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domingo, 30 de novembro de 2014

Grupo de Resgate Anjos de Adoração completa 10 anos


Há 10 anos, jovens católicos decidiram se unir nas noites de quarta feira, na capelinha da Creche Rainha da Paz, próxima à Mirim, apenas para fazer adoração ao Santíssimo Sacramento e rezar juntos. Como não havia nada de restrito, conforme íamos e fazíamos convites a uns e outros, sem a mais mínima pretensão de que o grupo crescesse, o número de pessoas foi aumentando ao ponto de não ser mais possível encontrar-se naquela salinha. Era impressionante e todos nós ficávamos surpresos com isso. O início é sempre luminoso. Falamos, então, com o Pe. Vicente, pároco na época, e rumamos para a Igreja Matriz. Não havia entre nós liderança, pois, como dito, não existia a intenção de fazer um grupo. No entanto, como a coisa foi crescendo, decidimos não apenas escolher a coordenação, mas também escolher um nome. Foi numa noite de sábado, salvo engano, dia dedicado à Virgem, que o grupo se reuniu e, depois da oração, foi escolhido um papelzinho com o nosso nome: “Grupo de Resgate Anjos de Adoração”, cujas iniciais formam a sigla “Graa”.


O termo “Adoração” foi dado porque essa era a nossa ênfase. O grupo surgiu da adoração e geralmente ocorria diante do Santíssimo. Foi, então, desde o início chamado para a melhor parte (Lc 10,42) que, queira Deus, nunca nos será tirada. O nome “Anjos”, antes de indicar uma natureza, indica um tipo de serviço. Os anjos, além de contemplarem a face de Deus, são sempre atentos às Suas ordens e lhe guardam uma perfeita prontidão. Isso era um ideal para nós. Mas, além disso, sempre fomos muito cantantes e muito amigos da arte, o que nos associava novamente a estes seres celestes que cantam a glória de Deus.


Gostávamos do termo “resgate” porque ele nos dava a clara missão de resgatar pessoas que estavam vivendo uma vida, digamos, “alternativa”. E, de fato, o grupo era muito eficaz nisso. Éramos freqüentados por farristas, rockeiros, e gente do underground. Muitos começaram a viver uma vida de fé a partir de nós. Fundamos o terço dos homens, ativo até hoje. O grupo também foi a ponte para a ida de alguns ao seminário. Temos até um amigo que, depois de nós, estreitou os seus laços com a Igreja e hoje é numerário do Opus Dei. Alguns outros, depois de como que sentir o sabor de Deus através de nós, converteram-se ao protestantismo, estando lá até hoje. O grupo também fazia bem em outros lugares: tínhamos amigos em Maceió, em Pilar, em Satuba, e vez em quando freqüentávamos esses lugares, dando formações, participando e servindo em retiros. Grande parte da juventude de União dos Palmares nos conhecia; muitos punham “graa” depois do nome próprio nos seus e-mails. Chegamos a reunir 150 jovens numa noite de grupo.


Depois de um tempo, o Anjos passou por várias mudanças. Antes carismáticos, adotamos uma postura mais tradicional. O “Resgate”, embora sem perder o seu antigo sentido, assumiu um novo: o resgate de um catolicismo mais tradicional que estava sendo esquecido. Ficamos impossibilitados também de continuar nos reunindo nas quartas, pois vários de nós passamos a estudar em Maceió, à noite. Fomos para o sábado. Mas isso complicou bastante a freqüência dos nossos encontros, pois os sábados são os dias preferidos para os que casam. Desse modo, a igreja não nos ficava disponível. Fomos ao bairro de Fátima. Mas nessa época, já ocorriam reuniões. Tínhamos de esperar que terminassem, o que fazia que o grupo começasse tarde. Muitos sequer ficavam sabendo dessas mudanças, pelo que o número de participantes foi gradativamente diminuindo. Passamos a nos reunir na Casa Paroquial, o que nos restringiu ainda mais. No entanto, conforme se dificultava a nossa situação aqui na cidade, aumentavam os convites lá fora para as formações e palestras. Foi um paradoxo.


