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terça-feira, 29 de março de 2016

"Momento inesquecível em poder conversar com uma das lendas vivas do futebol alagoano: José Praxedes Neto" Ventura

Estava eu na fazenda Pedrinhas comemorando o aniversario de meu amigo particular Eduardo Pedrosa, quando de repente, surgi a grande surpresa, o encontro que há tempos esperava; um momento inesquecível em poder conversar com uma das lendas vivas do futebol alagoano: José Praxedes Neto, ou simplesmente Batoré.
 
Eu o vi jogar e sei que não estou só, sei que outros torcedores anônimos, amantes do futebol sem os artifícios de uma retórica vazia expressa por fanáticos atuais, atestam minhas palavras.

Batoré pertenceu a uma geração de ouro de nosso futebol. Um jogador diferenciado que fez parte do grande e inesquecível elenco do CSA na década de 1970, mas precisamente em 1972.

Fazia parte desse timaço, Zé Galego, Gerson (goleiros), Mendes, Zé Preta, Bibiu, Jaiminho, Dudu, Suareste, Ricardo, Giraldo, Otávio, Manuelzinho ‘caranguejo’, Misso ‘carrapeta’ dentre outros.

Já refeito do susto, conversei longamente com um dos ídolos da grande nação azulina, dono de uma arrancada fulminante, os seus dribles curtos, um passe preciso, uma visão de jogo magistral, possuidor de um talento estupendo, disciplinado  tanto dentro como fora de campo, um excelente caráter; esse era o famoso Batoré, de estatura pequena mais dono de um grande futebol.

“Nós tínhamos um time competitivo, aguerrido de muita raça e técnica. Quando perdíamos o jogo, muitas vezes nós chorávamos, passava muito tempo para se recuperar, voltávamos pra casa muito triste, abalados, a gente jogava futebol por amor a camisa, por prazer em defender nosso time, nossas cores, respeitávamos muito nosso torcedor, ele era a razão de tudo, e hoje, isso lamentavelmente já não existe mais.”, lamentou.

Batoré ainda lembrou dos amigos craques, dos jogadores diferenciados de seu tempo, a exemplo de Tadeu da Costa Lima, Reinaldo, Ronaldo Brito, Roberto Menezes, Silva, Zé Preta, Paranhos, Soareste, Otávio (irmão) Ricardo, Jaiminho, Bibiu, Giraldo, Gato Preto, Major, Ademir, Manuelzinho, Zé Galego, Zé Luiz,  Vermelho, e muitos outros que fizeram a diferença no futebol.

“Alguns desses não tive a oportunidade de jogar, mas são todos de meu tempo, da mesma época, esses eram realmente diferenciados e enchiam os olhos do torcedor”, afirmou o craque.

Em relação ao futebol brasileiro ele desabafa: “Perdemos aquilo que tínhamos de melhor no futebol brasileiro: a criatividade, a ginga, o talento individual, a ousadia”, comentou.

Hoje, José Praxedes, 61 anos, casado, pai de três filhos, vive entre Maceió e União dos Palmares, sua terra natal, onde exerceu o cargo de prefeito.


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