Alagoas é realmente uma terra abençoada por Deus e ainda o berço da
liberdade no Brasil, já que foi aqui que ocorreu o maior levante armado
contra a escravidão em toda América. Cerca de 30 mil negros se uniram,
na Serra da Barriga, em União dos Palmares, sobe o comando de Zumbi do
Palmares e Ganga Zumba para enfrentar o perverso sistema escravagista
implantado pela civilização européia.
O Brasil foi uma das colônias para onde foram enviados milhões de
africanos trazidos à força pelos comerciantes de seres humanos, sendo
também o último a decretar o fim desse sistema de exploração do trabalho
humano.
A saga da luta dos guerreiros na Serra da Barriga é hoje objeto de
pesquisa e busca do resgate da importância desse fato histórico, não só
para a comunidade negra brasileira, mas mundial. A Serra Sagrada é solo
santo que merece ser reverenciado por todos, pois é um símbolo de
resistência da liberdade. Diante da importância histórica e
antropológica a Serra da Barriga ainda não conta com a verdadeira
infraestrutura e divulgação para fazer chegar mais longe o grito de
liberdade de Zumbi dos Palmares e Ganga Zumba.
Alagoas tem essa pérola histórica e até hoje os sucessivos governos
não souberam dotar o local de uma infraestrutura para receber os
visitantes. A Serra da Barriga possui um grande apelo turístico que
precisa de mais empenho e atenção das autoridades para sua divulgação e
consolidação como destino turístico internacional.
Algumas empresas de turismo em Alagoas realizam todas as
quartas-feiras uma excursão à Serra da Barriga, saindo de Maceió com um
roteiro bem definido pela manhã com destino a cidade de União dos
Palmares a 92 quilômetros da capital alagoana. Os visitantes são
orientados a não pegar nada do solo da Serra, já que o local é tombado
pelo patrimônio nacional.
A Serra possui 500 metros de altitude e o acesso é realizado por uma
estrada de terra batida, sendo uma parte pavimentada. A subida é feita a
pé, ou em carro de pequeno porte, até certa distancia. No local foram
erguidas tendas temáticas respeitando a originalidade da cultura afro.
O roteiro inclui também visitas a comunidade negra do Muquém onde se
possível apreciar o artesanato produzido em argila, uma tradição
passadas pelos descendentes dos guerreiros e guerreiras que ocupavam a
Serra Sagrada. Hoje o Muquém uma as comunidades negras mais bem
organizadas e que mantém as tradições familiares dos Quilombos.
O Parque Memorial Quilombo dos Palmares é primeiro equipamento do gênero
no País e reconstitui o cenário de uma das mais importantes histórias
de resistência à escravidão ocorrida no mundo: a história do Quilombo
dos Palmares – o maior, mais duradouro e mais organizado refúgio de
negros escravizados das Américas. Fruto de uma luta de mais de 25 anos
do Movimento Negro brasileiro, o Memorial foi implantado em 2007 pelo
Ministério da Cultura, por meio da Fundação Cultural Palmares, no
território original da longa e sangrenta batalha – a Serra da Barriga,
onde milhares de negros rebelados fugiram durante o período da história
colonial, sendo o maior símbolo de luta pela liberdade, localizado em um
platô (área plana) do alto da Serra da Barriga, o local, tombado pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1985,
recria o ambiente da República dos Palmares.
Nesta espécie de maquete viva, em tamanho natural, foram
reconstituídas algumas das mais significativas edificações do Quilombo
dos Palmares, com paredes de pau-a-pique, cobertura vegetal e inscrições
em banto e yorubá, avista-se o Onjó de farinha (Casa de farinha), Onjó
Cruzambê (Casa do Campo Santo), Oxilé das ervas (Terreiro das ervas),
Ocas indígenas e Muxima de Palmares (Coração de Palmares).
Além das construções que referenciam o modo de vida daquela
comunidade quilombola, o Memorial dispõe de pontos de áudio com música e
textos em quatro idiomas (Português, Inglês, Espanhol e Italiano) que
narram aspectos do cotidiano do Quilombo e da cultura negra. São os
espaços Acotirene, Quilombo, Ganga-Zumba, Caá-Puêra, Zumbi e Aqualtune.
No primeiro e único parque temático sobre a cultura negra do País,
destacam-se, ainda, os mirantes, de onde se avistam paisagens magníficas
da Serra da Barriga. São as atalaias de Acaiene, Acaiuba, e Toculo.
Completando o ciclo das edificações simbólicas, o restaurante Kúuku-Wáana
(Banquete familiar), que oferece pratos da culinária afro-brasileira, e o
Batucajé (palco de manifestações artístico-culturais)
Fonte: http://meioambienteeturismo.blogsdagazetaweb.com/
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