Pages

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A diversidade humana presente na escola Por Adriano Firmino Marques*


Em toda a minha trajetória de vida profissional, foi marcada pelo enfrentamento as dificuldades por uma educação necessária. Isso não só aconteceu comigo, mas com milhares de brasileiros (as) que lutam a cada dia para garantir o acesso à educação em suas vidas. Uma das questões que mais chama-se  a tencão é a presença da diversidade humana na escola. Ao me ingressar no curso de pós-graduação de Educação em Direitos Humanos e Diversidade, pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL pude aprimorar minhas pesquisas acerca dessa temática, que vejo a grande necessidade do debate no ambiente escolar. Percebo que a maioria dos nossos grandes lutadores da educação, os professores, ainda não está preparada para lhe dar com a diversidade humana em sala de aula.

Não podemos negar que pertencemos há uma sociedade plural, diversificada, onde há forte influência das origens européias, africanas e indígenas. A questão do preconceito racista, ainda está muito presente na sociedade, e especificamente no ambiente escolar. Nossas instituições escolares ainda não superaram as atitudes preconceituosas e discriminatórias. Lamentavelmente a sociedade produz e reproduz comportamentos preconceituosos que influência negativamente no comportamento de alunos e profissionais da educação. Não é difícil detectar atitudes que reproduz o preconceito na escola.

Práticas do tipo: sempre escolhe a menina de pele clara e olhos azuis para ser a porta bandeira no desfile Sete de Setembro; os alunos de pele clara sempre estão presentes na comissão de frente das alas nos desfiles. Outro dia ouvi de profissional da educação que tinha nojo de gay e que a homossexualidade não é normal. Práticas como essas, agride a dignidade humana e alimenta o preconceito, impossibilitando a participação dos indivíduos da vida social democraticamente. Oportunizar o espaço escolar para todos os gêneros e raça é garantir os direitos universalmente. A escola representa um espaço fortalecedor das ideias, de trabalhar a igualdade com mais ênfase, respeitando as diferenças, impondo limites, estabelecendo regras, utilizando metodologias adequadas e propondo diálogos sobre a cultura de paz. 

Entende-se que respeitar as diferenças, representa um desafio a ser superado na sociedade atual. É fundamental entender que as diferenças e peculiaridades individuais, é que faz a diferença entre os seres humanos. E, isso é diversidade, e, essa diversidade é esse conjunto de peculiaridades individuais que não se iguala, ou seja, por mais que a sociedade deseja unificar. Essa diferenciação acontece em função de diversos modos em diferentes sociedades, em relação a gênero, raça, classe social e etnias.

Incentivar, valorizar e conscientizar os indivíduos sobre o respeito à diversidade, é uma responsabilidade da escola quanto instituição que tem como papel a formação de cidadãos. Para os professores José Baptista de Mello Neto e Michelle Barbosa Agneleti da UFPB. Quebrar paradigmas e superar tabus é uma das missões de educador(a)s comprometido(a)s como atendimento de demandas da sociedade na qual ele(a)s se inserem, transformando essa mesma sociedade, dotando-se de conhecimento para a promoção do respeito às diferenças.

Na diversificação dos grupos sociais existentes na sociedade contemporânea, há o grupo de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais (LGBTT), que cotidianamente as pesquisas demonstram que eles vêm sendo vitimas de preconceito e discriminação em seu próprio país. E lamentavelmente o preconceito acontece dentro das escolas. Críticas humilhantes, agressões físicas, desrespeitos em repartições públicas, comentários maldosos e caluniosos de apresentadores de TV e representantes de religiões, são algumas das ações preconceituosas acometidas aos homossexuais.

É lamentável que atrocidades como essas aconteçam, e que muitas vezes os agressores ficam impunes. Os homossexuais não podem sentir-se estrangeiros em seu próprio país. São cidadãos que estudam e trabalham, participam da vida pública e merecem que seus direitos sejam respeitados igualmente. Não é privilégio nem luxo os programas de saúde pública destinados ao público LGBTT, e sim direito. Faz-se necessário a criação de políticas públicas que atenda essa minoria, como há nos serviços públicos para idosos, crianças, adolescentes e mulheres. 

Uma das políticas públicas que deve merecer investimentos da governança no combate ao preconceito e discriminação é a educação. Capacitar os profissionais no sentido de proporcionar aos alunos uma educação inclusiva é uma divida do governo a sociedade. Acolher com dignidade os negros, homossexuais, índios, deficientes físicos, etc, é o papel da educação. E para que essa prática efetive-se, requer investimentos, empenhos dos profissionais da educação no sentido de oferecer uma educação de qualidade e igualitária a sociedade. É importante para a riqueza da diversidade humana seja respeitada.

*Adriano Firmino Marques é graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL, especializando em Educação em Direitos Humanos e Diversidade pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL e leciona a dez anos na rede pública de ensino de União dos Palmares.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado por comentar!
Continue nos visitando!