Depois de um tempo, víamos que não nos convinha mais, naquela ordem de coisas, manter um grupo aberto, pois nos faltava tudo, inclusive lugar. Fazíamos, então, o grupo fechado, onde rezávamos, cantávamos e primávamos pela formação. Os ímpetos emotivos do início deram lugar à busca pela coerência racional da Fé, pelo conhecimento mais sólido da Doutrina e da Tradição da Igreja, pela busca da sua mística original e a uma postura mais apologética. Neste tempo, já havia surgido o nosso blog, o que nos forçou ainda mais ao estudo. Alguns de nós, já formados, tiveram de ir pra São Paulo, por conta do mestrado. Mas, como Deus é providente, outros iam aderindo a esta vocação.


Hoje, passados dez anos, queremos nos abrir mais uma vez, ao menos nessa ocasião, para celebrar o nosso aniversário. Dez anos são uma vida, e, de fato, ao olhar para trás, vemos que, por trás das nossas decisões, pecados e limitações, Deus estava criando esta criança, alimentando-a com a Sua graça, amadurecendo-a com privações que não entendíamos, e formando-a para o bom combate da Fé.


Queremos, por fim, convidá-los todos à nossa festa. Será uma apresentação musical que ocorrerá no dia 06 de Dezembro do corrente ano, no Colégio Jairo Correia de Oliveira, antigo Santa Maria, a partir das 19 horas. Nesta época em que Deus é esquecido, desprezado e posto de lado mesmo por quem diz ter fé; nestes tempos em que a Fé é relegada a uma questão de foro íntimo e em que Deus perdeu o direito de ter implicações práticas na vida social e comum das pessoas, como se Ele não fosse Rei absoluto de tudo quanto existe, convidamos todos vocês para uma noite de louvor e adoração. Este, precisamente este, é o tempo de o Amado ser adorado.

É hoje


É amanhã!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

É hoje... II Encontro Acadêmico da UNEAL/Campus V

O II Encontro Acadêmico da UNEAL/Campus V, acontecerá de 24 a 28 de novembro de 2014, no período noturno, o que contabilizará ao todo 20 horas de programação acadêmico-científica em torno do tema geral “Territorialidades e a (re)construção da identidade afro-brasileira” para a comunidade acadêmica em Geografia e Letras. 

Durante o encontro acontecerão: Mesas temáticas, Workshops, Apresentações de Trabalho (Comunicações Orais e Posters) e Atividades Artístico-Culturais.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Banda Fundo de Quintal hoje na Praça Basiliano Sarmento

20 de novembro
 Fundo de Quintal, Janaína Nascimento e Gustavo Gomes


A Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC) reservou para as comemorações do dia 20 de novembro – Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, uma programação repleta de homenagens, atividades e atrações especiais. De 15 a 20 de novembro, Alagoas receberá diversas ações que acontecerão em Maceió/AL, no Quilombo do Muquém e no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em União dos Palmares/AL.

Consciência Negra - Para celebrar a data mais importante do calendário negro brasileiro, a Fundação Palmares reserva o mês de novembro para lembrar a importância de Zumbi dos Palmares, herói nacional e ícone da resistência negra à escravidão. É também considerado o momento principal de reflexão sobre o papel dos negros e negras na construção do país. As comemorações também homenagearão o centenário do dramaturgo, poeta e pintor Abdias Nascimento.

A programação inclui atividades como: Seminário de Fomento à Cultura Afro-brasileira e Saúde da População Negra; Feira do Livro; apresentações culturais diversas; Edição especial do Escambo Cultural; oficina de percussão com Nana Vasconcelos e um show de Tributo a Abdias Nascimento com o grupo de samba Fundo de Quintal e outros artistas.

Parque Memorial Quilombo dos Palmares – O único parque temático sobre a cultura negra na América Latina, criado em 2007, numa área tombada pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), onde há 300 anos se consolidou o Quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi dos Palmares, herói nacional, ícone da resistência negra brasileira ao processo de escravização do país. Em 2012 as cinzas  de Abdias Nascimento foram depositadas ao pé de uma muda de baobá no local.

Viva Zumbi dos Palmares!!!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

8ª Vaquejada do Parque Vergetão decide CPV em União dos Palmares

A fase de classificatória começará às 13h da quinta-feira (20) com as categorias Amador e Aspirante. O evento será transmitido ao vivo pela TV Vaquejada.

A diretoria do Parque Vergetão tomou as providências necessárias e o clima é de normalidade nas instalações do Parque após a forte chuva ocorrida na cidade de União dos Palmares. A previsão climática, de acordo com o site Clima Tempo, é de muito sol na cidade alagoana a partir da quarta (19) até o domingo (23).

