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quarta-feira, 18 de março de 2015

Renan Filho discute conservação e promoção do Quilombo dos Palmares

O governador Renan Filho recebeu em seu gabinete, nesta segunda (16), o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP-MinC), Hilton Cobra, o diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro (DPA), Alexandre Reis, e o deputado federal Paulo Fernandes dos Santos, o Paulão, para tratar sobre projetos de conservação e promoção do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, situado na Serra da Barriga, no município de União dos Palmares.

A realização de um projeto que estruture um dos principais símbolos de resistência da luta negra no Brasil para o fortalecimento cultural e turístico da região e o remanejamento das famílias que moram indevidamente na área, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foram as principais pautas discutidas na reunião.

“Precisamos melhorar o acesso ao Parque e criar uma estrutura para facilitar as visitações e que valorize a história da região. O estado já garantiu um terreno para o remanejamento das famílias e vamos avaliar as possibilidades do projeto”, destacou Renan Filho, que já assinou o decreto de desapropriação do terreno de cerca de três hectares, destinado à construção das 16 unidades habitacionais, no início deste mês.

Um projeto da gestão anterior, que se encontrava paralisado, foi apresentado ao governador pelo diretor do DPA, Alexandre Reis, para avaliação e possíveis reajustes.

Segundo o presidente da FCP-MinC, Hilton Cobra, é preciso dar um pontapé inicial com a melhoria das condições de acesso, que é comprometido pelas condições naturais da região nos períodos de chuva.

Para o deputado Paulão, que já garantiu emenda com recursos destinados ao projeto, “a Fundação tem um papel singular na luta pela valorização da cultura de matriz africana. Aqui no estado temos em torno de 60 municípios quilombolas e é muito importante que governo atual tenha a sensibilidade de reconhecer o patrimônio histórico e promover a região”.

Agência Alagoas

Fundação Palmares despeja moradores da Serra da Barriga, em AL, por telefone.

Sobre a notícia do “remanejamento” das 14 famílias que vivem no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, em União dos Palmares, Alagoas ouvimos  a opinião de alguns moradores. Com a palavra a Fundação Cultural Palmares.

"Moramos faz mais de 40 anos na Serra da Barriga. Durante todo esse tempo cuidamos desse espaço como se fosse a nossa casa. E, é, né?

Sair da Serra é bem mais do que uma simples mudança de local. Tem toda uma história de raiz. A nossa história.

A Fundação Palmares diz que nossa retirada é para preservação do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, mas, a gente tem dúvida sobre essa preservação, pois, desde que moramos aqui tem muito dinheiro aplicado, mas, o resultado é muito pouco.

O Parque Memorial Quilombo dos Palmares continua assim- deserto, com um pouquinho de gente vindo visitar.

Dizem que foi investido 2 milhões na última reforma, mas, a gente não vê essa grandes melhorias.

Cadê a estrada que vai pra mais de 20 anos que todo mundo promete, e ela só fica nas conversas fiadas?

Quando falta gente, somos nós, os moradores da Serra que cuidamos disso aqui.

Se a gente tem receio de sair daqui?

Alguns querem sair, porque acham que vão receber bastante terra para produzir e cuidar. A grande maioria não, pois, tem medo dessas promessas de Governo. Não conhecemos  bem o terreno, se é produtivo ou não. Não sabemos -de verdade- o que vai ser oferecido. Se a casa é adequada, ou é um biombo mixuruca, como o governo costuma dar pro povo pobre.

O lugar que foi anunciado nas reportagens, não  é o terreno do matadouro da rua da ponte, é em outro lugar. E não é tão perto assim de União dos Palmares, e isso pode complicar a vida de quem tem que vir pra cidade.

Eu discordo da saída das 14 famílias da Serra da Barriga, porque a  Fundação Palmares nunca cumpriu com os compromissos. Sem a gente para cuidar disso tudo aqui, aí  é que o Parque ficará abandonado, de verdade.

A Fundação Palmares não sabe dialogar com os moradores, até para avisar que nós seríamos retirados e que já tinham um terreno  foi feito por telefone. Não vieram aqui dialogar "com nós", acharam mais fácil telefonar, do que olhar no olho da gente. Isso é uma falta de respeito.

Até o escritório da Palmares- aqui em União está sem comando.

É assim que eles preservam a cultura negra?

Abaixo o link da notícia da desocupação.
http://www.palmares.gov.br/?p=36155