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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Primeira-dama visita polo de produção artesanal em União dos Palmares

 Destaques das cerâmicas do povoado de Muquém são as peças produzidas por mestras Irinéia e Marinalva 

Foi na comunidade Muquém, de remanescentes quilombolas de União dos Palmares, que a primeira-dama de Alagoas, Renata Calheiros, visitou um polo de produção artesanal do Estado.

O propósito foi conhecer o trabalho em cerâmica desenvolvido pelas mestras Irinéia e Marinalva, que há décadas modelam o barro e produzem peças que contam parte da história e costumes do povo daquela região.

A visita foi acompanhada por técnicos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur). As artesãs apresentaram o modo de produção, forma de comercialização e divulgação dos trabalhos das mestras e de outros artesãos do povoado Muquém.

“O Estado tem interesse em preservar nosso patrimônio artístico e buscar as melhores alternativas de divulgação. Estamos visitando todos os polos de produção artesanal para identificarmos o que está sendo produzido por nossos mestres. Aqui em Muquém a arte é surpreendente e ainda mais enriquecedora, devido ao seu contexto histórico e cultural”, disse Renata Calheiros.

Para mestra Irinéia, a iniciativa do Governo do Estado, na pessoa da primeira-dama, e com o apoio da Sedetur, mostra a valorização do trabalho artesanal da comunidade. “É importante que povo venha conhecer o que fazemos, e que nosso trabalho também seja divulgado pelo mundo. Sozinho não dá para a gente fazer isso”, afirmou a mestra, que é considerada patrimônio vivo de Alagoas.

Gerações de Artesãs

Dona Irinéia conta com o apoio do esposo, seu Antônio Nunes, artesão, e de filhas e netas, que também produzem peças de barro. A parceria familiar também é vista no ambiente de produção de panelas e tachos de Dona Marinalva, que há mais de 50 anos modela estes utensílios, como já fazia suas gerações passadas. “Agora vejo meus netos, que já me acompanham quando venho queimar o barro”, conta mestra Marinalva.

Segundo a primeira-dama, é imprescindível orientar as novas gerações sobre a importância de preservar a história dessas mestras. “Conscientizá-los que aqui não é apenas uma fonte de renda, mas, principalmente, a história cultural do seu povo”, avaliou Renata Calheiros.

Na visão da superintendente de Desenvolvimento Regional da Sedetur, Gisele Mascarenhas, o povoado de Muquém possui um rico acervo de mestres, como Irinéia e Marinalva.

“Temos uma produção singular de peças raras e cheias de identidade, mundialmente reconhecidas e valorizadas. Queremos a valorização do artesanato alagoano, desta arte única e singular dos nossos mestres”, disse a superintendente.

“A primeira-dama está construindo um novo olhar para o artesanato alagoano, com muita simplicidade e simpatia. Hoje, os artesãos se sentem muito mais valorizados e acreditam no saber fazer”, concluiu Gisele Mascarenhas.

Deputado segue no cargo até que processo seja julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou, por maioria de votos, o mandato do deputado estadual Marquinhos Madeira por compra de votos em União dos Palmares. Eleito pelo PT e hoje no PMDB, o parlamentar, apesar de cassado por 6 votos a 1, pode recorrer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sem precisar deixar o cargo. A Ação de Impugnação de Mandato Eleitoral (AIME) é de autoria do Ministério Público Eleitoral (MPE) e teve como relator o desembargador José Carlos Malta Marques.

O desembargador Fábio Henrique Gomes foi o último a votar, em sessão nesta quinta-feira (20), após pedir vistas em sessão passada, onde cinco votos já haviam sido proferidos. Ao relatar seu voto, Fábio Henrique apontou que os depoimentos colhidos durante o processo de investigação mostram que houve o crime eleitoral de compra de votos e que o valor pago era de R$ 170.

"Os depoimentos foram esclarecedores e apontaram que havia um esquema de compra de votos na cidade de União dos Palmares. O valor, de R$ 170, seria referente a três votos, mas algumas das pessoas que o venderam não chegaram a receber o dinheiro e, por isso, denunciaram o esquema", disse o desembargador.

Ainda de acordo com Fábio Henrique, mesmo sem a comprovação da ligação entre o "aliciador" com o deputado, o esquema favorecia diretamente o parlamentar. "A ?casadinha? contemplava três candidatos: um deputado estadual, um deputado federal e um governador. Seria o valor R$ 50 por candidato, mais R$ 20 para o lanche. Os demais não foram eleitos, por isso este processo é apenas contra Marquinhos Madeira", disse.

Em sessão anterior, o relator do processo é o desembargador José Carlos Malta Marques, afirmou durante seu discurso, que a compra de votos é um crime difícil de se investigar, mas que todos os casos devem ser investigados e seus praticantes julgados e, se comprovada a culpa, serem condenados. Ele afirmou que as pessoas que não haviam recebido o pagamento, teriam procurado uma rádio local para denunciar o crime e cobrar pelo voto vendido.

O relator votou a favor da cassação do mandato de Marquinhos Madeira. Por ser uma AIME, o presidente do TRE, desembargador Sebastião Costa, acompanhou o voto do relator.

Apenas o desembargador Alberto Maya votou divergente ao voto do relator, onde julgou improcedente o pedido de perda do mandato do deputado estadual. 

O ex-deputado estadual Judson Cabral (PT) pode assumir a vaga deixada pelo parlamentar, caso seja condenado pelo TSE.


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Ser professor, ser artista

Eu não sonhava em ser professor. Em momento algum da minha infância, imaginava-me diante do quadro e do giz. Apesar de ser um bom aluno, gostar de estudar, o ofício da docência não entrava nos meus planos.

Queria mesmo era ser artista. Cantar, dançar, gravar homéricas cenas. Tanto, que ao recordar a escola, lá estava à frente dos eventos culturais. Dotado deste desejo, prestei vestibular para o curso de Arte e Mídia, mas por outras circunstâncias, acabei por cursar Pedagogia. Um impacto em meus anseios.

Ainda assim, persisti. Levei muito a sério a fala de uma das minhas professoras: “se você decide fazer algo, ainda que não seja aquilo que você queira, faça o melhor”. Com esta tônica, cheguei ao período dos primeiros estágios e, surpreendentemente, o espaço escolar tomou conta de mim. Ora, pelos desafios de estar em sala de aula; ora, pela possibilidade de ser um agente transformador, ante o caos.

A experiência do ensinar cativou-me. Nela, a arte, o chamado, o suor no rosto e a boca em riso fácil. Nela, as mãos na cabeça, nos olhos e em outras mãos. Vi que neste lugar, nem sempre em condições ideias, encontra-se um brilhante espetáculo capaz de transformar a vida de muita gente. Ah, que este pulsar não se perca no meio das dificuldades! Que professores e alunos mudem de enredo, inventem novos personagens, criem e recriem até chegar ao clímax. Eu visto a roupa de Príncipe para não deixar morrer essa história.

Entoou Rubem Alves: há escola que são gaiolas e há escolas que são asas. No teatro do hoje, todo esforço para que nossa escola ensine e aprenda a voar!

Abraão Vitoriano
Formado em Letras e Pedagogia. Pós-graduado em Educação. Escritor. Poeta. Revisor de textos. Professor na Faculdade São Francisco da Paraíba e na Escola M. E. I. E. F Augusto Bernadino de Sousa.