Acredito que exista uma só questão com a qual todos os pesquisadores
do mundo concordam: o mundo muda. E nas últimas décadas o mundo tem
mudado muito rápido. E quando se fala em mudança não devemos considerar
apenas questões climáticas, novas invenções ou a tecnologia. Precisamos
considerar as pessoas e os papéis que elas desempenham na sociedade.
A medicina mudou muito, a comunicação se transformou e a educação
apenas variou um pouco. Não mudou tanto quanto deveria. Isso porque a
educação praticada em diferentes lugares do mundo ainda está muito
associada a um modelo de sociedade que ficou lá atrás. O pesquisador
americano Jim Lengel descreve muito bem esse cenário no artigo
intitulado Educação 3.0 que está disponível em português neste link: http://goo.gl/axSXkX
E é engraçado como muitos de nós observamos e reconhecemos essas
mudanças em várias áreas, menos na educação. São muitos os fatores que
turvam nossa visão, nos impedindo de ver e até mesmo de agir. Por isso a
necessidade de reflexão contínua sobre novas práticas pedagógicas a fim
de estimular novos olhares.
Há quem observe e reflita muito melhor que nós que estamos engajados
nessa trajetória de mudança. Mas, muitas vezes esses agentes de mudança
não têm sua voz ouvida e nem suas propostas consideradas. Para entender
melhor, saber planejar e pôr em cena novas práticas pedagógicas é
necessário dar voz a quem será beneficiado diretamente por elas. E não
há nada melhor do que conversar com aqueles que vivenciam a educação
todos os dias: as crianças.
Nós que fazemos o Estúdio Abble de Aprendizagem ouvimos toda e
qualquer opinião porque acreditamos na importância do diálogo e da troca
de conhecimento. Foi assim que Ana Beatriz Araújo Gomes, a Bia,
estudante de 9 anos de idade fez contato conosco para nos dar “uma aula”
sobre como os professores podem transformar os seus métodos para tornar
a aprendizagem cada vez mais envolvente. Ela nos enviou o texto e nós
ilustramos para facilitar o compartilhamento. Não há edições, tudo foi
publicado como foi enviado pela Bia.