Estava eu na fazenda Pedrinhas comemorando o aniversario de meu amigo
particular Eduardo Pedrosa, quando de repente, surgi a grande surpresa,
o encontro que há tempos esperava; um momento inesquecível em poder
conversar com uma das lendas vivas do futebol alagoano: José Praxedes
Neto, ou simplesmente Batoré.
Eu o vi jogar e sei que não estou só, sei que outros torcedores
anônimos, amantes do futebol sem os artifícios de uma retórica vazia
expressa por fanáticos atuais, atestam minhas palavras.
Batoré pertenceu a uma geração de ouro de nosso futebol. Um jogador
diferenciado que fez parte do grande e inesquecível elenco do CSA na
década de 1970, mas precisamente em 1972.
Fazia parte desse timaço, Zé Galego, Gerson (goleiros), Mendes, Zé
Preta, Bibiu, Jaiminho, Dudu, Suareste, Ricardo, Giraldo, Otávio,
Manuelzinho ‘caranguejo’, Misso ‘carrapeta’ dentre outros.
Já refeito do susto, conversei longamente com um dos ídolos da grande
nação azulina, dono de uma arrancada fulminante, os seus dribles
curtos, um passe preciso, uma visão de jogo magistral, possuidor de um
talento estupendo, disciplinado tanto dentro como fora de campo, um
excelente caráter; esse era o famoso Batoré, de estatura pequena mais
dono de um grande futebol.
“Nós tínhamos um time competitivo, aguerrido de muita raça e técnica.
Quando perdíamos o jogo, muitas vezes nós chorávamos, passava muito
tempo para se recuperar, voltávamos pra casa muito triste, abalados, a
gente jogava futebol por amor a camisa, por prazer em defender nosso
time, nossas cores, respeitávamos muito nosso torcedor, ele era a razão
de tudo, e hoje, isso lamentavelmente já não existe mais.”, lamentou.
Batoré ainda lembrou dos amigos craques, dos jogadores diferenciados
de seu tempo, a exemplo de Tadeu da Costa Lima, Reinaldo, Ronaldo Brito,
Roberto Menezes, Silva, Zé Preta, Paranhos, Soareste, Otávio (irmão)
Ricardo, Jaiminho, Bibiu, Giraldo, Gato Preto, Major, Ademir,
Manuelzinho, Zé Galego, Zé Luiz, Vermelho, e muitos outros que fizeram a
diferença no futebol.
“Alguns desses não tive a oportunidade de jogar, mas são todos de meu
tempo, da mesma época, esses eram realmente diferenciados e enchiam os
olhos do torcedor”, afirmou o craque.
Em relação ao futebol brasileiro ele desabafa: “Perdemos aquilo que
tínhamos de melhor no futebol brasileiro: a criatividade, a ginga, o
talento individual, a ousadia”, comentou.
Hoje, José Praxedes, 61 anos, casado, pai de três filhos, vive entre
Maceió e União dos Palmares, sua terra natal, onde exerceu o cargo de
prefeito.
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