Não que os mestres sejam mais importantes, mas sem ele todas as outras
profissões perderiam a razão de ser. Ensina-se a ser médico, ensina-se a
ser engenheiro ...
Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, toda e qualquer
profissão tem que ser valorizada. Até por que há comprovadamente a
necessidade da labuta de cada uma delas dentro de qualquer sociedade. A
importância do professor, do médico, do fisioterapeuta, do psicólogo, do
policial, do gari, do advogado, da doméstica, do enfermeiro, do
jornalista, do engenheiro, do arquiteto e até do político não pode ser
dispensada sob pena de se ter prejuízos incalculáveis para o conjunto da
sociedade. Porém, de todas estas profissões a que se mostra mais
presente em todas as outras é a do professor. Não que os mestres sejam
mais importantes, mas sem ele todas as outras profissões perderiam a
razão de ser. Ensina-se a ser médico, ensina-se a ser engenheiro,
ensina-se a ser advogado. Toda profissão depende da labuta de um mestre.
A importância do educador dentro de uma sociedade é algo indiscutível, pois sem ele, acredita-se, as outras profissões não seriam o que são. No Japão, por exemplo, o imperador só presta reverência ao professor, pois “sem o professor não haveria imperador”, dizem solenemente os orientais. Nos Estados Unidos, a palavra de um docente é como uma sentença, um veredito em que a maioria das pessoas confia cegamente. Nos países desenvolvidos da Europa Ocidental a figura do professor é reverenciada por todos dada a sua importância. O incrível é que em todos estes países citados a figura do mestre não só é reverenciada, mas também a educação de qualidade é o que norteia estas sociedades. No Brasil, país que sabidamente não valoriza a educação, o professor é tratado com desdém: não tem bom salário nem reconhecimento.
Pior: o atual governo golpista de Michel Temer deu o tiro de misericórdia na nobre profissão. Na gambiarra que se anuncia como a mudança do nosso Ensino Médio determinou que “para dar aulas, basta ter notório saber”. Com isso, o Poder Público dispensa oficialmente os cursos de licenciatura para se ministrar aulas. Na prática, qualquer um pode ser professor. Afirmam que essa medida é para compensar a crônica falta desses profissionais. Se os “sábios” procurassem entender o porquê desta falta talvez não tivessem adotado medida tão discriminatória e prejudicial aos mestres do país. Faltam profissionais para dar aulas no país, dentre outros motivos, porque o salário é muito baixo e a carreira do Magistério quase não tem incentivo da sociedade nem dos governos. Além do mais, ser professor hoje no Brasil tem sido uma profissão de risco.
Muitos daqueles que têm a faina de lecionar são humilhados, espezinhados, agredidos e massacrados pelas circunstâncias que lhe são impostas. Com dois cursos superiores, uma licenciatura e um bacharelado, além de uma pós-graduação na área educacional eu, por exemplo, não posso consultar ninguém muito menos advogar. Assinar uma planta em uma obra da engenharia, nem pensar. Por que um profissional de outra área, sem a devida formação adequada, pode fazer de agora em diante o que faço sem problemas? A sociedade brasileira paga um preço muito alto por não valorizar seus docentes. Um médico, que apenas adia a morte de seus pacientes, não é mais importante do que aquele que ensina. Todos têm a sua importância e deviam por isso serem reconhecidos, inclusive pelo próprio Estado que paga a todos. Um país que não respeita seus professores e nem a educação é um país que não tem futuro. Só presente e passado.
*É Professor em Porto Velho.
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