Com a
intenção de valorizar a arte popular alagoana e garantir a construção
de museus para preservar a contribuição cultural das produções
artísticas locais, a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) publicou,
no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (01), a resolução que cria
o Espaço de Memória Artesão Fernando Rodrigues dos Santos, no povoado
da Ilha do Ferro, no município de Pão de Açúcar, e o Espaço de Memória
Artesã Irinéia Rosa Nunes da Silva, em União dos Palmares-AL.
Os projetos são uma iniciativa do
Núcleo de Pesquisa em Literatura e Artes Visuais (Nuplav), coordenado
pelo professor Jairo José Campos da Costa. “A construção dos museus
preenche uma lacuna institucional, pois havia uma necessidade da
universidade criar seus espaços de preservação da memória, gerando mais
uma contribuição efetiva para o Estado”, frisou Campos.
O pesquisador Jairo Campos ressaltou
ainda a expressiva quantidade de artistas populares no território
alagoano. “Alagoas tem uma altíssima expressão na arte popular, uma das
maiores do Brasil, cujos artistas trabalham em um amplo universo de
matéria-prima: barro, ferro, panos, rendas, madeira. É algo
extraordinário que precisa ser cuidado e preservado”, explica.
A partir de agora, a Uneal vai
cadastrar os espaços de memória no Instituto Brasileiro de Museus
(IBRAM), um importante passo para colocar os museus da instituição no
circuito nacional.
Inauguração
O Espaço de Memória Artesão Fernando
Rodrigues dos Santos, no povoado da Ilha do Ferro, está em obras há
cerca de dois meses, sob a supervisão do arquiteto Rafael Gomes Brandão,
responsável pelo projeto arquitetônico, e deve ser inaugurado até o
final de agosto deste ano.
O local,
que homenageia o precursor da arte na comunidade, o artesão Fernando
Rodrigues dos Santos, vai reunir obras dos principais artistas do
povoado ribeirinho que poderão ser apreciadas pelo público local e
turistas.
O Espaço
de Memória tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas
(Fapeal), na modalidade pesquisador e conta com a colaboração da
museóloga Carmem Lúcia Dantas, da Galeria Karandash, e do fotógrafo
Celso Brandão.
Jairo
Campos lembra ainda que as obras de arte que farão parte do acervo estão
sendo doadas pelos próprios artistas da Ilha do Ferro. “Estamos muitos
felizes com esta articulação e o envolvimento da universidade junto aos
artistas e ativistas culturais de Alagoas para que este projeto pudesse
ser concretizado”, afirmou Campos.
Na sede do
Campus V, em União dos Palmares, cujas obras estão em andamento,
funcionará o Espaço de Memória Artesã Irinéia Rosa Nunes da Silva, que
leva o nome da artista de origem quilombola, Irinéia do Muquém, famosa
em todo o mundo, por suas obras em cerâmica. A previsão é de que seja
inaugurado em novembro.
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