Segundo os diretores, não há mais alagamento e o parque está pronto para receber todos os competidores para a sua 8ª vaquejada, como mostram as imagens de hoje, feitas pela manhã. A festa de gado do Parque Vergetão traz R$ 180 mil na premiação e conta pontos para o Campeonato e Ranking Portal Vaquejada. Cada competidor pode se inscrever com duas senhas na corrida e, caso perca uma corre a terceira grátis.

A vaquejada de União dos Palmares é decisiva para o CPV e Ranking. Equipes e Animais decidirão nesse fim de semana a tabela da competição que consagra os Melhores do Ano da Vaquejada.

Adeal realiza vacinação assistida em União dos Palmares

Ação faz parte da programação da segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa que será encerrada no próximo dia 30

Técnicos da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) realizaram, nesta quarta-feira (19), a vacinação assistida de animais contra a febre aftosa no município de União dos Palmares. A ação, realizada na fazenda Mão Direita e que fez parte da segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa de 2014, também foi acompanhada por fiscais agropecuários federais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Alagoas.

“Fizemos esta vacinação assistida como forma de estimular ainda mais os criadores. Os produtores, mais uma vez, estão fazendo a parte deles neste processo vacinando seus rebanhos de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa. Foi graças à participação dos criadores que o Estado de Alagoas conquistou o status sanitário de zona livre a febre aftosa com vacinação”, afirmou o presidente da Adeal, Ironaldo Monteiro.

Segundo ele, nenhum município alagoano teve cobertura vacinal abaixo dos 90% na etapa passada da campanha, realizada em maio. O fiscal agropecuário federal do Mapa, Edler Pitta, destacou a iniciativa da Adeal em promover ações que motivam os criadores a vacinar o rebanho. “É uma ação relevante que mostra que a Adeal está fazendo o trabalho dela no combate à aftosa. O Ministério da Agricultura tem a Adeal como um parceiro, acompanhando e cobrando que as ações sejam executadas com êxito em Alagoas”, declarou.

“Alagoas vive hoje com o status de zona livre da febre aftosa com vacinação. Isso é fruto de um trabalho desenvolvido pela Adeal junto com nós criadores. Na etapa passada chagamos aos 96% de cobertura vacinal em todo o Estado. Nós criadores queremos agora que essa cobertura seja de 100%”, afirmou o pecuarista José Machado, proprietário da fazenda onde foi realizada a vacinação assistida de animais pela equipe técnica da Adeal.

Fonte: Dorgival Junior

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Professor: um estimulador da criatividade

Para a psicopedagoga e Mestre em Educação, Maria José Cerutti Novaes, o educador deve planejar suas aulas envolvendo atividades que possibilitem à criança explorar sua inteligência

Que a infância é o período mais fértil para a imaginação, isso é fato já conhecido! É quando a criança descobre um mundo novo, mágico, e grande parte dessa aprendizagem se dá na escola. Por isso, o professor se torna um facilitador e incentivador da criatividade da pessoa.

“Quando falamos de criatividade, estamos falando em dar oportunidade à criança para trabalhar, desenvolver atividades que ela possa exercer uma autonomia e usar sua imaginação. O professor deve criar todas as oportunidades em sala de aula, seja em atividade de coordenação motora ou cognitiva, para desenvolver pensamento criativo infantil”, explica Maria José Cerutti Novaes, psicopedagoga e Mestre em Educação.

E isso é tão importante quanto simples. Maria José orienta que o educador deve planejar suas aulas envolvendo atividades que dêem à criança livre acesso a diversos materiais para que ela possa explorar sua inteligência de forma lúdica. “Existem várias aptidões que a criança vai desenvolver em termos de criatividade, como suas atividades corporais, afetivas, sociais. Então, é preciso que ela tenha livre acesso a todos os materiais e atividades que possam possibilitar esse tipo de conhecimento”.

Tudo isso levando em conta a autonomia da criança. A atividade não pode direcionar totalmente o pensamento da criança, nada que a amarre, como colorir determinado desenho ou dar padrões para seu exercício. Para desenvolver a criatividade, segundo a psicopedagoga, é preciso alimentar sua imaginação e proporcionar situações para ela colocar na prática o que está pensando. 

