O Brasil tem um dos piores sistemas de educação do mundo. As escolas
públicas principalmente estão em “petição de miséria” já há muito tempo.
Ao contrário do que se pensa a situação também não é nada animadora nas
escolas particulares.
Nossas universidades estão entre as piores do planeta e praticamente
não formam bons profissionais afinados com a demanda do mercado de
trabalho. Nunca ganhamos um Prêmio Nobel ou um Oscar e nunca nos
destacamos em nada quando o assunto é conhecimento ou educação de
qualidade.
Nossas escolas têm apenas meio turno diário de aulas enquanto nos
países civilizados há quase um século que se trabalha em escolas com
turno integral. Porém, investir em educação de qualidade no nosso país
pode não ser um bom negócio tendo em vista a mentalidade de atraso já
incutida entre todos nós.
De fato, o maciço investimento em educação de qualidade e na
consequente boa formação dos nossos alunos pode mudar radicalmente em
médio prazo todos os conceitos da pré-histórica mentalidade da sociedade
brasileira. Com intelectuais, cientistas e pessoas com conhecimento de
mundo entrando anualmente “aos montes” no mercado de trabalho muitos
conceitos arraigados em nossas atrasadas mentes mudariam
significativamente.
Carnaval, por exemplo, não existiria. Pelo menos da maneira fanática,
apolítica e irresponsável como é hoje. Dificilmente se veriam
intelectuais, homens cultos e PHD’s vestidos de mulheres e se drogando
no meio das ruas. A mídia mudaria o foco e passaria a divulgar
conhecimentos e responsavelmente cuidaria da boa formação de todos os
brasileiros. Diferente do que faz hoje quando só visa ao dinheiro.
Embora no Brasil o Estado seja laico, os conceitos religiosos também
teriam profundas mudanças na nova sociedade. Como na Holanda, Japão,
Suécia, Noruega e outras nações desenvolvidas, a maioria dos cidadãos
não seria escravizada facilmente por falsos profetas e outros picaretas
da religião em troca do vil metal.
Como vender terrenos no céu, indulgências e outras lorotas a pessoas
cultas e com vasto conhecimento da realidade? Num país cujos cidadãos
tivessem excelente leitura de mundo a tendência seria o desaparecimento
total de todas as religiões e do proselitismo religioso. Além do mais,
na hora de votar e escolher seus representantes, os novos eleitores
seriam muito mais conscientes e criteriosos. Votar no PT, no Lula, em
Mauro Nazif e em outras tranqueiras seria quase impossível com votantes
mais esclarecidos.
O futebol seria visto apenas como mais um esporte e jamais como
paixão avassaladora, tosca e alienante. Mas como muitos brasileiros
comuns são acomodados e conservadores, essas mudanças por meio de uma
educação continuada, inclusiva e de boa qualidade jamais seriam
implantadas em nosso país.
Mudar para quê se está tudo caminhando “dentro da normalidade”? Ter
uma religião, acreditar em Deus, se drogar no carnaval, votar a cada
dois anos nos mesmos políticos ladrões, torcer por um time de futebol
dentre outras sandices absurdas são coisas muito boas, por isso passar
algumas dificuldades não é nada, já que a grande maioria necessitada da
população deste país se sente feliz desse jeito.
Seguindo esta lógica maldita, não há sentido em estudar, adquirir
conhecimentos, buscar leitura de mundo e se aperfeiçoar. O problema é
que alguém pagará pelo erro alheio. Sem boa educação, caminha-se para
esse caos onde já estamos.
*É Professor em Porto Velho.
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