Especialistas afirmam a necessidade de fortalecer equipe para o novo ciclo
Com
a aproximação do final do ano letivo, a tendência é que a grande maioria das
pessoas pense que a classe de professores poderá tirar o pé do acelerador e relaxar,
curtir o período de férias. Mas o que poucos sabem é que o paraíso não está a
dois passos. É que pesquisas constatam o elevado nível de estresse da categoria
nos segmentos das redes pública e particular.
Logo
surgem as perguntas: e quando o ciclo escolar 2017 começar? Como os mestres
estarão? Provavelmente nas mesmas condições se queixando de sintomas de
ansiedade, insônia, nervosismo, dores musculares, mal-estar, falta de
concentração. A pesquisa 'Identificação da Síndrome de Burnout em
docentes do ensino superior: alerta para a saúde do trabalhador' confirma
o problema.
Realizado
neste ano de 2016 pela professora e pesquisadora do curso de graduação em
Enfermagem do Centro Universitário Uniabeu, Renata da Silva Hanzelmann, e as
alunas bolsistas de iniciação científica Bruna da Conceição dos Passos e Yvi
Cristine Batista do Nascimento, o estudo alerta à importância da identificação
precoce dos sinais da Sindrome de Burnout para que minimize ou ainda impeça o
aparecimento dela nos professores.
“É
importante alertar sobre o desenvolvimento da patologia que pode se instalar
silenciosamente”, comenta a professora Renata Hanzelman. Para ela, quando observada
a instalação dos sintomas iniciais, o profissional pode ser encaminhado e
tratado ao Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Uniabeu para que tenha
melhor qualidade de vida dentro e fora do ambiente do trabalho.
O
fato é que as instituições de ensino podem fazer muito para colaborar com a
saúde da equipe de docentes. Na opinião da psicóloga, professora da Uniabeu
e coach, Fátima Antunes, com 25 anos de atuação na área de Recursos
Humanos e especialista em gerenciamento do Estresse pelo Internacional Stress
Management Association (ISMA/BR), o
período de férias dos alunos e planejamento da escola é um bom
momento para renovar o gás dos professores.
Através
de encontros e oficinas para sensibilização quanto ao tema, eles
poderão conhecer o impacto do próprio estresse na vida pessoal
e profissional e se reestruturarem. “A
ideia é rebobinar o docente para começar o novo ciclo renovado”, aconselha a
profissional.
Antunes
realiza oficinas em escolas e universidades para proporcionar, através de dinâmicas
de grupo e vivências, o reconhecimento da fonte que movimenta as
reações adversas à saúde emocional do professor. “Com essa atividade vamos
apresentando técnicas e hábitos individuais que permitam uma reflexão sobre
percepções e comportamentos que poderão minimizar os impactos do estresse no
cotidiano, na saúde, no desempenho, e na qualidade de vida do professor”,
explica
Os
benefícios são para todos os envolvidos: instituição, professores e alunos.
A coach Antunes destaca que a escola com esse comportamento
evita demissão, afastamentos, rotatividade e até problemas na justiça. “Quando
os professores aprendem a conviver
com suas emoções e estresse, isto impacta positivamente nos
resultados do trabalho pedagógico, e se reflete na satisfação dos
alunos, pais e no resultado da escola”, avalia Antunes. A professora
realiza a oficina “Autogerencimento do Estresse para professores” em
instituições de ensino. Informações podem ser obtidas pelo e-mail contato@graphosassessoria.com.br.
Quem
concorda com o trabalho preventivo nas escolas e faculdades é o professor
universitário Ricardo Machado. Diagnosticado com o princípio da Síndrome
de Burnout, que decorre da exaustão emocional humana, ocorrida quando o
profissional tem as energias consumidas em função do atendimento coletivo, ele
considera o apoio institucional fundamental para o bom desempenho em sala de
aula.
"A
sala de aula requer do profissional de educação o máximo de esforço físico e
mental para que se possa alcançar o objetivo que é contribuir com o
desenvolvimento do ser humano. E é importante que este profissional de educação
tenha um apoio técnico, tanto emocional como físico, para poder manter o ritmo
de trabalho em alta performance", afirma Machado.
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