Não há limites para o ser humano a não serem aqueles que ele os coloque
para si mesmo. Nem todos os limites são conscientes. Muitos até pensam ou
acham que vão conseguir superar, mas não têm empenho, disciplina, conhecimentos
suficientes, foco, visão, assertividade, constância, comprometimento, eficácia
- e acabam não conseguindo. Depois, argumentam-se para si mesmos dizendo que
fizeram tudo o que podiam e deviam. Melhor seria impossível fazer.
Está claro que algumas profissões exigem mais algumas especificidades
que são essenciais que para outras não seriam.
Segundo Malcolm Gladwell, no seu livro Fora de Série, qualquer pessoa
que pratique por 10.000 horas qualquer atividade, torna-se excepcional nela.
Uma média de 3 horas ao dia por 10 anos. Qualquer pessoa que praticasse
ministrar 6 aulas por dia, em 5 anos seria uma excelente professora. Os Beatles
tinham mais de 10.000 horas tocadas em shows e baladas antes de atingir o
sucesso mundial.
Mas por que encontramos alguns professores com mais de 10 anos de
atividade, às vezes até 30 anos, cujas aulas são medíocres?
Provavelmente uma das principais causas seria: ministrou todas as aulas,
uma igual a outra, sem tirar nem pôr, sem interesse em melhorar, atualizar ou
adequar aos variados públicos. É como se usasse a mesma ficha amarelada pelo
tempo de uso ou uma mente que marcou passo no que decorou quando estudante. Não
deu um passo além. Reduziu sua Performance a Zero.
Pensemos somente no prejuízo que tal professor provocou em 30 anos nos
seus alunos. Se for de matemática então, quem sabe interferiu nas escolhas das
carreiras dos seus alunos a profissões que não usasse matemática...
Qualquer pessoa pode ser um bom professor se, antes mesmo de escolher
esta carreira: (1) já gostasse de lidar com diferentes tipos de pessoas, (2)
tivesse a alegria de ensinar, (3) sentisse prazer em aprender o que não
soubesse e em ensinar o que soubesse para quem quisesse aprender, (4) adorasse
novidades, (5) buscasse sempre conhecer mais sobre algum tema que lhe
interessasse, (6) não se incomodasse em ler nas mais variadas fontes, (7)
participasse com facilidade de atividades com grupos ou individuais, (8)
tivesse paciência para ouvir várias vezes a mesma história de diferentes
pessoas, (9) não se irritasse em ser questionada, (9) fosse adaptável a
diversas situações de convivência humana, (10) estabelecesse bom contato com
pessoas de diferentes origens, credos, culturas, níveis sócio-econômicos,
idades etc.
Mesmo que não tivesse as condições acima relacionadas, nada impede que
elas possam ser aprendidas, treinadas e desenvolvidas. O ser humano tem
capacidades incríveis que somente se mostram quando estimuladas. Nada existe
que após 10.000 horas de prática, não torne o praticante em um expert no tema.
Para o ser humano tudo pode parecer difícil, complicado e impossível de
ser feito se nada souber, mas tudo torna-se fácil, realizável e prazeroso
quando se aprende. O saber é uma questão de busca pessoal, pois o conhecimento é
uma construção individual. Podemos ser bombardeados por informações das mais
variadas fontes, porém somente registramos o que conhecemos. O aprendizado é
transformar as informações recebidas em conhecimentos.
Um bom professor não nasce pronto. É na prática que ele vai se formando,
na paciência que vai se adquirindo, pelas tentativas de buscar melhores
soluções que vai descobrindo os melhores caminhos, pois o relacionamento
professor-aluno não nasce pronto, mas é construído ao longo de sua existência.
Fonte: SEMED DE MATÕES
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar!
Continue nos visitando!