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sexta-feira, 24 de maio de 2019

Secretarias se unem para elevar o potencial cultural e turístico da Serra da Barriga

Patrimônio Cultural do Mercosul e símbolo de resistência do povo negro, a Serra da Barriga, no município de União dos Palmares, recebeu, nessa terça-feira (21), secretários de Estado que se reuniram para conferir de perto o resultado da obra de pavimentação dos, 7,4 quilômetros que dão acesso à Serra, realizado pelo programa Pró-Estrada, da Secretaria de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand). Na oportunidade, os gestores aproveitaram para articular estratégias a fim de dar ao lugar histórico o devido reconhecimento, enaltecer os elementos culturais da região e fomentar a atividade turística.

De acordo com a secretária da Cultura, Melina Freitas, a pavimentação do acesso marca um novo tempo para a Serra da Barriga. “Alagoas é o berço do maior símbolo da luta e resistência afro no mundo. Foi aqui, em União dos Palmares, que Zumbi gritou pela liberdade. Essa obra foi um divisor de águas, valoriza o nosso patrimônio cultural e desperta o sentimento de pertencimento do alagoano”, disse.

Ainda no local, a secretária da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria Silva, evidenciou o papel importante da população, principalmente o movimento negro, no planejamento dessas ações em conjunto com o Estado.

“Vamos consultar o movimento negro e toda raiz afro-brasileira que temos em Alagoas para concretizar mudanças que realmente tragam benefícios para esse povo. A Serra da Barriga é antes de tudo um patrimônio do povo negro, que criou nesta terra o maior símbolo de resistência do mundo. A melhoria no acesso deve aumentar o fluxo de turismo no local, mas não se pode deixar de lado o valor histórico e espiritual que o lugar tem, já que é um sítio arqueológico e de identidade”, ponderou Maria.

O potencial turístico da Serra também foi enaltecido pelo secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Brito. “Quando conseguimos fortalecer esse trabalho com o desenvolvimento de outros setores, como é o caso da infraestrutura, com a implantação e pavimentação do acesso à Serra da Barriga, agregamos mais valor às ações do turismo. Com a conclusão da obra, será a nossa vez de assumir e juntar esforços para fazer com que o destino amplie a geração de mais oportunidade, riqueza e renda para o povo palmarino”, afirmou Brito.

A obra de acesso à Serra da Barriga vai facilitar o acesso dos visitantes ao local. O trecho contou com serviços de drenagem, pavimentação asfáltica e com paralelepípedos, sarjetas, passeios para pedestres e implantação de pórticos. Estão em fase de implantação as sinalizações vertical e horizontal em todo a extensão que dá acesso ao local.

De acordo com Mosart Amaral, secretário de Transporte e Desenvolvimento Urbano, a obra é estratégica para o desenvolvimento cultural e turístico não apenas da Zona da Mata, mas de todo o Estado. “É uma satisfação entregar a Alagoas uma obra como essa. A Serra da Barriga é um dos principais símbolos de resistência à escravidão do mundo e agora poderá receber uma quantidade ainda maior de pessoas, já que chegar ao topo da Serra ficou mais fácil e seguro. A pavimentação desse trecho irá estimular o desenvolvimento turístico e cultural pro local. É um prazer trazer os meus colegas para verem de perto como ficou. Acredito que eles vão voltar para seus afazeres cheios de ideias para esse que é um lugar cheio de história e significado”, comemorou o secretário.

A obra faz parte do programa Pró-Estrada, do Governo do Estado, que já beneficia cerca de 90 municípios e 1200 quilômetros de malha viária estadual por meio da implantação e reconstrução de rodovias, além da pavimentação de vias urbanas. 

por Agência Alagoas

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domingo, 19 de maio de 2019

A beleza da "nossa" Franga da Magrugada



O carnaval é um dos eventos mais importante do Brasil, o mesmo paralisa as atividades econômicas desenvolvidas pelos brasileiros e, mesmo assim faz a economia aquecer os cofres públicos e das empresas privadas.

