Nepotismo, ou favorecimento de parentes e/ou amigos na gestão pública, com ônus para o erário. No caso de laços consaguíneos, explica-se por si só, é uma luta pela sobrevivência da linhagem, nos demais, se não é por aptidão rara, é por pura chumbetagem (neologismo amplamente conhecido que dispensa explicações).
Isento-me de levar este zumbido para o campo do direito, do qual sou leigo. Vi por aí que há casos possíveis de nepotismo a depender do cargo que os parentes ocupam. De qualquer forma, é uma prática imoral que vai de encontro com a ideia de uma gestão transparente e ética.
Afora a corrupção provocada pelos nepotistas, muito incomoda a forma como esses apadrinhados exercem suas funções na coisa pública. Se fossem ao menos competentes, mas na maioria provam o contrário. Imangino, do alto da minha ingenuidade, como certos sujeitos conseguiram chegar onde estão em funções importantes da gestão. Afinal, cada cargo exige uma aptidão mínima para ser assumido. Como alguém que mal foi à escola pode se tornar secretário de educação de um município (fato que testemunhei mil anos antes de Cristo)? Um engenheiro civil tem competência para gerir a saúde pública? As respostas são óbvias, né?
Pior que isso é a tal carteirada típica dos incompetentes. "Eu tô aqui porque trabalhei na campanha do Fulano", "Eu tenho carta branca", "Eu sou afilhado do vereador Beltrano"... Gente que exerce muito mal sua função e ainda explora moralmente os servidores concursados (os contratados são em geral chumbetas também, aí eles se resolvem no gabinete mais próximo). Gente que só chegou lá porque chumbetou durante um bom tempo. Gente que sequer se apresenta para assinar o ponto, os famosos "marajás".
É natural que os gestores habilitem pessoas de sua confiança para os quadros da gestão pública. Só não é muito legal o fato de alguns seres perniciosos, que mais atrapalham do que fazem, serem pagos com o erário público advindo dos escandalosos impostos pagos pela população.
O favorecimento de parentes/amigos merece sempre um olhar crítico e a intervenção do legislativo. Pois o Estado não é uma extensão da família, nos ensina Sérgio Buarque de Hollanda no clássico Raízes do Brasil, cujo capítulo se chama "O homem cordial". O Estado democrático não é hereditário, lembremos.
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