União dos Palmares foi o município
alagoano que mais desmatou a Mata Atlântica entre 2014 e 2015, com a
eliminação de quatro hectares (aproximadamente a área de quatro campos
de futebol) de floresta nativa. No sentido inverso, Piaçabuçu, cidade
situada entre o Rio São Francisco e o Oceano Atlântico, é a que mais
conservou o bioma, com 43,1% do total natural preservado.
Isso é o que mostra o Atlas dos
Municípios da Mata Atlântica, lançado pela Fundação SOS Mata Atlântica e
pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esses são os
principais destaques do Estado de Alagoas no levantamento da ONG.
Neste ano, em que a SOS Mata Atlântica
comemora seu 30º aniversário, o estudo mapeou os 100 municípios que mais
desmataram o bioma entre 1985 e 2015. Alagoas não conta com nenhum
município nesta lista.
“O Atlas dos Municípios é extremamente
importante, pois traz um balanço de quais estados e municípios têm dado o
devido valor à preservação das florestas nativas e do meio ambiente.
Nesta edição, por meio do levantamento de 30 anos, conseguimos mapear a
situação das cidades e esperamos que esse Atlas contribua para
incentivar os novos governantes a conservarem a Mata Atlântica”, disse a
diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota.
Atlas dos 30 anos
O balanço de 30 anos do Atlas da Mata
Atlântica mostra que as regiões Sul e Sudeste têm a maior quantidade de
municípios entre os 100 que mais desmataram o bioma. Juntos, os estados
do Paraná (40), Rio de Janeiro (13) e Santa Catarina (11) responderam
por 64% desse ranking.
A Bahia tem 10 cidades no levantamento
dos 100 municípios que mais desmataram a Mata Atlântica em 30 anos,
seguida por Minas Gerais (9), São Paulo (6), Mato Grosso (4), Espírito
Santo (3), Piauí (2) e Rio Grande do Sul (2).
O ranking dos 10 maiores desmatamentos
entre 1985 e 2015 é liderado pelo Paraná, com cinco cidades, seguido
pelo Rio de Janeiro (2), Bahia (2) e Santa Catarina (1). Juntas, as 10
cidades desse ranking desmataram 169.858 hectares (1.698,58 quilômetros
quadrados), área um pouco maior do que a da capital de São Paulo
(1.522,9 km²).
Com base em imagens geradas pelo sensor
OLI a bordo do satélite Landsat 8, o Atlas da Mata Atlântica, que
monitora o bioma há 30 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento
remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima
de 3 hectares (ha). “Foram anos de trabalho para que pudéssemos
consolidar uma base temática (mapa) que permitisse atualizações anuais
consistentes. A possibilidade de o cidadão comum poder acompanhar a
dinâmica da cobertura florestal do município aonde reside é, sem dúvida,
a materialização de uma intenção que tivemos no passado”, afirma Flávio
Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE.
Planos municipais da Mata Atlântica
Um dos instrumentos mais eficientes para
que os municípios façam a sua parte na proteção da floresta mais
ameaçada do Brasil é o Plano Municipal da Mata Atlântica, que reúne e
normatiza os elementos necessários à proteção, conservação, recuperação e
uso sustentável da Mata Atlântica. Mario Mantovani, diretor de
Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, reforça que o plano traz
benefícios para a gestão ambiental e o planejamento do município.
“O PMMA é extremamente importante, pois é
um plano que depende diretamente da ação da comunidade local em
parceria com a sociedade para ser aplicado, diferente das outras leis do
país. A aplicação do plano permite o desenvolvimento de políticas
locais de meio ambiente” afirma Mario.
‘Aqui tem Mata’
É possível acompanhar a situação dos
remanescentes florestais em 3.429 municípios abrangidos pela Lei da Mata
Atlântica no ‘Aqui tem Mata?’, hotsite que disponibiliza, por meio de
mapas interativos e gráficos, informações sobre o estado de conservação
de florestas, mangues, restingas e outros ambientes do bioma.
Basta inserir o nome de um munícipio para
descobrir o que resta de vegetação, as bacias hidrográficas presentes
na cidade, o ranking municipal de desmatamento e se existe alguma área
preservada de Mata Atlântica no bairro ou em regiões próximas, como
parques, reservas federais, estaduais e municipais, entre outras
informações. Acesse www.aquitemmata.org.br.
Confira as listas completas em: https://nuvem.sosma.org.br/index.php/s/ublrLR8Vp4Fm6IX
Os mapas dos principais rankings nacionais estão disponíveis em: https://nuvem.sosma.org.br/index.php/s/zPxBZePmCXIFfXN.
Sobre a SOS Mata Atlântica
A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG
brasileira que atua há 30 anos na proteção dessa que é a floresta mais
ameaçada do país. A ONG realiza diversos projetos nas áreas de
monitoramento e restauração da Mata Atlântica, proteção do mar e da
costa, políticas públicas e melhorias das leis ambientais, educação
ambiental, campanhas sobre o meio ambiente, apoio a reservas e unidades
de conservação, dentre outros. Todas essas ações contribuem para a
qualidade de vida, já que vivem na Mata Atlântica mais de 72% da
população brasileira. Os projetos e campanhas da ONG dependem da ajuda
de pessoas e empresas para continuar a existir. Saiba como você pode
ajudar em www.sosma.org.br.
Tribunahoje
03/12/16
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