O Rocha Cavalcante, leva o nome do agropecuarista José da Rocha Cavalcante, antigo dono da Usina Serra Grande e da Fazenda Guanabara.
Contam
alguns historiadores que por volta de 1890, o distrito já era habitado e a
partir da divisão administrativa referente ao ano de 1911, recebeu seu primeiro
nome: “Barra do Canhoto”, por ser banhado pelo rio Canhoto que tem sua nascente
na cidade de Garanhuns-PE
No ano de 1894, foi inaugurada a Estação
Ferroviária. Os trens transportavam cargas e também passageiros de Pernambuco
até Alagoas. Em 1980, os trens que transportavam passageiros deixaram de
circular na região, somente sobraram os trens de subúrbios de Maceió e Recife
que percorrem as duas pontas da linha. A empresa Transnordestina que hoje é a
responsável pela linha ferroviária havia feito os reparos cabíveis para que o
trem de carga voltasse a circular, porém a catástrofe causada pela enchente foi
tamanha que, em vários trechos da nossa região, os trilhos saíram do lugar,
impossibilitando a volta do trem de carga.
Em 1900, o distrito começa a crescer em
habitações, famílias de tradição e de nome influente na sociedade. Moravam
aqui: a família do senhor Juvenal Mendonça, Joaquim Ferreira de Lima, Faustino
Leão, Firmino Revoredo, Benedito Correia de Lima, entre outros.
A economia era movimentada pelas usinas
açucareiras, fazendeiros e comerciantes. A feira livre era enorme. Vinha gente
de toda a região, tanto para comprar como para vender suas mercadorias. A
cultura local era valorizada e realizada pelas próprias famílias. Tinha
guerreiro, pastoril, quadrilha, bailes, carnaval de salão e cavalhada. Tudo era
muito bem organizado. Todos os participantes se esforçavam para estar sempre
bem apresentáveis nas festividades. Com relação à religião, havia apenas a
igreja Assembleia de Deus e a igreja Católica que realizava a festa de Nossa
Senhora de Lourdes, a qual era bem diferente das festas atuais; tinha apenas
novenas e a tradicional procissão.
Os meios de transportes eram trem e
cavalos. A energia era através de motores a óleo diesel. Esses motores ficavam
em uma casa vizinha ao Grupo Escolar Antônio Gomes. As luzes eram apagadas às
22h00 e os moradores eram avisados para que preparassem os candeeiros.
Nessa época, aqui não havia escola. As
famílias de melhor poder econômico mandavam seus filhos para estudar em outras
cidades, ou pagavam a uma professora para ensiná-los. Anos depois, o
desenvolvimento começa a chegar a passos lentos. Na década de 40, foi construída a 1ª escola
estadual, a qual foi destruída pela enchente de 1969.
Pela
Lei nº 1473, de 17/09/1949, o distrito de Barra do Canhoto recebeu o nome de
Rocha Cavalcante, em homenagem ao senhor José da Rocha Cavalcante, antigo dono
da Usina Serra Grande e da Fazenda Guanabara. Contam que ele dava muita
assistência ao povo da antiga Barra do Canhoto. Mandou construir uma
enfermaria, que funcionava com enfermeiros e médicos para atender aos seus
empregados e a quem mais precisasse. Na verdade, ele era uma espécie de chefe
do lugar. Contam também que sua esposa foi quem trouxe a imagem da padroeira do
Distrito de Rocha Cavalcante, Nossa Senhora de Lourdes.
Com
a morte de José da Rocha Cavalcante, seu filho Carlos da Rocha Cavalcante
assumiu o posto de chefe. Anos depois vendeu a usina Serra Grande e a Fazenda
Guanabara e foi embora para o estado da Bahia. Depois de sua saída, as famílias
de tradição continuaram a história. Logo depois da enchente de 69, os padres do
Canadá construíram a Vila Papa Paulo VI em 100 dias, para amparar os
desabrigados.
No ano de 1975, o prefeito da época, Dr. Manoel Gomes de
Barros construiu o Grupo Escolar Dr. Antônio Gomes de Barros que tinha apenas
duas salas de aulas e funcionava no horário matutino e vespertino de 1ª a 4ª
séries; sendo as primeiras professoras: Alódia Oliveira e Dolores Marques. Por
volta de 1993, a escola foi ampliada pelo prefeito da época, José Praxedes e
passou a funcionar no turno noturno como Escola Cenecista Adélia da Cunha
Machado Pedrosa, atendendo aos alunos da 5ª a 8ª séries. Em 1998, o turno
noturno passou a funcionar como extensão da Escola Municipal Mario Gomes de
Barros. Em 2006, a Escola Dr. Antônio Gomes de Barros passou a funcionar nos
três turnos, atendendo aos alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Dr.
