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segunda-feira, 14 de abril de 2014

"A minha vida se confunde com a escola. Essa foi uma decisão consciente que tomei depois que “voltei” da depressão pós-morte da minha mãe" Carlos Correia



JMarcelo Fotos: Você tinha quantos anos quando seus pais falecerem? O que aconteceu com eles?

Minha mãe faleceu um mês antes de eu completar 6 anos. Como era de se esperar, foi um aniversário sem muita alegria, apesar da festa que fizeram para me animar. Com a morte da minha mãe, eu entrei em depressão por quase um ano, o que me fez ficar ausente da escola por decisão dos meus familiares próximos. Papai morreu quando eu já era adolescente (14-15), numa fase em que eu estava ensaiando me descobrir, experimentar o mundo e, de repente, tudo se revestiu com ares de responsabilidade quase sufocantes, afinal, éramos 3 irmãos com uma vida toda pela frente a nos desafiar. Minha mãe morreu de câncer de mama. Meu pai, de cirrose hepática.

JMarcelo Fotos: Você e seus dois irmãos foram criados por quem?

Como disse antes, quando minha mãe morreu eu tinha por volta de 6 anos e a minha irmã cerca de 10. Ou seja, a experiência de vida que minha irmã teve junto com a minha mãe foi mais significativa que a minha, e daí eu posso entender por que ela tem uma inteligência emocional muito superior a minha. Assim, dizer que ela foi criada pela segunda esposa de papai seria um pouco forçado, pois ela já tinha traços de personalidade bem definidos quando esse outro casamento de meu pai aconteceu. Eu, não. Posso afirmar que a minha criação se deu com a minha madrasta, até mesmo porque ela já havia sido a minha babá antes... E aqui há uma questão de família mal resolvida. O Gláucio já é filho desse segundo casamento, a mãe dele ainda é viva, mas ele escolheu viver conosco, aos sete anos, quando pai morreu e sua mãe, minha madrasta, saiu de casa para o segundo casamento dela.

JMarcelo Fotos: Como vocês superaram esse fato e deram continuidade as vidas de vocês?

Eu não posso responder pelos meus irmãos. Mas da minha parte não há que se falar em superação. Sinceramente, acho que certos fatos da vida quando acontecem em tempos sensíveis como a infância/adolescência acabam por nos fundar enquanto seres humanos. O dilema da perda é algo com o qual eu sempre terei que lidar. Agora, a vida por si só continua e não nos cabe muita coisa além de seguir em frente da melhor maneira possível, porque cá entre nós, lamúrias não nos caem bem.
                    
JMarcelo Fotos: Carlos, como foi sua infância e quais lembranças tem dessa época?

Morei a vida toda em União no bairro Costa e Silva, até o ano passado quando me mudei para Maceió. Do bairro e dos amigos durante a minha infância, tenho ótimas lembranças. De brincar na rua com um monte de amigos. De andar de bicicleta, patins e afins com meu amigo, Anderson. De fantasiar mundos e criar os nossos próprios brinquedos no quintal de casa com a minha irmã. De criar uma galinha como animal de estimação, até o trágico dia em que resolveram que ela estava pronta para ir à panela. E de lá nunca mais voltou, porque também há na infância o que lembramos quando queremos esquecer. 

JMarcelo Fotos: Como era o Carlos aluno?

A minha vida se confunde com a escola. Essa foi uma decisão consciente que tomei depois que “voltei” da depressão pós-morte da minha mãe. Lembro perfeitamente o dia em que regressei à escola. Fui levado pelas ruas a caminho da escola pelas mãos da minha avó adotiva (mãe da minha madrasta), eu quase falto no primeiro dia de aula na primeira série por que não havia quem me levasse à escola. Obviamente, fiz o trajeto com muita atenção, para que no outro dia eu não dependesse de ninguém para tanto. Ainda muito ensimesmado, não me juntei ao restante de crianças que aguardavam os portões da escola serem abertos. Fui sentar afastado. Ali me ocorreu que eu poderia depositar na escola/educação minhas esperanças de futuro. Parece exagerado falar assim quando estamos tratando de uma criança de 7 anos, mas foi exatamente esse insight que tive e foi essa crença que fez ser o “aluno” que fui e que sou, por que acredito muito que a educação pode transformar vidas.

JMarcelo Fotos: Qual sua formação atual?

Atualmente, sou licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL e especialista em Educação Ambiental pela Universidade Cidade de São Paulo – UNICID e em Educação em Direitos Humanos e Diversidade pela UFAL.

JMarcelo Fotos: Você sofreu preconceitos por ser deficiente físico?