“Em vez de dar um desenho pronto, dê um jogo para que ela possa criar, como o lego, blocos de madeira para construir um castelo, estradas, casa, o que a imaginação dela quiser. Conte uma história e peça para a criança criar desenhos a partir dela”, sugere.

E embora a imaginação das crianças não tenha limites, ela precisa ter um ponto de partida e nunca – em hipótese alguma! – deve ser criticada. “Tem que deixar a criança estampar o que ela está imaginando e depois conversar com ela, saber o que ela imaginou. Perguntar, por exemplo, porque ela fez o sol vermelho, se ela pensou em alguma coisa, se gosta mais do sol assim”, afirma Maria José.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Alunos de União dos Palmares e Branquinha ganham novas escolas

O governador Teotonio Vilela Filho inaugurou nesta segunda-feira (10) três escolas, sendo duas no município de União dos Palmares e uma em Branquinha. No total foram investidos R$ 13,5 milhões, R$ 4,5 milhões para cada unidade de ensino. As três escolas juntas têm capacidade para receber 3.780 estudantes.

Em União dos Palmares, as unidades entregues foram as Escolas Antônio Gomes de Barros e João Costa de Oliveira. Já em Branquinha, o Governo do Estado entregou a Escola Mário Gomes. Durante as inaugurações, o governador Teotonio Vilela destacou os avanços do Estado. “Por causa do nosso trabalho dedicado, hoje o Estado está transformado e em todos os segmentos aconteceram avanços significativos. Na educação, não foi diferente. Além do andamento das obras das escolas, até o final do ano serão construídas aproximadamente 30 quadras cobertas”.

Ainda em União dos Palmares, Teotonio visitou as obras do novo campus da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). Segundo o governador, a instituição conquistou espaço e a credibilidade dos alagoanos pelos excelentes resultados alcançados por seu quadro acadêmico e desempenho dos alunos.

“A criação da Uneal abriu espaço no interior do Estado para estudantes que antes eram obrigados a se deslocar até a capital e estados vizinhos para cursar uma Universidade. Desde sua criação, há 43 anos, a Uneal já formou milhares de profissionais, hoje no mercado de trabalho graças aos estudos e aos investimentos no ensino universitário público”, afirmou.

Ainda de acordo com chefe do o poder Executivo em Alagoas, após onze anos sem realizar concurso público para professor efetivo, a Uneal abriu edital para o preenchimento de 50 vagas de professor efetivo, uma significativa conquista para a instituição, que está presente em Maceió, Arapiraca, Santana do Ipanema, Palmeira dos Índios e São Miguel dos Campos.

Branquinha

No município de Branquinha, Teotonio Vilela lembrou que o Governo do Estado formou uma comissão para implantar o Plano de Cargos e Carreiras para os servidores do administrativo da Educação, um trabalho que resultou na avaliação de aproximadamente três mil processos. “Isso significa que houve incremento salarial para esses servidores de acordo com sua formação. O Governo do Estado concedeu um reajuste de 8,32% para os professores”, enfatizou.

A prefeita de Branquinha, Renata Moraes, agradeceu ao governador o apoio. “Quando o senhor entregar o Governo, irá deixar uma cidade satisfeita por ter tido um governador que cumpriu compromissos nos momentos mais difíceis que passamos como nas enchentes de 2010”, falou.

E Dandara dos Palmares, você sabe quem foi?

Novembro é oficialmente o Mês da Consciência Negra no Brasil. Apesar de ser importante e necessária, especialmente por se tratar de um país que teve séculos de escravidão de pessoas negras, essa data ainda é bastante incômoda para uma parcela da população. Mesmo assim, o mês de novembro mobiliza o movimento negro e desperta um interesse temporário nas escolas, instituições e noticiários, que costumam abordar o tema do racismo superficialmente no período próximo ao dia 20.

Aqueles que falam dessa data muitas vezes se recordam de Zumbi dos Palmares, que é o grande ícone da luta contra o racismo por sua resistência contra a escravidão. Mesmo na escola, muitos ouvimos falar de Zumbi e aprendemos que ele foi líder do Quilombo de Palmares, onde negras e negros que fugiam da escravidão podiam encontrar refúgio e organização política. No entanto, pouquíssimos sabem de quem se tratava Dandara dos Palmares, uma figura tão importante quanto Zumbi.

