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terça-feira, 27 de março de 2012

Não Foi a Primeira Vez Por Sérgio Rogério



Faz vergonha sim! Não morar ou ser de Alagoas, mas ver que é essa a imagem que fica para as pessoas de fora e também de dentro do estado. Têm mais força do que Decreto Lei certas entrevistas, certos momentos, certas atitudes principalmente quando são protagonizados por alguns políticos.

A apresentação do Estado feita pelo CGC da Band foi, no mínimo, vergonhosa. Estado líder em analfabetismo, pobreza, violência e corrupção. O pior, não foi exatamente a apresentação, foi a confirmação dada principalmente por dois, dos deputados entrevistados. Um é exímio comprador de votos (corrupção) o outro mais parece lutador de MMA (violência) as palavras e atitudes dos dois parlamentares só vinheram corroborar com a apresentação feita e com a imagem que os outros têm do estado e das figuras que moram nele.

A apresentação seguiu dizendo que temos os piores hospitais, piores escolas, e o repórter completou piores políticos. Foi lembrado da Operação Taturana, GDE, Biblioteca que não sai e o pior a falta de material básico para limpeza, o que salientou a vergonha nossa de cada dia.

Vergonhosas as declarações do deputado Timóteo Correia quando diz que compra voto e já comprou e diz depois que não compra "ajuda os eleitores com dinheiro". Vergonhosa a atitude de Olavo Calheiros ao tentar surrar o repórter e perdendo a compostura com palavras não muito agradáveis.

Fazer o que não é?! Eles foram eleitos e, o pior, não foi a primeira vez!

Acorda União

Hoje é Dia do Circo!




A última vez que eu fui ao circo foi no dia 03 de Setembro de 2010, quando se encontrava aqui na cidade o Circo Europeu. Raramente deixo de prestigiar esse tipo de entretenimento, em União dos Palmares. Isso porque o circo me remotar a minha infância em Rocha Cavalcante ou Barra do Canhoto como também é conhecido.


Na época o povoado era muito pequeno com duas ruas principais e uma vila minúscula que ficava um pouco mais afastada, nesse tempo as principais atrações e diversões dos adultos e crianças era uma tv que ficava praça principal do Distrito, o Rio Canhoto, os festejos da padroeira e o circo.


Como a televisão ainda era uma novidade e um objeto caro, apenas as pessoas com um poder aquisitivo maior é que possuíam o aparelho. Como o senhor Biu da Barra, conhecido por todos como prefeito do lugar, o senhor que tinha um armazém perto da ponte, o dono da farmácia, se contava nos dedos quem tinha essa tecnologia no seu lar.


A tv era algo fantástico e mágico. Mas como ficava na praça tinha hórario certo para ser ligada e desligada. Quem era o responsável por isso era o vigia. Se dependesse das pessoas ela ficaria ligada o tempo todo. A minha sorte é que o vigia ligava a tv no começo da tarde, justamente no horário de meu programa favorito, o Sítio do Pica Pau Amarelo. Que ao mesmo tempo em que eu dava gargalhadas com a Emília, ficava temeroso com a Cuca e seus companheiros.


Outras lembranças são do rio Canhoto, que fazia parte do lazer e era fonte de renda para muitos, já que a quantidade de peixes era enorme. Na época podíamos brincar a vontade no rio sem se preocupar com poluição. Mesmo assim, meus pais não gostavam que eu e minhas irmãs (Zé Maria e Artur não eram nascidos) fosse muito para o rio. Mas o rio ficava logo atrás da nossa casa e, quando meus pais viajavam, todos nós e amigos íamos brincar no rio, por um bom tempo do dia. A gente também pescava. Eu tinha a minha vara e sempre estava lá no silêncio pescando meus peixes. Com o passar dos anos, meus nos proibiram de vez nadar no rio, pois este já não se encontrava tão sadio.


As festas da Padroeira Nossa Senhora de Lourdes, com seus brinquedos enormes era outro momento de diversão. A roda gigante era sem dúvida a quande atração do evento. Dava gosto ver o Distrito cheio de luzes, muitos visitantes e os diversos produtos à venda na festa.


O melhor mesmo era quando chegava um circo. Diferente da tv, do rio que a gente tinha sempre, o circo a gente não sabia quando ia aparecer de novo. E quando chegava, mudava a rotina do lugar. Quando se é criança tudo é fascinante. A gente acompanhava tudo de perto. Era divertido olhar o circo ser armado, aquela gente com roupas diferente, com sotaques e palavras novas, os palhaços fazendo graça na rua, etc.

