No mês passado estive pela primeira vez no Bairro Nossa Senhora das Dores, mais conhecido como (Vaquejada) localizado em União dos Palmares às margens da Br 104. Acompanhado de Maria Geane Caetano, que é moradora do bairro a 22 anos e foi minha guia durante a tarde que passei por lá.
No local residem 500 (quinhentas) famílias, no bairro existe uma equipe do Programa de Saúde da Família (PSF), um mercadinho, uma padaria, uma capela de Nossa Senhora das Dores. A maioria dos pais de famílias sobrevivem do trabalho rural, quando não estão no corte de cana na Usina Laginha dirigem-se à São Paulo e Mato Grosso, enquanto suas esposas trabalham de doméstica em outros bairros de União.
A maioria das crianças estudam na Escola Salomé da Rocha Barros, localizada no Bairro Roberto Correia de Araújo, popular Robertão. Por falta de uma creche, os menores ficam sem uma ocupação no horário em que não estão na escola.
Geane e sua família vieram morar no bairro, em 1989, após uma enchente que destruiu a Rua do Juazeiro, onde residiam. Já que a enxurrada destruiu centenas de casas, muitos moradores de lá junto com outras ruas de União vieram para o lugar que se chamava vaquejada. O nome vaquejada se deu porque no lugar tinha um parque onde se praticava o esporte antigamente.
O nome Nossa Senhora das Dores é recente e veio por meio de uma antiga moradora que hoje reside em Salvador. Dona Carmelita que todos os anos viajava para o Juazeiro com outros moradores do lugar, levava a imagem da santa em sua charola e quando foi embora doou a imagem e sugeriu o nome para o bairro, como a maioria do habitantes do lugar são católicos o nome foi bem recebido.
O bairro tem uma capela que antes era o centro comunitário e pastoral da criança, a casa foi uma doação do Padre Emílio Epril. Com o passar do tempo, se tornou a Capela de Nossa Senhora das Dores, Geane me falava que a exato 04 anos a comunidade começou a levantar fundos para a reformar a capela.
Nos primeiros dois anos foram feitos dois bingos e foi doada uma bezerra por Wellignton de Oscar e junto com o dinheiro da festa da Padroeira que acontece no dia 15 de setembro, com isso foi possível levantar as paredes, fazer reboco e compra um som. A prefeitura mandou fazer o telhado que estava prestes a cair.
O próximo bingo e arrecadação do dinheiro da festa será destinado para colocação do piso e da compra de cadeiras, as que tem na capela são assentos de escolas e estão velhas. As realizações de missa acontecem uma vez por mês.
Tanto Geane como outros moradores do local foram enfáticos em afirmar que o bairro é calmo e que violência acontecer em toda a cidade, segundo os moradores é o preconceito que gera comentários maldosos do lugar.
Dona Maria Mariana moradora a 22 anos me contou que fica irritada quando está no centro da cidade e tem que adular alguns moto-taxistas que não querem vim ao local por medo. E perguntar "será que é só aqui que tem gente ruim?"
Geane disse que a melhor coisa do bairro são os moradores, todos se ajudam, como a comunidade se conhece e quando alguém está com dificuldade eles se reúnem e tentam colaborar, mesmo tendo profissões com renda baixa como: lavadoras de roupas, catadores de lixo e etc.
Mas como disse Marcia moradora do bairro, já passamos por situações piores, mais tenho certeza que dias melhores virão.
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