As fotografias dessa postagens é da Franga da Madrugada que esse ano além do responsável pelo bloco carnavalesco Léo Sarmento, a simpática franguinha teve os cuidados de Elizabethe Oliveira e sua equipe da pasta da cultura em União dos Palmares.

A coordenadora da cultura, Bethe Oliveira, também foi responsável pelo cronograma / saída dos demais blocos de carnaval na localidade e esse ano todos os bairros e distritos do município foi contemplados com a festa.

A festa do momo foi em março e, como é de se esperar teve muita sátira, irreverência e criatividade nas roupas dos foliões, marca registrada da folia em nosso país. Fora a farra muitos aproveitam para fazer críticas ao sistema econômico e político da nação. 

Esse ano o presidente Jair Bolsonaro e alguns ministros do seu governo foram os "homenageados" nas máscaras que os brincalhões usaram para curtir as comemorações. 

Fica a torcida que no próximo ano a roupa / vestimenta da Franga da Madrugada seja tão linda como a atual.

Sucesso para todo/as!!!   

União dos Palmares é rodeada de belas paisagens

 

O município de União dos Palmares é rodeado de natureza, vejamos os territórios da zona rural onde podemos encontrar pelas paisagens como; nascentes, rios, pequenas bicas, cachoeiras e uma dezena de chácaras na Fazenda Frios onde o Palmarino se deslocar no final de semana para tomar banho e encontrar amigos.

As opções de lazer dos conterrâneos são maiores para os que praticam atividades físicas na cidade, já que a tribo do corpo saudável faz trilhas pelo que restou da Mata Atlântica aqui na região.

Acima fotos do Retiro Park localizada na Fazenda Frios.  

sábado, 11 de maio de 2019

“Estudar geografia é um processo dinâmico, uma forma de compreender o mundo em que vivemos” Profª Maria Lucia

Responsável pelas aulas de Geografia no Colégio FAAP, a professora Maria Lúcia Sampaio Santos conversou com o Blog sobre temas que permeiam a sua disciplina. Entre eles, as resistências encontradas em sala de aula e o uso da internet como recurso para aplicar o conhecimento, por meio de fontes confiáveis, estimulando e favorecendo o aprendizado.

“Recebemos, hoje, em apenas um dia, mais informações do que nossos avós recebiam durante toda a sua vida. Isso significa que, muito mais que fornecer informações, a escola de hoje – e eu diria o ensino da geografia – deve desenvolver no aluno a capacidade de selecioná-las, de filtrá-las, para separar o que é importante, o que tem credibilidade, daquilo que é superficial ou enganoso”, disse.

Há mais de 30 anos no Colégio FAAP, a professora Maria Lúcia é formada em Geografia e Estudos Sociais, com pós-graduação em Geografia. Confira a entrevista completa:

Você leciona Geografia há 30 anos no Colégio FAAP. Desde a sua formação, o ensino da Geografia mudou? Se sim, quais as principais mudanças? Como você se adaptou a isso?

É preciso lembrar que, durante muito tempo, o ensino da geografia foi marcado por uma abordagem descritiva, em que se preocupava muito mais em decorar as informações passadas pelo professor, do que realmente construir um pensamento crítico sobre as questões estudadas.

Antigamente era muito comum cobrar lista de capitais, nome de afluentes de rios, número de habitantes e tantas outras coisas, sem se preocupar em compreender, analisar, relacionar, interpretar ou assimilar o conhecimento, dando sentido e significado aos conteúdos ensinados e construídos.

A revisão do ensino de geografia ocorreu a partir dos anos de 1980, passando por uma reformulação dos conteúdos e das formas de ensinar e aprender as diferentes disciplinas.