Antônio, quando prefeito, construiu a praça central e fez o calçamento das ruas
do Comércio, rua Vespasiano Franco e rua Joaquim Correia de Lima.
Em 1983, foi inaugurado o posto de Saúde
Joaquim Correia de Lima, no prédio onde funcionava o antigo cinema que tinha
por dono o senhor Biu Correia. Também foi construída uma creche que funcionava
em frente à estação ferroviária e teve como primeiras funcionárias: Claudete,
Jane, Ednúzia, Cicera e a senhora Belanizia que era a diretora.
Nessa mesma época os meios
de comunicação começaram a chegar aqui. Um posto dos correios e um posto
telefônico da antiga telasa. Foi aberto um Cartório de Registro Civil. Também
já houve aqui uma extensão da empresa de ônibus São Geraldo.
No ano de 2007, na administração do
ex-prefeito José Carrilho Pedrosa, os moradores veem um sonho esperado por
todos: todas as ruas foram calçadas, as praças foram reformadas e a estrada que
dá acesso à cidade de União dos Palmares foi asfaltada e colocou também uma
torre de celular que atualmente se encontra desativada.
Pedrosa foi o prefeito que
mais trabalhou pelo povo do referido Distrito. Ele sempre falava do carinho que
sentia pelo povo e pelo lugar, já que o mesmo teve suas raízes ali. Infelizmente,
um infarto fulminante provocou sua morte, em 29 de julho de 2007,deixando
saudades principalmente nas pessoas mais carentes, as quais ele costumava
ajudar.
Atualmente, a economia é movimentada através da usina Serra Grande (São José da Laje), Prefeitura Municipal de União dos Palmares, Associação dos Taxistas de União
dos Palmares, comerciantes, autônomos e a feira livre que ultimamente
está cada vez menor. A cultura está esquecida. As escolas locais tentam
resgatá-la. A festa da padroeira Nossa Senhora de Lourdes cresceu muito e foi
bastante modificada com: atrações musicais, parque de diversões entre outros. A
mesma atrai antigos moradores que se mudaram para outras cidades como também
pessoas de toda a região da Zona da Mata. Os meios de comunicação são: correios,
telefones fixos e internet.
O número de religiões aumentou
muito, além da Assembleia de Deus e da Católica tem ainda: a Igreja Batista,
Maranata, Pentecostal da Bênção de Deus e Congregação Cristã no Brasil.
Pessoas que se
destacaram ou que ainda se destacam em Rocha Cavalcante:
Na
Política: Benedito Correia de Lima (prefeito, vice-prefeito, vereador e
presidente da Câmera de Vereadores, immemórian), José Tavares Irmão (vereador, immemórian), Antonio Aragão (vereador), Benedito José dos Santos (vereador), Lucas da Silva Correia Basílio (vereador), José Lourenço da Silva e Macarrão da Barra, atual vereador.
Artistas:
Sandro Becker, Evaldo do Vale, Antonio Sanfoneiro, Manoel Anjo Faustino da Silva (Léo Ângelo),
Malandrinhos do Forró.
Artesãos:
Luzenilda e Alexandro Pires.
Enchentes
que marcaram Rocha Cavalcante: enchente de 1940, de 1969, de
1989, de 2000, de 2010; esta causou muita destruição e deixou centenas de
desabrigados que hoje residem no Conjunto Residencial José Carrilho Pedrosa.
Estação Ferroviária. Sul de
Pernambuco (1894-1901)
Great Western of
Brazil Ry. Co. (1901-1950)
Rede Ferroviária do Nordeste (1950-1975)
RFFSA (1975-1996)
A estação de Rocha Cavalcante foi
inaugurada em 1894. No início se chamava "Barra do Canhoto", já que a
ferrovia, nesse trecho, corre ao lado do Rio Canhoto.
Fonte: União dos Palmares "Aqui tem História"
Maria Elizabete de Oliveira Silva
Muito bom esse artigo sobre Rocha Cavalcante.Seria bom que as pessoas que tivessem fotos antigas disponibilizassem para acrescentar aqui.
ResponderExcluirAs imagens antigas do distrito seriam de grande importância, para enriquecer a postagem acima. Quem tiver pode enviar para meu email.
Excluirjmarcelop7@gmail.com
Desde já eu agradeço.
Parabéns pela reportagem, infelizmente acredito que nas últimas enchentes as fotos mais antigas foram levadas mas seria ótimo ver aqui algumas.
ResponderExcluirMeu deus fiquei inprinpresionada
ResponderExcluirO que mais te deixou sensibilizada?
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