Primeira pedra (simbólica) para construção do Colégio Santa Maria Madalena. Foto: Gláucia Vergeti
Não sei por que, mas hoje me bateu uma saudade danada dos meus
tempos no Colégio Cenecista Santa Maria Madalena ou simplesmente Santa.
Escola que fui estudar, em 1993, depois de aprender as primeiras letras
no Paulo Sarmento e ter uma breve passagem pelo Filomena Medeiros, duas
escolas muito importantes de nossa cidade.
Mas, primeiramente vou
contar como fui parar no Santa, uma das escolas mais tradicionais de
União dos Palmares, fundada em 23 de março de 1953. Tudo começou quando
terminei a 3ª série no Filomena Medeiros, uma escola distante da casa
onde morava, e apesar de gostar do ensino ofertado, minha mãe temia que
eu perdesse o ano caso continuasse em uma escola da rede pública.
Eu já tinha passado por uma greve quando fazia a 3ª série no Paulo
Sarmento, antes de ir para o Filomena, e diziam que, possivelmente, o
município também entraria em greve, e por esse motivo, ficou acordado
que eu iria para o Santa Maria no ano seguinte.
Minha mãe me
matriculou e eu fiquei muito feliz, o Santa era bem perto da minha casa e
tinha alguns amigos lá. Mas, de primeira um choque... fui matriculado
na 4ª série “B”... porque o choque? Bom, todos diziam que na turma “A”
ficavam os mais inteligentes... será?
Cristina Santos era minha
professora, mas ela não durou muito tempo e teve que nos deixar. Em seu
lugar veio a professora Luciene Peixoto, que também era radialista na
época, uma mulher sempre a frente do seu tempo. As meninas queriam ser
igual a ela e os meninos a idolatravam, ela era linda, como continua
sendo. Enfim, era querida por todos.
O Santa era uma escola
bastante rígida, tinha horário pra entrar e horário pra sair e pelo
menos uma vez na semana nós cantávamos o hino nacional e o hino da
escola, todos devidamente fardados e detalhe, de tênis branco... ai de
quem esquecesse esse fator, pois “Tia” Sônia estava sempre de olho.
Sônia Viana era a diretora da escola e era uma mulher bastante exigente
e respeitada por todos. Eu tinha e continuo tendo uma grande admiração
por ela. Muitos não gostavam de seu jeito de ser, mas hoje eu entendo
porque ela agia daquela forma. A sua intenção era formar homens e
mulheres de bem e quisera eu se nas outras escolas tivessem outras “Tia”
Sônia.
Nesse primeiro ano participei da primeira feira de
Ciências da escola. A minha turma falou sobre “Frutas Tropicais”. Como
era bastante tímido, essa experiência serviu pra eu me desinibir um
pouco. Também fui eleito o Rei Momo da minha sala na época do Carnaval.
Mas, não me pergunte como, pois nem eu mesmo sei porque me escolheram.
Não era um dos melhores alunos, mas também não era um dos piores. Em
Português sempre me saía bem, já em matemática, prefiro não comentar.
Lembro-me que nessa época minha mãe me colocou no reforço da "Tia"
Marilda, que ensinava na turma "A". Lá aprendi a tabuada de cor e
salteado, aliás, não só a tabuada, pois ela fazia questão de nos
corrigir quando a gente falava errado. Eita, saudades da "Tia" Marilda.
O Santa em meados da década de 90 era uma das escolas mais requisitadas
pelos pais, pois tinha o melhor ensino e, como disse anteriormente, era
uma das mais tradicionais de nossa cidade. Era uma das poucas que tinha
biblioteca, quadra de esportes, um grande pátio e excelentes
professores.
Além de Sônia, lembro, também, de Francisco Viana,
esposo da mesma, homem bastante educado e respeitado; seu Severino,
vigilante, que nos recebia sempre com um sorriso no rosto; Maria, esposa
de seu Severino, que endoidava com a gente na Cantina ('Maria quero um
picolé...' 'Maria quero uma pipoca...'); Cíntia, uma espécie de
supervisora e braço direito de Sônia; “Tia” Neném, que costumava aplicar
as provas de matemática; “Tia” Dailza, professora de Educação
Religiosa; “Tia” Marilda, que como disse era minha professora de
reforço; e Sandra que trabalhava na Secretária, a simpatia em pessoa.
Além das Feiras de Ciências que eu participei de todas, outra coisa que
eu gostava no Santa eram as Olimpíadas. Cheguei a praticar o handebol
com o professor João Lins, mas nunca fui um bom jogador. Ficava com
inveja dos que se destacavam, mas talento não é pra qualquer um.
Outra coisa que eu gostava nos tempos do Santa era do JEP’s (Jogos
Estudantis Palmarino). Na época existia uma grande rivalidade entre o
Santa e o Mário Gomes. Eu, como não podia ser diferente, fazia parte da
torcida organizada do Santa, sempre gritando: 'Uh! Uh! É o azul!
Têrêrêrê!' Era a torcida azul de um lado e a torcida vinho do outro. Só
faltava sair briga às vezes.
Lembro que teve até um bloco do
Colégio, o Unidos do Santa, e eu participei. Outra coisa que eu gostava
era de desfilar no dia 13 de outubro representando o Santa Maria. Tinha o
maior orgulho. A última vez foi quando eu fazia o 2º ano, em 1999.
Desfilei vestido de judeu, mas os meninos teimavam em dizer que eu
parecia o Padre Cícero.
Outra coisa que sinto saudades é das
aulas de educação física com o professor Aldo. Eu fazia questão de
acordar cedo, pois, logo depois dos alongamentos, ele deixava a gente
jogar futebol até enjoar. Era uma secura da gota, até na chuva a gente
jogava. Nesse tempo eu até que jogava direitinho, mas com o tempo fui
perdendo a minha habilidade com a bola.
Nunca tive vontade de
sair do Santa, as outras escolas que existiam não me chamavam atenção. O
meu maior medo era ficar de ano, pois minha mãe sempre dizia: '...se
ficar de ano vai pra o Mário Gomes!'. Aí eu estudava e passava de ano e
como minha mãe era professora, ela só vivia pegando no meu pé pra eu
estudar.
Estudei no Santa Maria até o 3º ano do Científico e
nesses anos que passei nesse grande colégio encontrei vários professores
e colegas que marcaram minha vida. Alguns continuam meus amigos até
hoje, outros partiram e outros nem sei onde se encontram.
Obrigado Santa, obrigado por me tornar o homem que sou hoje!
Franco Maciel de Carvalho Ferreira
Fotos dos alunos do Colégio Santa Maria Madalena. AQUI