Dandara foi esposa de Zumbi e, como ele, também lutou com armas pela libertação total das negras e negros no Brasil; liderava mulheres e homens, também tinha objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que ainda hoje são impostos às mulheres. E é precisamente pela marca do machismo que Dandara não é reconhecida ou sequer estudada nas escolas. Lamentavelmente, nem mesmo os movimentos negro e feminista mencionam Dandara com a frequência que deveriam. De um lado, o machismo, que embora conte com o trabalho árduo das mulheres negras, não lhes oferece posição de destaque e voz de decisão. Do outro, o racismo, que só tem memória para mulheres brancas.

Nós, mulheres negras, crescemos sem nos encontrarmos nos livros de história, poesia, literatura ou sociologia. O machismo racista da sociedade parece nos dizer que não temos o direito de encontrar representatividade e inspiração para rompermos as amarras da discriminação institucional. Muitas sabemos de Dandara e outras mulheres negras importantes somente devido a nossas próprias pesquisas solitárias, ávidas por descobrir. E, infelizmente, somos nós as mesmas pessoas que lutam para que essas mulheres não sejam apagadas da história.

Alguns pesquisadores, como o professor Kleber Henrique, que escreveu este belíssimo texto sobre Dandara, evidenciam o papel dessa grande líder e falam de sua sede por liberdade. Mas salientam que até hoje não se tem conhecimento de como era o seu rosto ou de onde veio. Se Dandara fosse uma mulher negra contemporânea, provavelmente seria mal vista por todos que se negam a enxergar o racismo. Dandara não queria acordos pela metade e nem se vendia em troca de libertação parcial. Morreu como a heroína que foi em vida e, graças à sua luta, hoje temos força para continuar a batalha contra o racismo brasileiro.

Portanto, me recuso a aceitar que Dandara seja figura esquecida ou que continue sendo lembrada sob a sombra masculina de Zumbi. A mulher negra quer e conquista seu espaço, pois tem força, inteligência e capacidade para romper com paradigmas machistas e racistas. O mês da Consciência Negra precisa ser cada vez mais o mês de Dandara dos Palmares, da autonomia absoluta da mulher negra e da completa liberdade feminina, que protagoniza as trincheiras da resistência contra a discriminação por cor e gênero. Dandara vive.

domingo, 9 de novembro de 2014

20 de novembro, data para lembrar a morte de Zumbi dos Palmares, herói da resistência negra

Na história do Brasil, mais silenciada do que proclamada, Zumbi se destaca como uma figura de inegável importância. De acordo com as informações mais confiáveis, nasceu livre, em Palmares, Alagoas, no ano de 1655. Porém, foi capturado e entregue a um missionário português com a idade de aproximadamente 6 anos. Foram frustradas as tentativas de "cristianizá-lo e civilizá-lo". Aos 15 anos, em 1670, Zumbi escapou e retornou ao seu local de origem. Tornou-se conhecido pela sua destreza e astúcia na luta. Quando alcançou os 20 anos, era um estrategista militar respeitável. 

Símbolo da resistência negra no reduto do Quilombo dos Palmares, atual estado de Alagoas, desafiou a liderança de Ganga Zumba, quando este último se rendeu a uma proposta de paz da Capitania de Pernambuco. Tornou-se então o líder frente à perseguição que se mantinha contra a emancipação dos escravos negros vindos da África.

Após 15 anos de liderança de Zumbi, em 6 de fevereiro de 1694, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, a serviço das forças repressivas, destruiu a capital do Quilombo dos Palmares. Mesmo ferido, o líder sobreviveu, mas, traído por Antônio Soares, foi surpreendido, capturado e morto pelo capitão Furtado de Mendonça, em 20 de novembro de 1695.

Desde então, passa a ser uma referência não somente para a liberdade dos negros e para a abolição da escravatura, mas para a organização dos trabalhadores ao longo dos séculos. Juntamente com outros protagonistas dos movimentos de libertação, representa um baluarte da luta indígena, negra e popular desde a Colônia, passando pelo Império, até a República e os dias atuais.
 
