Em viagem
ao Recife hoje, com minha filha Lisieux, presenciei dois momentos de puro
preconceito. O primeiro contra mulher e o segundo contra a raça negra, ou seja,
um de gênero e outro racial.
Infelizmente,
ainda somos obrigados a passar por certos constrangimentos em pleno Século XXI.
Que seres
humanos estão sendo formados nesse planeta Terra. São seres desumanos? Chegando
ao local de compras, minha filha estacionou o carro, e deixou a poucos
centímetros de um cano no estacionamento. Isso foi motivo para que homens se
deslocassem dos seus lugares, para ver se ela tinha batido com o para-choque.
Esse fato me irritou facilmente.
Retruquei no mesmo momento, dizendo que minha
filha dirigia carro, fogão e tanque. E como mulher e polivalente faz várias
coisas e bem feita. E merece o respeito. E que esse tipo de preconceito
machista e ridículo deveria ser evitado, por parte de alguns homens para não
causar constrangimentos.
O
machismo na sociedade é visível. Pura falta de respeito. Chega a ser
vergonhoso. Além de ser discriminatório. São situações que nós mulheres
passamos e que podiam ser evitadas se o respeito fosse fator primordial entre
as pessoas. Considerações ou atitudes de cunho preconceituoso e discriminatório
às mulheres devem ser banidas de numa sociedade. O preconceito contra o gênero
feminino é algo abominável.
Para
completar meu dia passei por mais um constrangimento com preconceito. Dessa vez
em relação ao preconceito racial. Entrei em uma loja e uma cliente me pediu
opinião em relação a cores de umas blusas. Resolvi dizer do meu gosto. Disse que
a cor roxa está em alta, de muito bom gosto devido o inverno que está chegando,
mas que eu particularmente não gostava, mas gostava muito da cor amarela, por
ser negra e achar que combina muito com minha cor.
Qual foi meu espanto quando
o dono da loja, se dirigiu a mim que eu não era negra, era morena. Mais uma
vez me senti sendo vítima de preconceito. E mais uma fui de encontro a esse
tipo de atitude, que não vou qualificar de machista. Senti-me mal ao ouvir
alguém achar que ser negra é algo execrável. E no mesmo momento disse ao senhor
que só conhecia três raças que formavam o povo brasileiro: branca, negra e
índia. Essa é a verdadeira miscigenação do povo brasileira. E como não
sou branca, nem índia, me restava a raça negra. E por ter pai branco e mãe
negra, eu era negra. Ele ainda insatisfeito, disse: Você é parda.
Sou
negra. Pardo para mim é gente doente. Sem cor. Respondi grosseiramente que uma
pessoa parda na minha opinião, é uma pessoa doente, sem cor. Com certeza esse
preconceito dele sim é uma grande doença. A doença do preconceito,do imundo
preconceito. Quero ter o direito de ser negra e ninguém se achar ofendido com
isso.
Blog Simone Campos
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