Marcelo Barros
Nesta terça-feira, 04, antes da Prova de Matemática, eu estava tirando algumas fotos na Escola Municipal Dr. José Medeiros Sarmento, no Sítio Pindoba II, onde leciono Geografia, quando um aluno se aproximou, era Marcelo Barros, que é surdo-mudo. Então eu tirei uma foto sua, e como sua reação ao ver a foto no visor da máquina foi algo de uma felicidade tão bonita, ingênua e espontânea que eu perdi para ele tirar algumas fotos dos seus colegas. Algo que deixou meu xará mais feliz ainda.
O sinal toca e todos se encaminham para suas respectivas salas e Marcelo me devolveu a câmera fotográfica e só em casa, já em União dos Palmares, eu vi suas fotos e a organização dos demais para tirar as fotos. Digo organização já que tirar fotos na zona rural de União não é algo tão natural como as que os estudantes da zona urbana estão acostumados e que constantemente estão colocando nas redes sociais.
A exclusão digital não é algo exclusivo da população da Pindoba, outros sítios do município passam por esse problema, claro que a renda de alguns habitantes é mínima, mas o sistema também não ajuda muito, um exemplo é que na Pindoba I e II nenhuma operadora de celular funciona.
Voltando ao fotógrafo Marcelo, confesso que tenho dificuldades em ensiná-lo já que não entendo libras, a linguagem para alguns surdos-mudos, (nem todo surdo se comunica através de LIBRAS) e quando preciso orientá-lo em alguma atividade eu recorro aos seus colegas de sala já que muitos já estudam com ele há anos. Na escola alguns professores têm o curso de libras.
Na próxima segunda-feira vou levar para Marcelo algumas de suas produções e tenho a certeza que verei mais uma vez sua felicidade espontânea e simples, como deve ser para qualquer ser humano.
Marcelo no centro com alguns colegas de turma.
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