Miscigenação: fatos e mitos

Um rápido olhar sobre a paisagem socioeconômica e político-cultural brasileira, por mais superficial que seja, bastará para desmentir o conceito de miscigenação brasileira. Esta aparece muitas vezes como um ideal de harmonia e convivência entre as diferentes etnias que habitam o território nacional. Daí a ideia de "povo cordial", aparentemente avesso a conflitos de ordem racial ou religiosa.

Porém, quando se passa da fotografia a uma radiografia mais criteriosa, não será difícil dar-se conta das injustiças e desigualdades sociais provocadas, entre outros fatores, por motivações étnicas. Tais entraves, embora encobertos, aparecem nas pesquisas sobre os salários inferiores que recebe a população negra por serviços iguais aos brancos. Vale o mesmo para o acesso e a frequência às aulas. Ao lado das diferenças salariais e de escolaridade, persiste a dificuldade de chegar a determinados postos de liderança.

Embora não se possa negar o potencial de convivência pacífica e alegre da população brasileira, no cotidiano deparamos com a discriminação e o preconceito para com a parcela negra e parda da mesma, a qual, diga-se de passagem, representa hoje ao redor da metade dos quase 120 milhões de habitantes. Semelhante postura de xenofobia é também acentuada quando entram em jogo as expressões culturais e religiosas, vindas da África e mantidas com enormes esforços de resistência.

Mas o peso maior da discriminação racial se dá em dupla perspectiva: de um lado, nos andares inferiores do dia a dia, o tratamento que a polícia dispensa aos negros carrega a marca de um estigma que não morreu com a abolição da escravatura. Isto para não falar da tortura e massacre de tantos jovens, majoritariamente negros. De outro lado, num andar superior, a população negra raramente aparece nos salões de beleza, nos eventos fashion ou na publicidade em geral, como se estivesse fora dos padrões de beleza da sociedade brasileira, ou só fosse aceitável como figura decorativa.

Herança e desafios

Não obstante os entraves do item anterior, a negritude é hoje um ingrediente de suma importância na composição deste "povo novo" que é a população brasileira, para usar os termos de Darcy Ribeiro, em sua obra "As Américas e a Civilização". Dela nos vem não apenas o entusiasmo contagiante, marca registrada do cidadão brasileiro, mas também o otimismo e a resistência de um povo que não se deixa abater. Se é verdade que a alegria e a festa encontram-se no DNA de nossa gente, isso se deve, em grande parte, à herança dos povos africanos e afrodescendentes.

Entretanto, se o Brasil se apresenta como um país acolhedor, aberto a todas as etnias, raças, povos e culturas, também é certo que segue sendo um "país de contrastes", na expressão de Roger Bastide. Disso resultam alguns desafios para o Dia da Consciência Negra, celebrado a 20 de novembro, aniversário de morte de Zumbi.

Primeiramente, não podemos esquecer as comunidades quilombolas há séculos ou décadas em suas terras, mas numa situação sempre instável e precária e em condições de vida abaixo de qualquer padrão aceitável. Como pressionar por uma política pública especificamente direcionada a essas populações?

Depois, é preciso dar um basta ao extermínio indiscriminado de jovens e adolescentes, particularmente negros, no enfrentamento com a repressão policial. Tanto nas grandes metrópoles como pelo interior, tal matança já assumiu os contornos incontroláveis de uma guerra civil. Na raiz dessa prática, esconde-se uma discriminação generalizada da população que muitas vezes bate palmas para os "esquadrões da morte".

Enfim, como nos mostra o Documento de Aparecida, não basta a tolerância diante dos imigrantes, dos indígenas e especialmente da população negra. Não basta uma coexistência pacífica. Como avançar de uma justaposição de pessoas e culturas para um diálogo franco e aberto, onde todos possam sair reciprocamente enriquecidos?

* Alfredo J. Gonçalves, CS, é Conselheiro e Vigário Geral dos missionários carlistas.

Publicado na edição Nº09 - Novembro 2012 - Revista Missões.

Fonte: Revista Missões

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Governador visitará obras do Campus V da Uneal em União dos Palmares nesta segunda-feira

A obra, orçada em quase R$ 8 milhões, deve ser entregue em 300 dias, após o início dos trabalhos 

O governador Teotônio Vilela visita, na próxima segunda-feira (10), o canteiro de obras do Campus V da Universidade Estadual de Alagoas, a partir das 9h30, em União dos Palmares. O reitor Jairo José Campos da Costa e a diretora do Campus, Adriana Rocelly Viana, irão acompanhar a visita.

