FRANCISCO ZUMBI DOS PALMARES (1655 – 1695) é um dos grandes
nomes da história brasileira, símbolo-maior da luta contra a escravidão em
nosso país e desde então legítimo representante dos movimentos sociais
emancipatórios.
Respeitosamente conhecido como ZUMBI DOS PALMARES ele foi o
derradeiro líder do QUILOMBO DOS PALMARES, o maior dos quilombos do período
colonial brasileiro.
ZUMBI nasceu na Capitania de Pernambuco, região hoje
pertencente ao município de União dos Palmares (Estado de Alagoas).
O Quilombo dos Palmares era uma sociedade formada por
escravos negros que haviam fugido das fazendas, prisões e senzalas brasileiras,
ocupando uma área cuja extensão territorial era aproximadamente a de Portugal e
com uma população de trinta mil pessoas.
Ainda criança ZUMBI foi capturado e entregue a um missionário
português que o batizou de ‘Francisco’ e lhe ensinou o português e o latim (ao
longo da vida ele aprendeu também o tupi).
Fenômeno raro no Século XVII brasileiro, o negro ZUMBI falava
portanto três línguas (português, latim e tupi) e era escritor fluente em duas
delas (português e latim).
Em 1678, extenuado pelo longo conflito com o Quilombo, o
governador da Capitania de Pernambuco se aproximou do líder GANGA ZUMBA (c.
1630 – 1678) com a seguinte proposta de paz: liberdade para todos os escravos
fugidos se o Quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa.
Tal proposta foi aceita por Ganga Zumba mas recusada por
ZUMBI, o qual, após o falecimento de Ganga Zumba (em circunstâncias pouco
esclarecidas), tornou-se o novo líder de Palmares e deu imediata continuidade à
luta contra os colonizadores portugueses.
Quinze anos após ZUMBI ter assumido a liderança e aumentado
enormemente a resistência aos ataques dos invasores, o bandeirante paulista
DOMINGOS JORGE VELHO (1641 – 1705) foi chamado para organizar a ocupação do
Quilombo e em 06 de Fevereiro de 1694 Palmares foi destruído e seu líder
ferido.
Embora tenha sobrevivido ao ataque, ZUMBI foi traído por
ANTONIO SOARES e surpreendido pelo capitão FURTADO DE MENDONÇA em seu
esconderijo (situado talvez na Serra Dois Irmãos); apunhalado, ZUMBI no entanto
resiste, mas é assassinado com mais vinte guerreiros em 20 de Novembro de 1695.
ZUMBI teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador
CAETANO DE MELO E CASTRO, o qual ordenou que ela fosse exposta em praça pública
com a intenção de desmentir a crença da população na imortalidade do líder
negro (*).
Todavia, o feito histórico de ZUMBI DOS PALMARES e seu
exemplo pessoal de dignidade, coragem e fidelidade aos princípios de
emancipação que nortearam sua vida se inscreveram de maneira imortal na memória
histórica da Nação Brasileira (maioria populacional negra: IBGE/\CENSO 2015),
inspirando nossa cidadania na construção de um país diversificado, justo e
independente.
O DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA foi instituído
oficialmente pela Lei Nº 12.519, de 10 de Novembro de 2011.
(*) No dialeto africano Quimbundo o vocábulo ‘zumbi’ (ou
‘zambi’) deriva de ‘nzumbe’, que significa ‘fantasma, espectro, alma imortal’.
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