O cenário foi palco da histórica
batalha do povo brasileiro pela liberdade do Brasil, sob o domínio
perverso da colonização portuguesa. A Serra da Barriga, no município de
União dos Palmares, a 80 km de Maceió, foi sede da República dos
Palmares que abrigou, negros, índios e brancos que fugiam do regime de
escravidão imposto pelo colonialismo português.
O Memorial, em homenagem
a Zumbi dos Palmares, negro que liderou a resistência desses povos
contra a exploração escravista, recebeu, na manhã de terça-feira (4), a
visita da ministra da Seppir (Secretaria da Promoção da Igualdade
Racial), Nilma Lino e dos integrantes do Conselho Nacional de Educação
que realizam reunião ordinária em Maceió, desde a última segunda-feira
(3).
O Instituto Federal de Alagoas (Ifal) é parceiro na organização do
evento e proporcionou essa oportunidade para os conselheiros que
visitam à capital alagoana e que programaram um ato público no topo do
ponto geográfico mais importante do Estado de Alagoas.
Embora tenha se tornado a primeira
mulher negra do Brasil a comandar uma universidade federal, ao assumir o
comando da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira (Unilab), em 2013 e ter integrado de 2010 a 2014, a
Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, onde
participou da comissão técnica nacional de diversidade para assuntos
relacionados à educação dos afro-brasileiros, a ministra Nilma Lino
Gomes visitou a Serra da Barriga pela primeira vez e ficou emocionada ao
se deparar com o memorial. “É muito emocionante estar aqui e prometi
não chorar ao ver esse cenário”, ressaltou que subiu à serra
acompanhada do reitor do Ifal, Sérgio Teixeira e do pró-reitor de
Ensino, Luiz Henrique Lemos.
O ato público contou com a presença dos
dirigentes do Ifal, do prefeito de União dos Palmares, Carlos Alberto
Baía, da representante regional da Fundação Palmares, Élida Miranda,
do secretário de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e
Inclusão do Ministério da Educação, Paulo Nacif, do presidente do
Conselho Estadual de Educação, Jairo Campos e da presidente do Conselho
Estadual da Igualdade Racial, Valdice Gomes e da secretária municipal da
Educação de Maceió e conselheira do CNE, Ana Dayse Dórea.
O representante do MEC disse, na
solenidade, que a pasta intensificou nos últimos anos a produção de
materiais que contêm a história e a cultura afro-brasileira. Além disso,
ele diz que o MEC incentiva cursos de formação continuada dos
professores e que apoia universidades para que ministrem esses cursos.
"Temos que atuar mais perto de estados e municípios para que [a lei]
tenha a capilaridade que queremos", destaca.
A ministra Nilma Gomes enfatizou que há
ainda desafios pela frente, pois a implementação é desigual em estados e
municípios, porém, os primeiros passos foram dados pela pasta que
comanda.
A programação da reunião ordinária do
Conselho Nacional de Educação tem sequência até quinta-feira (6)) com
audiências públicas entre os conselheiros e os segmentos da educação de
Alagoas. Um dos pontos discutidos é o Plano Nacional de Educação que
está em tramitação no Congresso Nacional que foi sancionado no ano
passado pela presidenta Dilma Rousseff, estabelece metas e estratégias
para melhorar desde a creche até a pós-graduação, passando pela formação
e a valorização dos professores. O plano estabelece que em dez anos, o
Brasil invista pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB), por ano,
em educação.
No primeiro dia de reunião, o CNE
aprovou um documento que pede o cumprimento da Lei dos Royalties (Lei
12.858/2013), que destina 75% dos royalties da exploração do
petróleo e gás do pré-sal para a educação e 25% para a saúde. Além de
50% dos recursos do Fundo Social para o cumprimento do PNE. O documento
será encaminhado, na próxima segunda-feira (10), para as presidências do
Congresso Nacional e da Câmara dos Deputados, além das comissões de
Educação do Senado e Câmara.
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