"Edison não conseguia se concentrar de jeito
nenhum. Tinha sempre dois ou três empregos e passava o dia indo de um
para outro. Adorava trocar mensagens, e se acostumou a escrever recados
curtos e constantes, às vezes para mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
Apesar de ser um cara mais inteligente do que a média, sofria quando precisava ler um livro inteiro.
Para completar, comia rápido e dormia pouco - e não conseguia se dedicar ao casamento conturbado, por falta de tempo."
Te parece familiar o relato acima? Poderia facilmente ser a realidade
de algum amigo próximo, de um familiar ou até mesmo a sua própria
experiência.
Mas, o rapaz da história aí em cima era ninguém menos que Thomas Edison.
Sim! Ele mesmo, o inventor da lâmpada. E a situação caótica narrada por ele acontecia na década 1870 e o
aparelho que ele usava para mandar e receber mensagens, não era o Whatsapp - por óbvio ;) - era um telégrafo, que já fazia estrago suficiente na sua atenção.
O relato que está em uma edição de 1910 do jornal The New York Times, conta que quando Edison finalmente percebeu que seu problema era falta de concentração,
parou tudo, fechou-se em seu escritório e focou em um problema de cada
vez. A partir daí, produziu e patenteou mais de 2 mil invenções. (Fonte:
Revista Super Interessante).
Eu tenho um aluno, que está se preparando para uma prova importante
de concurso público que me fez uma pergunta em uma de nossas webaulas (aulas pela internet) ao vivo: "Acho que tenho problemas de concentração, visto que o
telefone, os e-mails, as redes sociais, o cachorro, a vizinha, até a
comida saborosa na geladeira me atrapalham ... enfim, tudo me distrai."
Será que essa reclamação acontece apenas com o meu aluno?
Ouso te dizer que não! A falta de concentração é uma dificuldade
recorrente na maioria dos estudantes e concurseiros da vida real. Você já reparou como o nosso cérebro é engraçadinho?
Quando queremos ler uma notícia de fofoca ou a reportagem sobre o
nosso time do coração nem nos importamos na quantidade de
páginas. Diante desse tipo de texto surge uma vontade voraz de chegar
até o final e, nem de longe, ficamos com sono ou entediados durante a
leitura.
Ficamos tão focados na atividade que nem percebemos o tempo passar.
Pois é, por qual razão o mesmo empenho não acontece quando temos de
estudar algumas matérias exigidas na nossa prova?
E para responder essa indagação não utilizarei evidências
científicas, até porque elas são muito técnicas e tornariam esse texto
chato. E eu quero que você leia até o final! Sendo assim, ousarei
explicar esse fenômeno pela minha experiência.
Acredito que a razão principal se explica com uma só palavra: interesse.
Podemos entender interesse como aquilo que pode ser considerado útil, relevante, vantajoso ou proveitoso.
Dessa forma, ler e pesquisar sobre assuntos que nos interessamos - e
gostamos - é fácil, a concentração ocorre naturalmente. Porém, quando
resolvemos estudar por mera obrigação fica tudo mais difícil.
Quem resolve melhorar a sua concentração, comumente busca soluções externas, como por exemplo:
- Encontrar um lugar mais silencioso;
- Ao invés de somente ler, também escrever o conteúdo estudado;
- Dar preferência ao estudo individual, pois no estudo em grupo fica mais fácil dispersar-se;
- Desligar ou, em caso extremo, "sumir" com os aparelhos eletrônicos;
- Cancelar as contas nas redes sociais.
Por aí seguem as dicas de mudanças no ambiente externo. E concordo que são bem úteis essas adaptações na rotina do estudante.
Entretanto, acredito ser “essencial” a outra mudança: a interna.
Isso mesmo, o sentimento é o combustível que nos impulsiona e faz
nossa máquina funcionar para melhor ou pior. Sendo assim, para atingir
um bom resultado de concentração e foco nos estudos precisamos ter
interesse genuíno no que estamos debruçados.
Se o interesse no estudo não for nato ele precisa ser conquistado. Agora, se para você estudar ainda é uma obrigação e não uma
satisfação, uma forma para ajudar a reverter essa realidade é
identificar quais vantagens e benefícios você terá com o resultado final do estudo.
Faça uma lista.
Isso mesmo, escreva tudo de bom que irá acontecer na sua vida após o sucesso na sua prova dos sonhos.
Quando perceber cada coisa boa que irá acontecer, cada vantagem que
você terá após o sucesso na prova, garanto que um sentimento bom brotará
no seu peito. Repare, inclusive, se um sorriso maroto não escapa no
canto da boca ao imaginar-se vivendo o seu sonho.
A partir dessa análise comece a criar sentimentos positivos sobre a
sua preparação, eu sei que no começo pode parecer um pouco forçado, meio
bobo até, mas insista!
Com o tempo, você aprenderá a gostar da matéria e, quem sabe,
estudará seus livros técnicos com a mesma avidez que lê seu livro de
cabeceira preferido.
Apodere-se das dicas das mudanças externas para melhorar a sua concentração e, principalmente, fortalecer as mudanças internas.
Algumas tentativas serão necessárias, às vezes, milhares delas.
A cada sessão de estudo em que se perceber "viajando", isto é,
perdendo o foco, não desista. Persista. Resgate sua atenção toda vez que
o seu cérebro tentar brincar com você.
Martha Vergine
É delegada de polícia,
professora universitária e teacher coach do EU ESTUDO CERTO.
Especialista em técnicas de estudo e estratégias emocionais para ajudar
pessoas que querem passar mais rápido em provas - como concursos
públicos, exame da OAB, vestibulares e ENEM.
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