Sim. Qualquer que seja a diferença que você traga no corpo, alguém de alguma forma irá lhe lembrar disto da pior maneira possível... Daí que você internalize as ofensas e desenvolva algum tipo de sentimento de inferioridade é de se supor. No meu caso, isso se refletiu em um comportamento tímido que tem cedido espaço, felizmente, cada vez mais a gestos expansivos, pois acho que estou aprendendo a viver melhor com isso.

JMarcelo Fotos: Ser deficiente físico tem suas vantagens? Quais? 

Sim, mas para se valer dessas “vantagens” você precisa estar qualificado. Estou falando das reservas de vagas em concursos públicos, por exemplo. O que vemos, na verdade, é que pessoas com algum tipo de deficiência física, auditiva, visual, mental... têm maiores dificuldades de seguir a jornada escolar por muito tempo, dificilmente alcançando níveis de escolaridade que lhe permitam acessar estas políticas públicas. Já eu, particularmente, mesmo tento a qualificação necessária sempre tive receio de lançar mão desse direito porque não me “classificava” como deficiente, pois a lesão que tenho no braço direito (Paralisia de Erb-Duchenne) não me atrapalha a locomoção, por exemplo. Nesse sentido, fui procurar opinião médica a respeito, e os dois especialistas em traumatologia que consultei me consideraram apto a requerer este tipo de reserva de vaga. A partir de então comecei a acessar esse direito e todas as juntas médicas a que me submeti validaram o entendimento dos especialistas que eu havia consultado. Relato isto para esclarecer outras pessoas que se considerem aptas a exercer este direito no sentido de procurarem algum especialista que as orientem como fazer valer seus direitos. Sei também que pessoas com deficiência física ou doenças graves podem ter descontos para aquisição de veículos, mas ainda não acessei este direito.

JMarcelo Fotos: Você é Biólogo concursado da Universidade Federal de Alagoas, da cidade de Penedo, qual a sua função na instituição e qual foi a trajetória profissional de chegar à UFAL?  

Na UFAL em Penedo, eu trabalho no Laboratório Didático Multidisciplinar onde ocorrem as aulas práticas e algumas atividades de pesquisa do curso de Engenharia de Pesca. Além disso, sou professor voluntário e ministro com outro professor da unidade a disciplina eletiva de Educação Ambiental. Antes de chegar ao cargo de Biólogo na UFAL em 2012, eu fiz a seguinte trajetória profissional: 1) Agente de Pesquisas e Mapeamento no IBGE de União dos Palmares (2005-2006); 2) Agente Administrativo na 7ª Coordenadoria Regional de Ensino em União dos Palmares (2006-2008); 3) Assistente em Administração na UFAL (2008-2010); 4) Técnico do Seguro Social no INSS de União dos Palmares (2010-2012).

JMarcelo Fotos: Como se deu seu envolvimento com o Meio Ambiente aqui em União dos Palmares?

Em 2006, eu trabalhava na 7ª Coordenadoria Regional de Ensino e fui convidado pela Maria Betânia, educadora ambiental da SEMED União dos Palmares e da própria 7ª CRE na época, para participar de uma formação continuada em Educação Ambiental na Escola promovida pela SEMED União dos Palmares em parceria com o Instituto Lagoa Viva e com o apoio da 7ª CRE. Foi nesse coletivo de educadores ambientais que me envolvi com as questões ambientais em geral e com os problemas ambientais de União em particular. Em 2006, eu também havia acabado de ingressar na graduação em Ciências Biológicas na UFAL. Então tudo se complementou de uma forma interessante e sou muito grato pela oportunidade que foi me formar simultaneamente nesses dois espaços.

JMarcelo Fotos: JMarcelo Fotos: Quais são os maiores problemas ambientais que temos em União?

Em União dos Palmares, temos enfrentado um desafio ambiental sério que é o lixão da cidade que está esgotado, com incêndios recorrentes, danos à saúde pública e ao bem-estar de pessoas que residem nas redondezas. Também não podemos desconsiderar as péssimas condições de trabalho que os catadores de materiais reciclados enfrentam trabalhando naquele lugar. E o pior em relação a este problema é que não temos tido notícias de que o consórcio intermunicipal para construir o nosso aterro sanitário esteja avançando. Poderia citar também o uso irregular das margens do Riacho Cana Brava para a construção de empreendimentos comerciais que têm alterado significativa a topografia das margens do riacho, o que certamente irá influenciar no regime de águas quando vivenciarmos a próxima cheia cíclica da região, acentuando os danos em áreas populares, o que eu caracterizaria como um processo de injustiça ambiental em curso na cidade. Ainda em termos urbanos, nós ainda temos um grave problema de limpeza dos espaços públicos. Há também o desmatamento da Serra dos Frios que já influi na quantidade e qualidade de suas nascentes.

JMarcelo Fotos: Como podemos resolvê-los?

