra Mansa e Jacarepaguá. Genilda Medeiros disse que os
10 anos que esteve ao lado das demais Irmãs foram fundamentais em sua vida,
"foi meu grande retiro espiritual, se fosse para tomar essa decisão faria
tudo novamente". A Congregação no Rio de Janeiro era uma escola doméstica,
onde as Irmãs cuidavam de meninas carentes. Porém diz que nem tudo são flores, pois
conviveu com mais de 20 mulheres de culturas diferentes e em certas ocasiões era
muito difícil. Segundo Genilda, muitas
freiras se comportavam como se Jesus não tivesse ressuscitado, viviam mal humoradas
e ela não entendia porque era preciso tanto "endurecimento" para
servir a Deus. (com lágrimas nos olhos nesse momento)
Fora
alguns pequenos conflitos de convivência, ela sofria por não está ao lado da
mãe e dos irmãos já que seu João estava muito doente. Em 1990 com a morte do
pai e saudades da família Genilda não renovou seus votos temporários, resolveu
falar com a superiora e voltou para casa. A decisão de vim embora para Alagoas foi
mais difícil ainda, ela disse que nessa época só rezava e chorava. O apoio dos
familiares e amigos foi fundamental para seu regresso à casa paterna.
As 45 anos trabalhando
como secretária paroquial, ela continua em sua missão espiritual aonde vai às
missas na Paróquia de Santa Maria Madalena e continua fazendo suas orações a
Deus em um cantinho na sua residência.
Genilda e Eduardo Ferreira companheiro de trabalho. Nesta foto com as amigas Gorete e Mévylla
Bom texto, muito bem escrito, parabéns pelo texto Marcelo; a sua simplicidade e delicadeza nas paavras e riqueza de detalhes. E a Genilda, linda história,vemos que a vida são flores e espinhos, mas isso é como encaramos a vida.
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