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terça-feira, 21 de novembro de 2017

Francisco Zumbi dos Palmares: Presente!


FRANCISCO ZUMBI DOS PALMARES (1655 – 1695) é um dos grandes nomes da história brasileira, símbolo-maior da luta contra a escravidão em nosso país e desde então legítimo representante dos movimentos sociais emancipatórios.

Respeitosamente conhecido como ZUMBI DOS PALMARES ele foi o derradeiro líder do QUILOMBO DOS PALMARES, o maior dos quilombos do período colonial brasileiro.

ZUMBI nasceu na Capitania de Pernambuco, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares (Estado de Alagoas).

O Quilombo dos Palmares era uma sociedade formada por escravos negros que haviam fugido das fazendas, prisões e senzalas brasileiras, ocupando uma área cuja extensão territorial era aproximadamente a de Portugal e com uma população de trinta mil pessoas.

Ainda criança ZUMBI foi capturado e entregue a um missionário português que o batizou de ‘Francisco’ e lhe ensinou o português e o latim (ao longo da vida ele aprendeu também o tupi).

Fenômeno raro no Século XVII brasileiro, o negro ZUMBI falava portanto três línguas (português, latim e tupi) e era escritor fluente em duas delas (português e latim).

Em 1678, extenuado pelo longo conflito com o Quilombo, o governador da Capitania de Pernambuco se aproximou do líder GANGA ZUMBA (c. 1630 – 1678) com a seguinte proposta de paz: liberdade para todos os escravos fugidos se o Quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa.

Tal proposta foi aceita por Ganga Zumba mas recusada por ZUMBI, o qual, após o falecimento de Ganga Zumba (em circunstâncias pouco esclarecidas), tornou-se o novo líder de Palmares e deu imediata continuidade à luta contra os colonizadores portugueses.

Quinze anos após ZUMBI ter assumido a liderança e aumentado enormemente a resistência aos ataques dos invasores, o bandeirante paulista DOMINGOS JORGE VELHO (1641 – 1705) foi chamado para organizar a ocupação do Quilombo e em 06 de Fevereiro de 1694 Palmares foi destruído e seu líder ferido.

Embora tenha sobrevivido ao ataque, ZUMBI foi traído por ANTONIO SOARES e surpreendido pelo capitão FURTADO DE MENDONÇA em seu esconderijo (situado talvez na Serra Dois Irmãos); apunhalado, ZUMBI no entanto resiste, mas é assassinado com mais vinte guerreiros em 20 de Novembro de 1695.

ZUMBI teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador CAETANO DE MELO E CASTRO, o qual ordenou que ela fosse exposta em praça pública com a intenção de desmentir a crença da população na imortalidade do líder negro (*).

Todavia, o feito histórico de ZUMBI DOS PALMARES e seu exemplo pessoal de dignidade, coragem e fidelidade aos princípios de emancipação que nortearam sua vida se inscreveram de maneira imortal na memória histórica da Nação Brasileira (maioria populacional negra: IBGE/\CENSO 2015), inspirando nossa cidadania na construção de um país diversificado, justo e independente.

O DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA foi instituído oficialmente pela Lei Nº 12.519, de 10 de Novembro de 2011. 
(*) No dialeto africano Quimbundo o vocábulo ‘zumbi’ (ou ‘zambi’) deriva de ‘nzumbe’, que significa ‘fantasma, espectro, alma imortal’.

JOSÉ MARCUS DE CASTRO MATTOS

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