A
notícia da passagem de dona Nita para a eternidade se espalhou
rapidamente. Hoje é dia de chorar a sua ausência. Mas é também o momento para
enaltecer essa figura íntegra e perseverante que foi minha mãe.
Uma
guerreira, que na ausência do “chefe” da família assumiu o bastão e de “graveto
em graveto” nas terras do Muquém conseguiu criar todos os filhos menores,
deu-lhes educação para se tornarem hoje o que são. Cada um a seu modo e do seu
jeito, naturalmente.
Viveu
tempos difíceis, de agruras, sofreu em época que não existia a Lei Maria da
Penha e não foi só do companheiro, mas até mesmo de filhos que hoje choram sua
ausência. Mas é preciso dizer, além de lamentar a sua perda, que alguns estão
sofrendo realmente pela sua ausência desde já, outros haverão de lamentar pela
falta do “seguro social” e mais adiante alguns haverão de se alegrar pelo que
restou de “patrimônio”.
Da
minha parte, dada à ausência de mais de quarenta anos, não me senti em
condições de vê-la partir, prefiro mantê-la na memória com a saudade de nossa
viagem a Juazeiro do Norte em visita a Padim Padre Cícero, de quem era
fervorosa devota.
Até
um dia, minha mãe.
João
Melo
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