Estudar geografia é um processo dinâmico, uma forma de compreender o mundo em que vivemos, acompanhando as mudanças provocadas pela revolução técnico-científica e a globalização. No mundo de hoje, temos que pensar de forma global, pois todos os problemas são interdependentes.

Diante dessas mudanças, quais as principais resistências enfrentadas no ensino de sua disciplina?

Creio que, atualmente, o principal desafio enfrentado no ensino da geografia seja a falta de hábito de boa leitura. O que percebo é que os alunos têm acesso a uma multiplicidade de fontes de informações e linguagens, mas não sabem aproveitar tal diversidade, sendo que são poucos aqueles que voluntariamente se aprofundam na leitura de um texto mais denso.

Assim, em razão disso, o que observo é que por não saberem como selecionar as informações recebidas, aliada à rapidez na troca de informações, muitas vezes os alunos acabam valorizando fontes cuja qualidade e veracidade do conteúdo seja contestável.

E como fazer para mostrar a importância da Geografia, tendo em vista um mundo que privilegia o avanço tecnológico?

A geografia contemporânea tem privilegiado o conhecimento sobre o espaço geográfico em diferentes escalas de análise.

O espaço geográfico, isto é, o meio, a realidade material, em que a Humanidade vive e do qual é parte integrante, não se resume apenas ao local de morada da sociedade humana, mas constitui principalmente uma realidade que é, a cada momento, (re)construída pela atividade do ser humano. Indústrias, agricultura, rios, vegetação, solo, cidades, climas e populações fazem parte do espaço geográfico.

Assim como a sociedade, o espaço geográfico possui história, mas é dinâmico, vivo e aberto ao futuro. A produção de riqueza e a disseminação da pobreza são processos sociais conectados. O conhecimento geográfico e o desenvolvimento da ciência geográfica estão ligados à história da humanidade, à história de suas ideologias, de sua organização territorial, de suas conquistas, de suas lutas por poder.

A busca pela compreensão da maneira como os habitantes de cada lugar desenvolveram a sua espacialidade, a sua identidade e como eles se relacionam com outros lugares é um caminho para tentar compreender a Geografia do mundo atual.

Na atualidade, não existe nenhum país que não dependa dos demais, seja para o suprimento de parte das suas necessidades materiais, seja pela internacionalização da tecnologia, da arte, dos valores, da política e da cultura, o que acaba criando uma verdadeira e interessante colcha de retalhos que é objeto de estudo pela Geografia.

Além de livros didáticos, que outros recursos são utilizados para explicar o conteúdo?

Para explicar o conteúdo proponho discussões em aula, pois dão oportunidade para que o aluno desenvolva o raciocínio, o pensamento crítico, bem como a retórica e oratória. Utilizo a aprendizagem em pares, por exemplo, quando indico  para que os alunos de 3º ano se informem sobre as “fontes alternativas de energia” e, no dia marcado, peço que compartilhem as informações obtidas, efetuando comparações entre as fontes pesquisadas, de modo que ao final consigam efetuar uma verdadeira reflexão sobre a importância de tal tema. Também temos o estudo em grupos, além dos seminários, por meio dos quais exijo que os alunos venham a efetivamente produzir um conteúdo, para que eles consigam direcionar a própria aprendizagem, enquanto exploram seus conhecimentos. Por meio de tais métodos, percebo que os alunos acabam adquirindo mais confiança, autonomia e melhor percepção dos fatos.

E recursos tecnológicos, você utiliza em sua aula? Se sim, de que forma? Explique a importância desse uso?

Claro que o uso da tecnologia ajuda muito em sala de aula: nas pesquisas, nas localizações, nas delimitações de fronteiras, nas atualizações de informações, nas ilustrações de paisagens, gráficos etc. Recebemos, hoje, em apenas um dia, mais informações do que nossos avós recebiam durante toda a sua vida. Isso significa que, muito mais que fornecer informações, a escola de hoje – e eu diria o ensino da geografia – deve desenvolver no aluno a capacidade de selecioná-las, de filtrá-las para separar o que é importante, o que tem credibilidade, daquilo que é superficial ou enganoso.

