As atrações culturais que estavam previstas para essa edição no Parque Memorial tiveram dificuldade de se apresentar por um problema causado no som. Mesmo assim o Hip-Hop União Quilombrother se apresentou e tirou aplausos do público. Um grupo de jovens do Povoado Várzea Grande também fez uma apresentação para os visitantes.
Um dos momento mais emocionantes do dia foi quando a ialorixá Mãe Neide Oyá d´Oxum, do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb), falou das dificuldades que todos tem em manter a Serra da Barriga na mente das pessoas. Mãe Neide, que é a coordenadora do restaurante Kùuku_Wànna (Banquete Familiar), disse que já vem a 22 anos e enumerou vários problemas no local, principalmente na infra-estrutura.
A ialorixá fez esse discurso quando viu a frustração de alguns com o problema do som e, tambem, pelo fato da Serra da Barriga ter poucos visitantes. Para ela, as pessoas que visitam o local são especiais por gostarem da Serra da Barriga.
A representante da Fundação Palmares em Alagoas, Genisete Sarmento, disse que essa edição do Passeio no Parque encerra a temporada do projeto nesse primeiro semestre, mas que voltará em outubro. A pausa é devido ao período de chuva, que caem nos próximos meses na região.
Na Serra da Barriga tive a oportunidade de conversar com a enfermeira do PSF da Várzea Grande Carla Theresa Borba Leite, que é coordenadora de um grupo de 45 adolescentes do Povoado Várzea Grande. Carla Theresa disse ao blog que depois que foi transferida do bairro Abolição e conheceu a localidade que ia trabalhar sentiu a necessidade de ajudar, já que via que muitas crianças estavam se envolvendo com drogas e muitas meninas engravidavam cedo.
Como a Secretaria de Saúde tem programas voltados para trabalhar com jovens, idosos, gestantes, deficientes e outros ela não teve dificuldade em organizar a turma. O grupo foi formado em janeiro de 2011 e tem objetivo de promover melhoras na saúde, lazer e prevenções gerais.
Quinzenalmente o grupo se reúne para debater um tema específico (prostituição, violência, trabalho, família e etc) e todos têm voz ativa para relatar algum caso. Os casos relatados no grupo não pode ser contado em outros espaços.
Natural de Recife, mas mudou-se com a família para Maceió pouco depois, Carla Theresa conta que, quando necessário, encaminha os adolescentes a outros especialistas na área de saúde. Ela diz que é procurada pelos jovens para conversar até com os pais deles. Como no caso em que pediu a um pai que mudasse algumas atitudes com a esposa e os filhos.
Com 6 anos de enfermagem ela conta que muitas vezes fica triste por muitos profissionais não lutarem pelos seus direitos e não apoiarem os colegas em momentos importantes para todos. Divorciada e mãe dos adolescentes Diogo Leite, 15, e Julia Leite, 14, Carla é exigente com os filhos e diz que queria mais tempo para ficar com eles.
Sobre o grupo de jovens do Povoado Várzea Grande, ela fala que em suas reuniões procura levar exemplos de pessoas que eram carentes, como muitos do grupo, e que, posteriormente, através dos estudos e perseverança se tornaram grandes profissionais.
Grupo Hip-Hop União Quilombrother
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