Neste
domingo, 19, como acontece há 179 anos, os católicos palmarinos vão reverenciar
sua padroeira, Santa Maria Madalena, com a tradicional procissão do mastro,
dando início ao evento turístico religioso mais importante da região da mata
alagoana.
Ciclistas,
cavaleiros, motoqueiros, carroças, carros e uma grande procissão a pé, levando
bandeirinhas com a imagem de Madalena seguem numa demonstração de fé e devoção
e vão percorrer várias ruas da cidade, até chegar ao seu destino final: a Praça
Basiliano Sarmento, onde o mastro será erguido para que seja colocada, no dia
23 de janeiro, a bandeira da santa; é no local onde se concentram as
festas principais do município.
O
cortejo será acelerado e as pessoas acompanham quase correndo, por conta do peso
do mastro, que será carregado nas costas de dezenas de devotos e nos últimos
anos também por mulheres, em cumprimento de promessas alcançadas.
As
comemorações festivas à padroeira da cidade têm início depois da procissão da
bandeira, no dia 23 de janeiro e ocorrem em nove dias de festas e novenas, que
se estendem por nove noites de festas, até o dia 2 de fevereiro, quando
acontece a procissão das charolas dos santos e leva milhares de pessoas às ruas
de União dos Palmares.
Para
quem é da cidade é tudo muito emocionante: as quatro procissões e a festa em
si. Nessa época, o município, onde surgiu o primeiro grito de liberdade do
Brasil, recebe visitas de turistas de várias estados e de outros países, além
dos palmarinos que moram em outras cidades de Alagoas e vão rever os amigos.
Todo
ano o mastro é doado por um fazendeiro da região. A tora de madeira tem 21
metros de comprimento e este ano a doação foi feita por Marcelo Galvão e
retirada do sítio Gordo. A hora do erguimento do mastro é sempre um momento de
emoção e contrição e leva muitos católicos às lágrimas.
Conta
a lenda local que se houver algum problema na hora do erguimento, significa que
o ano será de dificuldade. Ano passado aconteceu de a madeira ser muito pesada
e o mastro ameaçou cair. Muita gente chorou na hora.
Quando
chega à Praça Basiliano Sarmento, antes de ser colocado no buraco cavado
previamente para o acontecimento, várias pessoas fazem pedidos, orações,
se abraçam e se confraternizam.
É
costume também que antes da procissão, logo cedinho, os católicos vão até a Rua
Juvenal Mendonça, antiga Rua do Castelo Branco, local da concentração do evento
e onde a madeira está colocada, para colocar fitas, escreverem pedidos e
fazerem também orações pedindo graças.
Todos
acreditam que os pedidos são atendidos, pelos poderes da santa que esteve ao
lado de Jesus em vários momentos de sua vida e que foi por muito tempo excluída
dos escritos católicos.
Segundo
os estudiosos da vida de Santa Maria Madalena, ela foi ‘a grande apóstola dos
apóstolos, uma mulher poderosa, cuja história foi deturpada por muitos anos
pelos poderosos e pela igreja, que não admitia mulheres em seu comando.
“Madalena
foi a principal testemunha da Ressurreição e uma líder feminina que entendeu a
missão de Jesus melhor do que os discípulos homens, segundo a religiosa Chris
Schenk , da congregação das Irmãs de São José e diretora-executiva da
FutureChurch.
Chris
Schenk observa que, curiosamente, a Igreja Oriental nunca a identificou como
uma prostituta, mas honrou-a ao longo da história como ‘a Apóstola dos
Apóstolos, diz a religiosa. E viva Maria Madalena!
Blog
da jornalista Olívia de Cássia
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