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quinta-feira, 22 de março de 2012

"Estou Com 40 anos e Tentando me Acostumar Com Isso" Ednaldo Severiano de Oliveira

Aconteceu nesta quarta-feira, 21, a terceira edição do Projeto Quintal Cultural, que vem sendo realizado pela Fundação Cultural Palmares com sede em União dos Palmares. O espaço na fundação vem se consolidando em reunir poetas, músicos, compositores, atores, estudantes e amantes da sétima arte. Na noite de ontem quem se apresentou foi o artista Ednaldo Severiano de Oliveira.

Ednaldo Severiano começou seu bate papo dirigindo-se as várias crianças do Povoado Vázea Grande, dizendo para elas que tomassem cuidado com o tipo de música que as grandes indústrias fonográficas vendem. Ednaldo disse para todos que estavam prestigiando o evento que em sua residência não se escuta músicas que denigrem a imagem da mulher.

O músico comparou alguns compositores que só querem vender seus
CDs com os traficantes de drogas, que se preocupam com o dinheiro arrecadado e não estão nem aí para o sofrimento dos doentes e suas famílias. Falou que elas são o futuro do país e, portanto, precisavam estudar e produzir algum tipo de arte que as deixassem felizes.

Afastado das artes por ter hoje outras obrigações como os estudos e o trabalho, o músico disse que o convite, de
Luana Tavares, coordenadora do projeto, o renova e o deixa feliz, mesmo não sobrevivendo da música.

Há 15 anos
lecionando Espanhol, Ednaldo Severiano foi distraindo o público com as histórias de sua vida e as influências que recebeu do rádio, do irmão e das bandas de rock da década de 80. E a cada fim de suas memórias ele ia cantando uma de suas canções.

Estudante de Letras na UNEAL, O poeta nos contou suas aflições para escrever um novo poema, disse que fica horas, ou dias, pensando na primeira palavra e que perdeu as contas de quantas vezes acordou e correu para escrever apenas uma palavra, ou frase, e que mesmo assim ia dormir tranquilo.

Ednaldo que é natural da cidade de Branquinha nos contou que veio morar em União aos 8 anos com sua família, na cidade eles compraram uma casa na antiga Rua do Jatobá. Aos 17 anos começou fotografando pela necessidade da sobrevivência e que com o passar do tempo foi se apaixonando pelas imagens e cores que a fotografia lhe proporcionava. O fotógrafo aproveitou para citar alguns nomes de profissionais da cidade, como: Joabe, Carlos Fotofil, a turma do Foto Cabral, Seu Holanda e Eduardo Holanda e Seu João Oliveira um dos primeiros fotógrafos palmarinos que trabalhava com uma máquina lambe- lambe.

Aos 40 anos, casado há 18 anos com
Márcia Inarcio de Oliveira e pai de um casal adolescente, Ednaldo nos contou que não ficou frustrado por não ser o melhor na fotografia, na música e nas poesias, lembrou que suas energias se dividiram em outras coisas e que ele deu prioridade ao trabalho para que a sua família podesse ter uma melhor qualidade de vida.

No final da apresentação onde o público também recitou poemas,
Severiano agradeceu o momento e disse que "Foi Formidável" o encontro daquela noite e que as crianças só tinham engrandecido o evento.






O Projeto Quintal Cultural se realiza mensalmente na Fundação Cultural Palmares e Genisete de Lucena Sarmento, representante do escritório da Fundação em Alagoase e Luana Tavares funcionária, dizem que os temas dos encontros são diversos como: teatro, poesia, fotografia, cinema e conversas com artistas.

A fundação fica na Rua
Antônio Honorato da Silva, 236, centro

I Ciclo de Debates - A Valorização da Cultura Negra

A Fundação Cultural Palmares, com sede em União dos Palmares, traz para a cidade uma exposição sobre a vida de João Cândido Felisberto, o "Almirante negro". João Cândido, foi um dos líderes responsáveis pela Revolta da Chibata.

A luta Pelos Direitos Humanos faz parte do Projeto Memória do Banco do Brasil. A exposição conta com vários banners, que retratam a vida do líder negro.

A mostra bibliográfica sobre João Cândido fica até a próxima sexta-feira 23, na Fundação Cultural Palmares, na Rua Antônio Honorato, 236. A sede abre a partir das 8hrs.


No local o visitante tem a opurtunidade de ver um exposição fotográfica onde são retratados hábitos da cultura negra.

Saudades do Tempo da Arenga Por Márcia Susana


O saudosismo é um estado natural quando adultos de certas gerações se deparam com fatos, objetos, brinquedos e brincadeiras que proporcionam lembranças de coisas do tempo da infância e juventude.

Certamente, muitos que são oriundos de décadas anteriores aos anos 90 lembram que eram comuns atividades grupais, brincadeiras de rua, bem diferente da infância vivida atualmente, as crianças confinadas em apartamentos, cercados por muros sitiados pela violência, ou pelo menos, pelo medo dela.

As noticias diárias têm revelado que a violência está cada vez mais, burlando a segurança das residências, pulando os muros e vitimado um numero crescente de pessoas e tem modificado as relações, inclusive entre familiares, colegas de turma e até amigos. Lamentavelmente, observa-se o desrespeito ao próximo por meio de atos de xingamentos, apelidos, empurra-empurra, brigas que desconsidera a amizade que em algum momento foi construída.

Não posso deixar de mencionar que no meu tempo de infância também ocorriam xingamentos, apelidos, empurra-empurra e brigas, mas também havia a enigmática técnica de conciliação após as arengas. Quando nos desentendíamos com os pares, era inevitável a arenga e rolava a intriga, o bate-boca (a famosa “esculhambação”) e saía ate “tapas”, principalmente quando a mãe de alguém era citada na discussão. Mas o curioso da cultura da arenga, do esculhambar, do chamar para a briga era que após a confusão e desavenças declaradas, normalmente apareciam as oportunidades para os intrigados se falarem, mesmo que durasse algum tempo o sentimento de raiva perdia o sentido e era esquecido.

Hoje, lamentavelmente, convivemos com uma geração de crianças e adolescentes que diante das desavenças até esquecem o motivo, mas não esquecem o sentimento de raiva que é alimentado de forma assustadora e rapidamente se transforma em rancor, ódio, o combustível que gera violência nomeada de Bullying.

Blog Márcia Susana