 
No dia de estreia era uma festa, tinha outras sessões por dia para que todos pudessem assistir as atrações. Como o palhaço, mágico, os trapezistas, as bailarinas. Tudo me encantava. Era outro mundo naquela Barra, onde a rotina dos seus dias calmos era a principal coisa que o lugarejo tinha. Então, desde que vim morar em União, nunca perdi um circo que tenha vindo. É como voltar no tempo e relembrar daquele garoto que ficava de olhos bem abertos para tudo que estava acontecendo debaixo daquela lona.

Ano passado visitando Rocha Cavalcante para rever alguns conhecidos e tirar umas fotos, pude observar que o lugar não mudou tanto, mesmo com uma população maior e desconhecida para mim. Mas a praça continua com a tv, o rio (muito poluído) e a calmaria típica continuam lá.

Conheça Helcias Pereira


Helcias Roberto Paulino Pereira, nascido em 27 de março de 1963, alagoano, natural de Maceió.

1977 – Começo a fazer parte do Grupo de Jovens ligado a Igreja Católica do bairro do Jacintinho, sendo que em menos de três meses, foi escolhido para fazer o mini-TLC (Treinamento de Liderança Cristã) sendo o mais novo membro daquela organização apoiada pela Arquidiocese de Maceió.

1978 - Iniciou sua militância ainda no auge de sua juventude, quando apenas com 15 anos coordenou um grupo de jovens paroquianos no bairro do Jacintinho, o qual se articulou com a Pastoral de Juventude – PJ na Arquidiocese de Maceió. Posteriormente adquiriu importantes conhecimentos nos Encontros de Formação das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs;

1981 - Juntou-se a outras lideranças jovens e articulou a Pastoral de Juventude do Meio Popular – PJMP cuja organização estendia-se pelo Nordeste II (AL, PE, PB e RN), chegando a articular junto a outras lideranças mais de 60 (sessenta) grupos jovens apenas em Maceió capital alagoana;

1983 - filiou-se ao Partido dos Trabalhadores – PT, participando em maio do ano seguinte do II Encontro Nacional da Classe Trabalhadora – ENCLAT com a presença de lideranças nacionais a exemplo do Presidente LULA, Olívio Dutra, Meneguelli e outros;

1985 - passou a ser simpatizante do Movimento Negro, visitando a Serra da Barriga pela primeira vez, iniciando uma série de estudos, debates e reflexões sobre a temática étnicorracial. A partir de então, manteve-se firme nessa nova descoberta, enveredando uma interessante e fomentadora proposta de ação;

1988 - durante a “comemoração do Centenário da Abolição”, articulou e fundou o MOCAMBO ANAJÔ, com aproximadamente quinze componentes, sendo a maioria composta por militantes da PJMP e CEBs. Iniciou uma série de proposições no sentido de contribuir com a organização do Movimento Negro Alagoano;

1989 – Participou em São Luis do Maranhão do Encontro Norte-Nordeste dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil, entidade nacional supra organizada, momento pelo qual proporcionou a filiação do Mocambo Anajô ao Quilombo Central dos APNs – Sediado em São Paulo, cuja organização se estende pelos grandes quilombos regionais brasileiros: Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte-Nordeste, abrangendo uma média de 16 Estados com dezenas de núcleos (mocambos) espalhados pelo território nacional;

1992 - Ao participar de Encontros de Negros do Nordeste e entendendo melhor sua forma de organização, fomentou e articulou a criação da Coordenação de Entidades Negras de Alagoas – CENAL, sendo eleito o primeiro Coordenador Geral. Entendendo a importância dessa nova etapa, buscou um caminho de diálogo com o Movimento Negro Nacional, chegando a participar diretamente na articulação da Coordenação Nacional de Entidades Negras – CONEN em encontros realizados em Aracaju (SE), Salvador (BA), Recife (PE) e Goiana (GO);

1993 – Participou do Curso de Teologia Negra, promovido pelo Grande Quilombo de APNs NE, ministrado pelo Teólogo Negro Dr. Marcos Rodrigues em São Luiz do Maranhão e Fortaleza – CE.

