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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Uma viagem à Serra Sagrada de Zumbi dos Palmares


Alagoas é realmente uma terra abençoada por Deus e ainda o berço da liberdade no Brasil, já que foi aqui que ocorreu o maior levante armado contra a escravidão em toda América. Cerca de 30 mil negros se uniram, na Serra da Barriga, em União dos Palmares, sobe o comando de Zumbi do Palmares e Ganga Zumba para enfrentar o perverso sistema escravagista implantado pela civilização européia.

O Brasil foi uma das colônias para onde foram enviados milhões de africanos trazidos à força pelos comerciantes de seres humanos, sendo também o último a decretar o fim desse sistema de exploração do trabalho humano.

A saga da luta dos guerreiros na Serra da Barriga é hoje objeto de pesquisa e busca do resgate da importância desse fato histórico, não só para a comunidade negra brasileira, mas mundial. A Serra Sagrada é solo santo que merece ser reverenciado por todos, pois é um símbolo de resistência da liberdade.  Diante da importância histórica e antropológica a Serra da Barriga ainda não conta com a verdadeira infraestrutura e divulgação para fazer chegar mais longe o grito de liberdade de Zumbi dos Palmares e Ganga Zumba.

Alagoas tem essa pérola histórica e até hoje os sucessivos governos não souberam dotar o local de uma infraestrutura para receber os visitantes. A Serra da Barriga possui um grande apelo turístico que precisa de mais empenho e atenção das autoridades para sua divulgação e consolidação como destino turístico internacional.

Algumas empresas de turismo em Alagoas realizam todas as quartas-feiras uma excursão à Serra da Barriga, saindo de Maceió com um roteiro bem definido pela manhã com destino a cidade de União dos Palmares a 92 quilômetros da capital alagoana. Os visitantes são orientados a não pegar nada do solo da Serra, já que o local é tombado pelo patrimônio nacional.

A Serra possui 500 metros de altitude e o acesso é realizado por uma estrada de terra batida, sendo uma parte pavimentada. A subida é feita a pé, ou em carro de pequeno porte, até certa distancia.  No local foram erguidas tendas temáticas respeitando a originalidade da cultura afro.

O roteiro inclui também visitas a comunidade negra do Muquém onde se possível apreciar o artesanato produzido em argila, uma tradição passadas pelos descendentes dos guerreiros e guerreiras que ocupavam a Serra Sagrada. Hoje o Muquém uma as comunidades negras mais bem organizadas e que mantém as tradições familiares dos Quilombos.

O Parque Memorial Quilombo dos Palmares é primeiro equipamento do gênero no País e reconstitui o cenário de uma das mais importantes histórias de resistência à escravidão ocorrida no mundo: a história do Quilombo dos Palmares – o maior, mais duradouro e mais organizado refúgio de negros escravizados das Américas. Fruto de uma luta de mais de 25 anos do Movimento Negro brasileiro, o Memorial foi implantado em 2007 pelo Ministério da Cultura, por meio da Fundação Cultural Palmares, no território original da longa e sangrenta batalha – a Serra da Barriga, onde milhares de negros rebelados fugiram durante o período da história colonial, sendo o maior símbolo de luta pela liberdade, localizado em um platô (área plana) do alto da Serra da Barriga, o local, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1985, recria o ambiente da República dos Palmares.

Nesta espécie de maquete viva, em tamanho natural, foram reconstituídas algumas das mais significativas edificações do Quilombo dos Palmares, com paredes de pau-a-pique, cobertura vegetal e inscrições em banto e yorubá, avista-se o Onjó de farinha (Casa de farinha), Onjó Cruzambê (Casa do Campo Santo), Oxilé das ervas (Terreiro das ervas), Ocas indígenas e Muxima de Palmares (Coração de Palmares).

Além das construções que referenciam o modo de vida daquela comunidade quilombola, o Memorial dispõe de pontos de áudio com música e textos em quatro idiomas (Português, Inglês, Espanhol e Italiano) que narram aspectos do cotidiano do Quilombo e da cultura negra. São os espaços Acotirene, Quilombo, Ganga-Zumba, Caá-Puêra, Zumbi e Aqualtune. 

No primeiro e único parque temático sobre a cultura negra do País, destacam-se, ainda, os mirantes, de onde se avistam paisagens magníficas da Serra da Barriga. São as atalaias de Acaiene, Acaiuba, e Toculo. Completando o ciclo das edificações simbólicas, o restaurante Kúuku-Wáana (Banquete familiar), que oferece pratos da culinária afro-brasileira, e o Batucajé (palco de manifestações artístico-culturais)

Fonte:  http://meioambienteeturismo.blogsdagazetaweb.com/