É possível dizer que a Geografia ganhou muito com a Internet? Por exemplo, falar sobre solo, vegetação, hidrografia etc a partir de imagens em tempo real, mapas interativos etc?
 
Lógico que sim, a internet é uma ferramenta incrível, faz buscas rápidas, mostra dados, mapas, imagens, gráficos e informações de qualquer lugar da superfície terrestre, que é o lugar onde a humanidade vive e na qual produz modificações. A utilização da internet, vídeos, observação de paisagem etc. sempre estimula os alunos e favorece o aprendizado.

No entanto, como já mencionei, temos que orientar nossos alunos a usarem fontes respeitáveis e recursos audiovisuais adequados.

O clima se inter-relaciona com os processos de modelagem do relevo, com a formação das rochas e dos solos, com a economia e a questão ambiental. As informações sobre solo, vegetação, clima, hidrografia, agricultura, relações comerciais e capitalismo estão sempre relacionadas entre si, ampliando cada vez mais o conjunto de variáveis necessárias à compreensão dos fenômenos. Do ciclo das rochas à formação dos centros de alta pressão, das imagens de Machu Pichu à localização dos principais biomas que dão identidade ao ecossistema planetário, vamos desvendando os significados e as maneiras pelas quais esses fatores estão associados.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Primeira sala de aula é o colo da mãe

O lar é a primeira escola. É o lugar das mais importantes lições que o ser humano recebe. Pode-se afirmar que a primeira sala de aula é o colo da mãe. Não há dúvida de que os pais são os primeiros educadores e, muitas vezes, os de maior influência na direção da vida da pessoa. Eles precisam ser exemplos de virtude e dedicação. Deles recebe-se a vida, o amor, a disciplina, a educação espiritual, os testemunhos e as lições. "A educação não pode ser relegada somente à escola. Aluno é provisório. Filho é para sempre." (Içami Tiba, médico e educador brasileiro, 1941-2015). No relacionamento com a escola, pais e mestres são sobremaneira aliados e conselheiros mútuos. O educador Jean-Jacques Rousseau, filósofo e escritor suíço, 1712-1778, falou que um bom pai vale por cem mestres. 

Os chineses, ao considerar o outro lado da medalha, dizem que ser professor é ser pai para o resto da vida. A principal lição que os pais dão a seus filhos é a do amor. Esta lição serve também aos professores, pois sabemos que somente aprendemos daqueles que amamos e de quem demonstra amor. "O amor recíproco entre quem ensina e quem aprende é o primeiro e mais importante degrau para se chegar ao conhecimento." (Erasmo de Rotterdam, teólogo e humanista holandês, 1466-1536).

O verdadeiro mestre deixa a seus alunos não apenas o conteúdo do seu programa de ensino, mas também exemplos de vida. O aluno observa o seu mestre; não olha para ele e o escuta apenas; muitas vezes, também o imita; por isso, o professor nunca consegue prever completamente o efeito de sua atuação.

Estudante, por definição de dicionário, é quem estuda. A educação é, sobretudo, autoeducação. Educar, antes de tudo, consiste em educar-se. Em cada pessoa, em cada estudante, não importa a sua idade, existe um gênio, com potencial enorme a ser descoberto e cultivado. Naturalmente, sempre com a participação do próprio interessado e de todos os outros cultivadores.

Todo professor precisa ser também educador. Todo bom ensino educa e toda boa educação ensina, tanto para a vida como para a profissão. Os conteúdos modernizados representam o capital visível, enquanto o caráter assinala o capital invisível, mais decisivo que o visível: o bom moral e a boa moral são capazes até mesmo de extrair a vitória do próprio fracasso ou da perda da fortuna. Antes de qualquer outra coisa, um professor deve se dispor a ser educador.

Clemente Ivo Juliatto, escritor e educador