Não
lembro de ter me colocado
Nesse
mundo tão belo, a passeio.
Não
vejo essa vida, qual recreio,
Pra
viver minha vida recalcado.
Eu
prefiro partir mais que depressa
Vida
assim, inútil, não interessa,
Pra
não dizer, melhor ficar calado,
Que
poeta sem voz e segregado,
Esta
vida não vive, atravessa.
Da
viola só tenho as dez cordas
E
das horas do dia vinte e quatro.
Das
esquinas e das praças meu teatro,
Sem
luz, sem plateia e sem hordas.
Solto
apenas meu canto de protesto,
Pois
na vida o que eu mais detesto,
É
aquele que apenas só concorda,
O
avesso do pano de quem borda,
É
meu canto irritante e manifesto.
Fonte: POESIA GALVANEANA & Outras Palavras
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