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domingo, 7 de setembro de 2014

"Que saudades do Santa!" Franco Maciel

 Primeira pedra (simbólica) para construção do Colégio Santa Maria Madalena. Foto: Gláucia Vergeti

Não sei por que, mas hoje me bateu uma saudade danada dos meus tempos no Colégio Cenecista Santa Maria Madalena ou simplesmente Santa. Escola que fui estudar, em 1993, depois de aprender as primeiras letras no Paulo Sarmento e ter uma breve passagem pelo Filomena Medeiros, duas escolas muito importantes de nossa cidade.

Mas, primeiramente vou contar como fui parar no Santa, uma das escolas mais tradicionais de União dos Palmares, fundada em 23 de março de 1953. Tudo começou quando terminei a 3ª série no Filomena Medeiros, uma escola distante da casa onde morava, e apesar de gostar do ensino ofertado, minha mãe temia que eu perdesse o ano caso continuasse em uma escola da rede pública.

Eu já tinha passado por uma greve quando fazia a 3ª série no Paulo Sarmento, antes de ir para o Filomena, e diziam que, possivelmente, o município também entraria em greve, e por esse motivo, ficou acordado que eu iria para o Santa Maria no ano seguinte.

Minha mãe me matriculou e eu fiquei muito feliz, o Santa era bem perto da minha casa e tinha alguns amigos lá. Mas, de primeira um choque... fui matriculado na 4ª série “B”... porque o choque? Bom, todos diziam que na turma “A” ficavam os mais inteligentes... será?

Cristina Santos era minha professora, mas ela não durou muito tempo e teve que nos deixar. Em seu lugar veio a professora Luciene Peixoto, que também era radialista na época, uma mulher sempre a frente do seu tempo. As meninas queriam ser igual a ela e os meninos a idolatravam, ela era linda, como continua sendo. Enfim, era querida por todos.

O Santa era uma escola bastante rígida, tinha horário pra entrar e horário pra sair e pelo menos uma vez na semana nós cantávamos o hino nacional e o hino da escola, todos devidamente fardados e detalhe, de tênis branco... ai de quem esquecesse esse fator, pois “Tia” Sônia estava sempre de olho.

Sônia Viana era a diretora da escola e era uma mulher bastante exigente e respeitada por todos. Eu tinha e continuo tendo uma grande admiração por ela. Muitos não gostavam de seu jeito de ser, mas hoje eu entendo porque ela agia daquela forma. A sua intenção era formar homens e mulheres de bem e quisera eu se nas outras escolas tivessem outras “Tia” Sônia.

Nesse primeiro ano participei da primeira feira de Ciências da escola. A minha turma falou sobre “Frutas Tropicais”. Como era bastante tímido, essa experiência serviu pra eu me desinibir um pouco. Também fui eleito o Rei Momo da minha sala na época do Carnaval. Mas, não me pergunte como, pois nem eu mesmo sei porque me escolheram.

Não era um dos melhores alunos, mas também não era um dos piores. Em Português sempre me saía bem, já em matemática, prefiro não comentar. Lembro-me que nessa época minha mãe me colocou no reforço da "Tia" Marilda, que ensinava na turma "A". Lá aprendi a tabuada de cor e salteado, aliás, não só a tabuada, pois ela fazia questão de nos corrigir quando a gente falava errado. Eita, saudades da "Tia" Marilda.

O Santa em meados da década de 90 era uma das escolas mais requisitadas pelos pais, pois tinha o melhor ensino e, como disse anteriormente, era uma das mais tradicionais de nossa cidade. Era uma das poucas que tinha biblioteca, quadra de esportes, um grande pátio e excelentes professores.

Além de Sônia, lembro, também, de Francisco Viana, esposo da mesma, homem bastante educado e respeitado; seu Severino, vigilante, que nos recebia sempre com um sorriso no rosto; Maria, esposa de seu Severino, que endoidava com a gente na Cantina ('Maria quero um picolé...' 'Maria quero uma pipoca...'); Cíntia, uma espécie de supervisora e braço direito de Sônia; “Tia” Neném, que costumava aplicar as provas de matemática; “Tia” Dailza, professora de Educação Religiosa; “Tia” Marilda, que como disse era minha professora de reforço; e Sandra que trabalhava na Secretária, a simpatia em pessoa.

Além das Feiras de Ciências que eu participei de todas, outra coisa que eu gostava no Santa eram as Olimpíadas. Cheguei a praticar o handebol com o professor João Lins, mas nunca fui um bom jogador. Ficava com inveja dos que se destacavam, mas talento não é pra qualquer um.

