DILMA
ROUSSEFF. Marta Suplicy A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
confere o art. 84, caput, inciso XXV, da Constituição, e tendo em vista o
disposto no art. 4º da Lei no 7.668, de 22 de agosto de 1988, resolve NOMEAR
JOSÉ HILTON SANTOS ALMEIDA, para exercer o cargo de Presidente da Fundação
Cultural Palmares - FCP. Brasília, 25 de fevereiro de 2013; 192o da
Independência e125o da República.
A
ministra Marta Suplicy ainda não se pronunciou oficialmente, mas já é dada como
certa a troca de direção na Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da
Cultura responsável pelas políticas voltadas para a cultura negra. O novo
presidente do órgão será o ator, diretor e gestor cultural, Hilton Cobra,
conhecido como Cobrinha. Baiano radicado no Rio de Janeiro, criador da
Companhia dos Comuns e coordenador do Fórum Nacional de Performance Negra,
Cobrinha já tem experiência na gestão de órgão institucional de cultural, já
que, entre 1993 e 2000, esteve à frente do Centro Cultural José Bonifácio, da
Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, cidade de forte expressão da cultura
negra.
Ainda
aguardando a oficialização do seu nome, Hilton Cobra falou para o Correio Nagô
dos seus projetos para a Fundação Cultural Palmares, caso se confirme a
nomeação. “A Palmares é de extrema importância para a comunidade negra. Assim
como a Seppir [Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial] é o
órgão responsável por assessorar o governo federal, cabe a Palmares, o
assessoramento do Ministério da Cultura para as demandas da população negra”.
Cobrinha falou da necessidade de articulação entre a Fundação Palmares e demais
órgãos do MinC, como a Funarte, a Secretaria de Cidadania e Diversidade
Cultural e a Secretaria de Políticas Culturais. “A Palmares não pode ser
produtor de eventos, e deve sim assessorar as políticas do Ministério, que é a
sua obrigação institucional”. E prometeu parceria com a Seppir: “Se sou um
homem preto hoje é graças a Luiza Bairros”, destacando a importância da atual
ministra na formação da sua consciência racial e política.
Centro
de Referência - Um
dos principais desafios apontados por Cobrinha é a efetivação do Centro de
Informação e Referência da Cultura Negra, vinculado a Palmares. “Precisamos
aproveitar bons projetos das gestões anteriores, como o Centro de Referência
pensado na gestão de Dulce Maria de Pereira [durante o governo FHC]. Não há no
Brasil um local para preservar o rico acervo acumulado sobre a cultura negra,
por personalidades como Abdias do Nascimento, Antonio Olinto e Zózimo Bulbul,
que virou bakulo recentemente”, lembra o artista, em referência ao
cineasta falecido em 24 de janeiro deste ano.
A
política para as comunidades remanescentes de quilombo é um ponto crítico, na
visão do gestor, mas também os editais, a relação com as empresas públicas e as
demandas levantadas pelas edições do Fórum Nacional de Performance Negra.
“Penso que os editais lançados pela ministra Marta Suplicy, em novembro de
2012, são um embrião do que deve ser a missão do Departamento de Fomento e
Promoção da Cultura”, afirma, citando uma das unidades que integram o
organograma da Fundação Cultural Palmares.
Equipe
- Sobre a mudança no
perfil da presidência da Fundação Cultural Palmares, agora com um artista à frente,
Cobra ressaltou: “Como uma pessoa de teatro, sei da importância do trabalho
coletivo, do trabalho em equipe e do profissionalismo. Por isso sei que é
preciso elevar a auto-estima dos profissionais da Fundação Palmares. Há muitos
competentes funcionários, que dão sangue por aquele projeto e precisam ser
valorizados, se sentirem parte das ações”.
Para
finalizar, demonstrou otimismo na gestão de Marta Suplicy à frente do
Ministério da Cultura: “Estou sentindo da ministra um sincero envolvimento e
comprometimento com as demandas da cultura negra. Teremos todos muito trabalho
pela frente”.
Perfil
- José Hilton Santos
Almeida, Hilton Cobra, ou simplesmente Cobrinha, nasceu em 25 de maio de 1956,
em Feira de Santana, no dia dedicado ao continente africano. Criou em 2001, no
Rio de Janeiro, a Cia dos Comuns, inspirado na atuação do Bando de Teatro
Olodum, em Salvador. Com a companhia montou, entre outras peças: "A Roda
do Mundo", de 2001, "Candances – A Reconstrução do Fogo", de
2003, "Bakulo" – os bem lembrados, de 2005, e “Silêncio”, de 2007. Em
2008, encarnou o personagem de Lima Barreto, Policarpo Quaresma, na montagem
homônima dirigida por Luiz Marfuz, na Sala do Coro do Teatro Castro
Alves.
Fonte: Blog Teatro Vila Velha
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