A resolução dos problemas ambientais exige solidariedade, ou seja, dependem de uma ação compactuada entre Poder Público e Sociedade, se ambos não compartilharem o interesse e a vontade de agir para resolver certas questões, dificilmente as coisas irão mudar. Aqui, cabe-nos refletir se em União dos Palmares estes dois fatores estão em sinal positivo. Eu acho que não, mas também reconheço muito potencial nesse sentido, tanto no Poder Público com na sociedade. Falta mesmo visão estratégica para estes temas, deixando de encarar o tema “meio ambiente” como um anexo, um “efeite”, quando, na verdade, é um eixo norteador para se pensar o mundo hoje em dia.

JMarcelo Fotos: Seus trabalhos acadêmicos apresentados em diferentes cidades brasileiras sempre têm a temática Meio Ambiente? 

Sim, sempre articulo a questão ambiental em meus trabalhos. Estas articulações têm se dado em diferentes âmbitos, mas especialmente em relação a temáticas como a diversidade, a cultura, os direitos humanos e a mídia.

JMarcelo Fotos: Como é seu trabalho na Sala Verde?

Eu sou voluntário da Sala Verde Serrana dos Quilombos. Conheci a equipe técnica de lá durante o curso de formação continuada do Instituto Lagoa Viva do qual já falei. Assim, participei inclusive da inauguração da Sala Verde, ajudando na organização do evento e desde então tenho colaborado com consultorias relacionadas a projetos e ações da Sala que ajudo a construir.

JMarcelo Fotos: Como você analisa os trabalhos desenvolvidos por ambientalistas palmarinos?

Seria suspeito avaliar algo com o qual estou particularmente envolvido. Nesse sentido, acho melhor deixar com vocês a opinião que recebo de pessoas de externas de outras cidades e Estados até e que nos dizem ser o nosso trabalho bastante consistente, amadurecido, com coerência de conceitos e práticas em educação ambiental. Agora, isso não quer dizer que está tudo muito bem e obrigado. Pelo contrário, é bom frisar que quem faz educação ambiental na cidade, faz com muito pouco apoio institucional e, especialmente, financeiro, pois não temos acesso a recursos para executar boa parte de nossos projetos.

JMarcelo Fotos: Você é tutor no Curso Educação Ambiental: Escolas Sustentáveis e COM-VIDA da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), como está sendo desenvolvido o curso aqui em União dos Palmares?

O curso está sendo desenvolvido na modalidade de Educação a Distância, em regime semipresencial, com um encontro mensal referente a cada um dos 5 módulos do curso. Contamos com apoio da Sala Verde Serrana dos Quilombos a quem gostaria de agradecer nominalmente a Maria Betânia, Maria Aparecida (Cidinha), Madalena Soares e Maria Goretti pelo constante auxílio ao desenvolvimento do curso.

JMarcelo Fotos: Como você conheceu a intelectual Dulce Maria da UFOP?

Conheci a Dulce Maria em Cuiabá, em setembro de 2013, durante o II Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países Lusófonos, na UFMT. Naquela oportunidade, ela estava presente junto com técnicos do MEC para apresentar aos educadores ambientais do evento a proposta do Programa Nacional Escolas Sustentáveis. Foi nesse evento que articulamos a possibilidade de trazermos o curso de aperfeiçoamento e especialização em Educação Ambiental: Escolas Sustentáveis e COM-VIDA da UFOP para União dos Palmares.

JMarcelo Fotos: Você é um estudioso sobre o Budismo?

Eu sou um curioso sobre o Budismo, há uma diferença muito grande nisso. Mas sim, admiro muito a cosmovisão oriental. Para quem desejar conhecer um pouco mais sobre o Budismo, eu indico o excelente livro “Buda na Mochila: Budismo prático para jovens”, de Franz Metcalf.

JMarcelo Fotos: Quais são suas crenças, você é adepto do tarô? Tem outras particularidades na área espiritual?

Sim, eu jogo tarô, mas apenas entre amigos íntimos e em ocasiões especiais. É muito mais uma conversa de autoconhecimento entre pessoas que já se conhecem bastante do que qualquer outra coisa. Na área espiritual, eu sou muito curioso, gosto mesmo de explorar esse campo, já tive contato com ideias que vão desde Alan Kardec até Edir Macedo... Sim, eu já li Edir Macedo, porque a gente precisa conhecer para dizer se sim ou se não. Fui criado numa família católica, como a maioria dos brasileiros, mas nunca tive nenhuma orientação por parte dos meus parentes para seguir uma ou outra religião, na verdade, minha família é mais secular que religiosa, de maneira que a minha curiosidade talvez seja um gesto para equilibrar essa ausência de orientação espiritual.

JMarcelo Fotos: Um fato interessante que ocorreu em sua vida?