Outra coisa que eu gostava nos tempos do Santa era do JEP’s (Jogos Estudantis Palmarino). Na época existia uma grande rivalidade entre o Santa e o Mário Gomes. Eu, como não podia ser diferente, fazia parte da torcida organizada do Santa, sempre gritando: 'Uh! Uh! É o azul! Têrêrêrê!' Era a torcida azul de um lado e a torcida vinho do outro. Só faltava sair briga às vezes.

Lembro que teve até um bloco do Colégio, o Unidos do Santa, e eu participei. Outra coisa que eu gostava era de desfilar no dia 13 de outubro representando o Santa Maria. Tinha o maior orgulho. A última vez foi quando eu fazia o 2º ano, em 1999. Desfilei vestido de judeu, mas os meninos teimavam em dizer que eu parecia o Padre Cícero.

Outra coisa que sinto saudades é das aulas de educação física com o professor Aldo. Eu fazia questão de acordar cedo, pois, logo depois dos alongamentos, ele deixava a gente jogar futebol até enjoar. Era uma secura da gota, até na chuva a gente jogava. Nesse tempo eu até que jogava direitinho, mas com o tempo fui perdendo a minha habilidade com a bola.

Nunca tive vontade de sair do Santa, as outras escolas que existiam não me chamavam atenção. O meu maior medo era ficar de ano, pois minha mãe sempre dizia: '...se ficar de ano vai pra o Mário Gomes!'. Aí eu estudava e passava de ano e como minha mãe era professora, ela só vivia pegando no meu pé pra eu estudar.

Estudei no Santa Maria até o 3º ano do Científico e nesses anos que passei nesse grande colégio encontrei vários professores e colegas que marcaram minha vida. Alguns continuam meus amigos até hoje, outros partiram e outros nem sei onde se encontram.

Obrigado Santa, obrigado por me tornar o homem que sou hoje!

Franco Maciel de Carvalho Ferreira
 

Fotos dos alunos do Colégio Santa Maria Madalena. AQUI

Hoje é o dia da Proclamação da Independência do Brasil

Independência ou morte!

Foi com essas palavras que Dom Pedro I , às margens do Rio Ipiranga, proclamou a independência de nossa nação, que era colônia de Portugal.

O momento teria sido registrado em pintura e consagrado como algo célebre, cheio de heroísmo e glamour. Acontece que não foi bem assim.

A historiadora Cecília Helena de Salles Oliveira escreveu um livro chamado “O Brado do Ipiranga”, em que analisa a famosa pintura “O Grito do Ipiranga”, de Pedro Américo.

Entre os mitos desvendados está a presença cavalos belíssimos. Na verdade, Dom Pedro 1º e sua corte subiram a Serra do Mar, vindo de Santos, mas em jumentos, já que os animais são mais resistentes para longas viagens.

O pobre Dom Pedro I, representado em toda sua glória e fineza, não parou às margens do rio porque não conseguia segurar aquele grito histórico, mas sim ordenou porque ele estava com uma forte diarreia e precisava aliviar a carga.

Dessa forma, os pomposos uniformes militares também são motivo de descrença, afinal ninguém usaria roupas tão pesadas para viajar tanto. Ainda mais com o calor que fazia na época e com a enfermidade do imperador.

Mas existem mais curiosidades sobre nossa Proclamação da Independência:

- O proclamador da independência D. Pedro I nasceu em Portugal em 1798 e aos 9 anos veio com para o Brasil. Amou a nova terra. Adorava cavalgar, brincar na rua, freqüentar bares e conversar com o povo (inclusive com os escravos). Era completamente diferente de seu pai, o príncipe regente de Portugal D. João VI, tímido, medroso, que fugia de conflitos e não gostava de decidir.

- O Dia do Fico, em 09/01/1822, foi um dos mais gloriosos de D. Pedro I. Diante do pedido da população clamando para que não fosse embora do Brasil, pronunciou a célebre frase: “Se é para o bem e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”. Tornou-se líder um incontestável.

- O grito de independência foi dado em uma viagem de volta ao Rio de Janeiro, no momento em que atravessava a província de SP e foi informado dos planos portugueses de reescravizar o Brasil.

- Ainda em 1822, foi composto o hino nacional, que foi chamado de “marcha triunfal”, mas a letra sofreu modificações quando D. Pedro I abdicou o trono em 1831. Com o impasse, o país seguiu sem hino até depois da república. Em 1909, Joaquim Osório Duque Estrada compôs nosso atual hino, que exalta a natureza e grandeza do povo brasileiro, ao invés de guerras e sangue.

1940 - Construção da Praça Basiliano Sarmento

Fotos do acervo de Maria Mariá