O deputado federal João Lyra (PSD-AL) deverá gastar R$ 3 milhões
na campanha em Alagoas para reeleição que poderá levá-lo ao terceiro
mandato na Câmara Federal. Lyra, que é o deputado mais rico do Brasil, declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que seus bens somam R$ 246 milhões.
O empresário tem uma dívida estimada em R$ 2 bilhões com credores do Grupo João Lyra,
conglomerado que reúne dez empresas dos ramos da agroindústria
sucroalcooleira, fertilizantes e adubos, e com empregados dessas
empresas e das usinas de cana de açúcar.
Em fevereiro deste ano, o TJAL (Tribunal de Justiça de Alagoas) decretou falência do grupo e as empresas estão sendo administradas por credores.
Em maio deste ano, a Justiça proibiu o deputado de entrar
na Usina Laginha, localizada em União dos Palmares (a 78km de Maceió),
depois que administradores e gestores da massa falida informaram à
Justiça que Lyra estaria no local ameaçando e intimidando os funcionários.
Segundo dados do TSE, a Usina Laginha é o bem mais valioso de Lyra, no valor de R$ 196 milhões e está em processo de falência.
Em 2008, o MPF (Ministério Público Federal) flagrou 53 trabalhadores da Usina Laginha em situação análoga à escravidão, com condições de trabalho degradantes e se submetendo a jornadas exaustivas.
Bens
Na declaração do TSE, João Lyra informou que incorporou R$ 16 milhões
ao capital da Usina Laginha. Entre seus bens estão a empresa LUG Táxi
Aéreo, situada em Maceió, no valor de R$ 14 milhões, e fazendas Imburi
(Pilar–AL), Cotia (Canápolis–MG) e Guaxuma II (Coruripe–AL), que somam
R$ 140 mil, e Santa Thereza e Moita Redonda (Atalaia–AL), no valor de R$
2 milhões. Além da aquisição de 600 hectares de terra da fazenda
Peri-Peri, localizada em Teotônio Vilela (a 104 km de Maceió), no valor
de R$ 6 milhões.
Lyra tem cinco veículos
de luxo, entre eles uma caminhonete Amarok, no valor de R$ 122 mil, uma
Pajero, no valor de R$ 105 mil, e um Tiguan, no valor de R$ 102 mil.
Lyra é pai de Teresa Collor, a viúva de Pedro Collor, irmão do
ex-presidente da República e candidato à reeleição neste ano, o senador
Fernando Collor de Mello (PTB-AL).
Por meio de nota, Lyra afirmou que os gastos da campanha
“são naturais quanto os de qualquer outro candidato”. Ele disse ainda
que o valor de R$ 3 milhões apresentado ao TSE é uma projeção e poderá
até gastar menos. O dinheiro da campanha será gasto na confecção de adesivos, santinhos, locomoção para o interior, hospedagem e alimentação.
O deputado não comentou sobre as dívidas contraídas.
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