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terça-feira, 23 de agosto de 2016

Quilombo do Palmares, o berço da resistência negra no Brasil

A Região dos quilombos é o roteiro ideal para quem busca turismo de experiência, aliando história, gastronomia e aventura

Alagoas se destaca por ser o berço da resistência negra no Brasil, tendo como principal líder Zumbi dos Palmares. O Quilombo dos Palmares, Na Serra da Barriga, localizada em União dos Palmares, foi o maior e mais bem organizado quilombo brasileiro, funcionando como uma espécie de confederação, que abrigava os vários quilombos que existiam naquela localidade. Hoje no local, além do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, encontra-se a comunidade quilombola Muquém, importante por seu artesanato em cerâmica. O Conjunto configura-se como principal polo turístico da região dos Quilombos.

 

Chamado de Caminhos da Liberdade, o convidativo roteiro envolve etnia, cultura, natureza, ecologia, aventura e a observação de aves. Os municípios que fazem parte do roteiro são: São José da Laje, Murici, Ibateguara e União dos Palmares.


Em Murici, a natureza reina absoluta nas cachoeiras de beleza singular, como a Dias D’Avila e a Tiririca, com 86 metros de altura, o que torna o cenário ideal para prática de rapel. Em Ibateguara são as cachoeiras de Dantas e Tombador, esta última com 144 metros de altura, a maior queda d’água do Estado. Ibateguara possui ainda a maior reserva de Mata Atlântica de Alagoas e é habitada por uma diversidade de aves endêmicas.

A gastronomia da região é diversificada. A feijoada é um exemplo da época da escravidão e o preparo das iguarias preserva a tradição da época da civilização do Açúcar. Outro prato bastante apreciado é o Pitú, um tipo de camarão grande extraído em abundância nos rios da região.


A região abriga também a sede do Memorial Jorge de Lima, que guarda um acervo da vida e obra do poeta nascido em União dos Palmares, além da Igreja de São José da Laje, patrimônio católico que tem relíquias de origem francesa.

Um pouco de história

 

No dia 20 de novembro de 1695, o líder Zumbi, do Quilombo dos Palmares, foi morto em uma embosca após ser traído por um companheiro. Sua cabeça foi cortada e exposta em praça pública, na cidade de Recife, para servir de exemplo a outros escravos. Cerca de um ano antes de sua morte, no dia 6 de fevereiro de 1694, o aldeamento principal do Quilombo dos Palmares foi destruído pelos homens do bandeirante Domingos Jorge Velho, mas Zumbi conseguiu fugir. Depois de mais de um século (de 1590 a 1694), estava chegando ao fim um dos símbolos da resistência à escravidão. Localizado em um lugar de difícil acesso, no caso, o atual município de União dos Palmares, no interior de Alagoas, o quilombo foi alvo de constantes ameaças de invasão e, ao longo de sua existência, enfrentou numerosas expedições militares enviadas pelo governo para dominá-lo.

Após várias tentativas de acordo, o governo recorreu a Domingos Jorge Velho, oferecendo-lhe armas, terras e dinheiro pelo resgate dos escravos que haviam fugido. A partir de então teve início o conflito que ficou conhecido como Guerra de Palmares, em que as forças do governo saíram vitoriosas, com a destruição completa do Quilombo em 1695. Por conta da morte de Zumbi dos Palmares, no dia 20 de novembro é celebrado o dia Institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra no Brasil.

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