1994 - Articulou a união da CENAL com a CONEN – NE, coordenando o Escritório Nacional do Projeto 300 Anos de Zumbi, o qual contou com o apoio do Ministério da Cultura através da Fundação Cultural Palmares, Governo do Estado de Alagoas e Universidade Federal de Alagoas através do NEAB e FUNDEPES, realizando uma das mais belas programações no Município de União dos Palmares e na Serra da Barriga em homenagem a ZUMBI e a todos os mártires quilombolas. Durante esse período, Helcias Pereira acumulou importantes experiências, representando simultaneamente o Mocambo ANAJÔ e a CENAL, na CONEN, bem como, sendo membro da Coordenação Nacional dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil – APNs, tanto como Representante do grande quilombo de APNs do Norte-Nordeste, quanto Coordenador Nacional de Formação até meados de 1999.

1995 - Foi Diretor do Departamento de Arte e Cultura (DAC) na Secretaria Municipal de Educação – SEMED (Maceió);

1998 - A convite da então Secretária Estadual de Educação Profª Maria José Viana, compôs o Colegiado da Diretoria do CAIC Virgem dos Pobres (Trapiche da Barra) em Maceió, no qual vivenciou situações de extrema experiência além escola, junto às comunidades carentes, principalmente nas favelas a margem da Lagoa Mundaú;

2002 - Assumiu a Coordenação Geral de Projetos da então Secretaria Estadual de Projetos Especiais – SEPES com empenho destacado na coordenação da Semana da Consciência Negra na Serra da Barriga;

2004 - Assumiu a Gerência de Projetos Afros da Secretaria Especializada de Defesa e Promoção das Minorias – SEDEM – AL, tendo a oportunidade de enquanto gestor, representar o Estado na formação do Fórum Intergovernamental de Política de Promoção da Igualdade Racial – FIPPIR/NE durante um Seminário em Recife (PE), posteriormente participando da segunda reunião da coordenação em Fortaleza - CE e em Brasília no lançamento do Plano Nacional de Políticas de Promoção pela Igualdade Racial – PLANAPIR;

2005 - Propôs e articulou a volta do Mocambo ANAJÔ que se tornou ONG - Centro de Cultura e Estudos Étnicos para ser um elemento de fomento a organização do Movimento Negro Alagoano;

2006 - Foi Consultor do Instituto Magna Mater, contribuindo na consecução, sensibilização e execução da obra do Parque Memorial Quilombo dos Palmares – Primeiro Projeto Afro-Arquitetônico das Américas, construído na Serra da Barriga – Solo sagrado – Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico, Arquitetônico Nacional – IPHAN. Sentiu-se finalmente realizado com a entrega oficial do PMQP para a Fundação Cultural Palmares em 25/05/2007;

2008 – Participou representando o ANAJO na Oficina de Teatro Popular Nordeste, coordenada pelo Centro de Teatro do Oprimido – CTO do Rio de Janeiro, bem como, na criação do Conselho Municipal de Promoção à Saúde de Maceió.

2009 - Idealizou o Projeto Tambor Falante fomentando debates livres que passou a ser uma parceria entre o ANAJÔ, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial – COJIRA e a Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro.

Entre janeiro de 2005 a abril de 2010, coordenou várias etapas do Projeto Palmares in loco (ANAJÔ) que consiste em visitas étnicas na Serra da Barriga, fato que possibilitou o acompanhamento de diversos grupos, entidades e instituições brasileiras a exemplo de escolas públicas de Alagoas e Pernambuco, Universidades e Faculdades como: UNB, UFPE, UERJ, UFBA, FAT/AL, FAL, UFAL + COJIRA, FASUBRA. Grupos religiosos de Matriz Africana a exemplo da NAÇÃO XAMBÁ, Grupos de Capoeira, ONGs, professores, alunos, turista de países como: Moçambique, Guiné Bissau, Angola, Portugal e Inglaterra, além de pesquisadores em geral.

Em Março de 2010 – Representou o CEASB / Ponto de Cultura Guerreiros da Vila no 1º Encontro dos Pontos de Cultura de Alagoas e Sergipe em Maragogi – AL, e na TEIA NACIONAL DE CULTURA em Fortaleza – CE.

Em Abril de 2010 - Foi eleito membro conselheiro da Coordenação Nacional dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil – APNs durante o 1º Congresso Nacional da entidade em Goiânia – GO, e durante as reuniões nacionais foi convidado para assumir a COORDENAÇÃO NACIONAL DE FORMAÇÃO DOS APNs (gestão 2010-2012).

Atualmente, é Vice-Presidente do Centro de Cultura e Estudos Étnicos ANAJÔ; Coordenador Nacional de Formação dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs); atua como arte-educador, mobilizador social do Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (CEASB) junto a Comunidade da Vila Emater II (antiga favela do lixão) e circunvizinhança.