Quando eu estudava 5ª série, na volta para casa da Escola Estadual Paulo Sarmento um idoso me parou, pediu para olhar minha mão esquerda e me fez uma pergunta: O que é um arquipélago? Eu respondi: É um conjunto de ilhas. Ele deu o veredicto: Você será feliz. Até hoje ainda não resolvi esse enigma.

JMarcelo Fotos: Quais são seus planos para o futuro e o que não fez que gostaria de fazer?

Até dois meses atrás eu responderia esta pergunta com a maior facilidade, por que eu tinha certeza do que queria para o meu futuro: viajaria para o Rio para fazer mestrado, aprenderia uma língua estrangeira em algum intercâmbio, faria serviço voluntário em uma fazenda ecológica no interior do Equador... Mas veio uma novidade e as certezas de antes deram lugar a planos que estão sendo construídos por esses dias mesmo. Os meus planos são fazer exatamente o que não fiz até agora.

JMarcelo Fotos: Como é sua rotina morando em Maceió e trabalhando em Penedo?

Um pouco desgastante, ir e vir na trajetória Maceió-Penedo-Maceió diariamente não é fácil. Requer muita disciplina de horários e regimes de sono escassos. Mas no fim do dia, tudo vale a pena pelo aconchego do lar e pelos reencontros de toda noite.

JMarcelo Fotos: O que vem a sua cabeça quando pergunto:

Serra da Barriga: Resistência, luta, liberdade.

Subir a pé a Serra da Barriga: Uma experiência alegre entre amigos, todo dia 20 de novembro que subi a pé a Serra da Barriga foi entre bons e divertidos amigos. Gosto muito.

JMarcelo Fotos: Por que esse lugar é tão importante para o mundo? Tem o mesmo valor para os conterrâneos palmarinos? 

Porque foi aqui que homens negros sonharam e praticaram a liberdade em meio à infâmia da escravidão. A dor, a luta e a resistência que sentiram, enfrentaram e encenaram dão pistas para o mundo de que nós, humanos, temos o dom de mudar a nossa história, construindo outros mundos possíveis. Infelizmente, a maioria de nós, palmarinos, não somos capazes de fazer deste passado alicerce para um futuro outro mais solidário, próspero e digno para todos.

JMarcelo Fotos: Você é conhecido por seu bom gosto. Peço que indique aos leitores do Blog:

Falando em bom gosto, permita-me um brincadeira: “Eu não gosto do bom gosto” (Adriana Calcanhotto). Mas não vou perder a oportunidade de dar algumas dicas.

Filmes: Li por esses dias que ninguém deve morrer sem ver “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, concordo plenamente. É meu filme favorito. Indico também “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”, “A Origem”, “Má Educação” e todos os filmes de Pedro Almódovar.

Cds: Toda a discografia de Adriana Calcanhotto e de Vanessa da Mata. Os gênios da MPB: Caetano Veloso, Gil, Gal, Maria Bethânia e Tom Zé. Os novos artistas da MPB: Céu, Alice Ruiz, Thiago Pethit, Marcelo Jeneci, Ceumar, Mallu Magalhães, Tiê e Mariene de Castro.

Livros: Vou indicar o que estou (re)lendo agora (Memórias de Uma Gueixa, Arthur Golden), o que li antes deste (O Homem Duplicado, José Saramago) e Poesia Completa, de Manoel de Barros, que sempre leio.  

Viagens: Quanto mais longe e exótico, melhor. Para mim, viajar tem que causar estranhamentos. É curioso testar até onde vai a nossa capacidade de se adaptar.

JMarcelo Fotos: A rede social Facebook mim contou que você está apaixonado, o que busca em uma relação?

Difícil isso de explicar o que buscamos no outro, numa relação. Sem dúvida, é algo que nos falta. A presença do outro, compartilhar momentos com alguém, aprender a aceitar os erros e acertos de quem se gosta... Tudo isso nos faz tecer a cada dia razões para continuar apesar de e graças a.

JMarcelo Fotos: Carlos Correia por Carlos Correia?

Um aprendiz.

JMarcelo Fotos: Amigo muito obrigado pela entrevista, fique a vontade para se despedir dos amigos/leitores 

Marcelo, agradeço primeiramente a você, pelo carinho e atenção de sempre. Espero que seus leitores tirem algum proveito do que falei. Sinceramente, não sei como isso poderia ser. De toda sorte, é sempre bom ler, ouvir e/ou ver notícias de trajetórias humanas, pois elas nos dizem algo acerca das infinitas possibilidades de ser e estar no mundo. Nas palavras acima, deixei pistas sobre como tem sido a minha trajetória com a confiança de que outros possam reconhecer nela algo que também lhes digam respeito. Abraços!

Lembrando que você leitor/amigo pode entrar em contato comigo, através do Facebook, AQUI na comunidade do blog AQUI onde vocês encontram conteúdo exclusivo e podem me seguir no Twitter no @jmarcelofotos