Em toda a minha trajetória de vida profissional, foi marcada pelo
enfrentamento as dificuldades por uma educação necessária. Isso não só
aconteceu comigo, mas com milhares de brasileiros (as) que lutam a cada dia
para garantir o acesso à educação em suas vidas. Uma das questões que mais
chama-se a tencão é a presença da diversidade humana na escola. Ao me
ingressar no curso de pós-graduação de Educação em Direitos Humanos e
Diversidade, pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL pude aprimorar minhas
pesquisas acerca dessa temática, que vejo a grande necessidade do debate no
ambiente escolar. Percebo que a maioria dos nossos grandes lutadores da
educação, os professores, ainda não está preparada para lhe dar com a
diversidade humana em sala de aula.
Não podemos negar que pertencemos há uma sociedade plural,
diversificada, onde há forte influência das origens européias, africanas e
indígenas. A questão do preconceito racista, ainda está muito presente na
sociedade, e especificamente no ambiente escolar. Nossas instituições escolares
ainda não superaram as atitudes preconceituosas e discriminatórias.
Lamentavelmente a sociedade produz e reproduz comportamentos preconceituosos
que influência negativamente no comportamento de alunos e profissionais da educação.
Não é difícil detectar atitudes que reproduz o preconceito na escola.
Práticas do tipo: sempre escolhe a menina de pele clara e olhos
azuis para ser a porta bandeira no desfile Sete de Setembro; os alunos de pele
clara sempre estão presentes na comissão de frente das alas nos desfiles. Outro
dia ouvi de profissional da educação que tinha nojo de gay e que a
homossexualidade não é normal. Práticas como essas, agride a dignidade humana e
alimenta o preconceito, impossibilitando a participação dos indivíduos da vida
social democraticamente. Oportunizar o espaço escolar para todos os gêneros e
raça é garantir os direitos universalmente. A escola representa um espaço
fortalecedor das ideias, de trabalhar a igualdade com mais ênfase, respeitando
as diferenças, impondo limites, estabelecendo regras, utilizando metodologias
adequadas e propondo diálogos sobre a cultura de paz.
Entende-se que respeitar as diferenças, representa um desafio a
ser superado na sociedade atual. É fundamental entender que as diferenças e
peculiaridades individuais, é que faz a diferença entre os seres humanos. E,
isso é diversidade, e, essa diversidade é esse conjunto de peculiaridades
individuais que não se iguala, ou seja, por mais que a sociedade deseja
unificar. Essa diferenciação acontece em função de diversos modos em diferentes
sociedades, em relação a gênero, raça, classe social e etnias.
Incentivar, valorizar e conscientizar os indivíduos sobre o
respeito à diversidade, é uma responsabilidade da escola quanto instituição que
tem como papel a formação de cidadãos. Para os professores José Baptista de
Mello Neto e Michelle Barbosa Agneleti da UFPB. Quebrar paradigmas e superar
tabus é uma das missões de educador(a)s comprometido(a)s como atendimento de
demandas da sociedade na qual ele(a)s se inserem, transformando essa mesma
sociedade, dotando-se de conhecimento para a promoção do respeito às
diferenças.
Na diversificação dos grupos sociais existentes na sociedade
contemporânea, há o grupo de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais
(LGBTT), que cotidianamente as pesquisas demonstram que eles vêm sendo vitimas
de preconceito e discriminação em seu próprio país. E lamentavelmente o
preconceito acontece dentro das escolas. Críticas humilhantes, agressões
físicas, desrespeitos em repartições públicas, comentários maldosos e
caluniosos de apresentadores de TV e representantes de religiões, são algumas
das ações preconceituosas acometidas aos homossexuais.
É lamentável que atrocidades como essas aconteçam, e que muitas vezes
os agressores ficam impunes. Os homossexuais não podem sentir-se estrangeiros
em seu próprio país. São cidadãos que estudam e trabalham, participam da vida
pública e merecem que seus direitos sejam respeitados igualmente. Não é
privilégio nem luxo os programas de saúde pública destinados ao público LGBTT,
e sim direito. Faz-se necessário a criação de políticas públicas que atenda
essa minoria, como há nos serviços públicos para idosos, crianças, adolescentes
e mulheres.
Uma das políticas públicas que deve merecer
investimentos da governança no combate ao preconceito e discriminação é a
educação. Capacitar os profissionais no sentido de proporcionar aos alunos uma
educação inclusiva é uma divida do governo a sociedade. Acolher com dignidade
os negros, homossexuais, índios, deficientes físicos, etc, é o papel da
educação. E para que essa prática efetive-se, requer investimentos, empenhos
dos profissionais da educação no sentido de oferecer uma educação de qualidade
e igualitária a sociedade. É importante para a riqueza da diversidade humana
seja respeitada.
*Adriano
Firmino Marques é graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual de Alagoas –
UNEAL, especializando em Educação em Direitos Humanos e Diversidade pela
Universidade Federal de Alagoas – UFAL e leciona a dez anos na rede pública de
ensino de União dos Palmares.