A construção do Campus V teve início em setembro deste ano, após a desocupação do terreno por famílias sem-terra. A obra, orçada em quase R$ 8 milhões, deve ser entregue em 300 dias, após o início dos trabalhos. 

O reitor Jairo Campos frisou que este é um marco na trajetória da instituição. “Convido toda a comunidade acadêmica, bem como a sociedade em geral para prestigiar este relevante momento do Campus V”, disse.

O Campus V - A Uneal instalou-se em União dos Palmares em abril de 1998, como Escola Superior de União dos Palmares (ESUP), ainda vinculada à antiga Faculdade de Formação de Professores de Arapiraca. A partir de 2004, após a realização de concurso para docentes, a unidade foi incorporada a então criada universidade. Em 2010, depois de ampla discussão com a comunidade acadêmica, foi escolhida democraticamente a designação de Campus Universitário Zumbi dos Palmares.

Saiba quais cidades vão ter feriado no Dia da Consciência Negra em 2014

O Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares. Ele foi o último líder do maior dos quilombos do período colonial, O Quilombo dos Palmares.

Comemorado há mais de 30 anos por ativistas do movimento negro, a data foi incluída em 2003 no calendário escolar nacional. Contudo, somente a Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A data é feriado em mais de mil cidades brasileiras. A lista completa de 1.047 cidades brasileiras onde dia 20 de novembro é feriado ofical, com a respectiva lei que regulamenta a data,  pode ser conferida em levantamento realizado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). 

A lista abaixo poderá ser atualizada a partir da publicação ou revogação doss decretos que determinam o feriado.

Acre: no Acre, o 20 de novembro não é feriado oficial em nenhum município.

Alagoas: de acordo com a Lei Estadual n° 5.724 de 1995, todos os municípios do estado de Alagoas tem feriado no Dia da Consciência Negra.

Amazonas: desde 2010, por força de uma lei estadual, o dia 20 de novembro passou a ser considerado feriado em todos os municípios do Amazonas. A capital Manaus também tem uma lei municipal que decreta 20 de novembro feriado do Dia da Consciência Negra.

Amapá: a Lei Estadual Nº 1169, de 2007, garantiu feriado oficial em 20 de novembro em todas as cidades do estado do Amapá.

Bahia: apenas três municípios baianos têm o Dia da Consciência Negra no calendário oficial de comemorações: Alagoinhas, Camaçari e Serrinha. Em todos eles, o feriado foi determinado por lei municipal.

Ceará: no estado do Ceará, o Dia da Consciência Negra não é feriado em nenhum município.

Distrito Federal: Distrito Federal não tem feriado para comemorar o Dia da Consciência Negra.

Espírito Santo: as cidades de Cariacica e Guarapari têm feriado oficial no dia 20 de novembro, por determinação de leis municipais.

Goiás: quatro cidades goianas celebram oficialmente o Dia da Consciêcia Negra em 20 de novembro: a capital Goiânia, Aparecida de Goiânia, Flores de Goiás e Santa Rita do Araguaia.

Maranhão: apenas o município de Pedreiras terá feriado no dia 20 de novembro, garantido por uma lei municipal de 2008.

Minas Gerais: 11 cidades mineiras têm feriado do Dia da Consciência Negra em 20 de novembro: Além Paraiba, Belo Horizonte, Betim, Guarani, Ibiá, Jacutinga, Juiz De Fora, Montes Claros, Santos Dumont, Sapucai-Mirim e Uberaba.

Mato Grosso do Sul: só a cidade de Corumbá tem feriado oficial em 20 de novembro, por força de lei municipal de 2008.

Mato Grosso: uma lei de 2002 determina feriado do Dia da Consciência Negra em 20 de novembro em todos os municípios do estado.

Paraíba: o 20 de novembro é oficialmente feriado apenas na capital, João Pessoa.

Pará: não é feriado em 20 de novembro em nenhuma cidade do estado.
Paraná: só duas cidades paranenses, Guarapuava e Londrrina, tem feriado oficial no 20 de novembro. Nos dois casos, o feriado foi determinado por lei municipal de 2009.

Pernambuco: não é feriado em 20 de novembro em nenhuma cidade do estado.

Piauí: não é feriado em 20 de novembro em nenhuma cidade do estado.

Rio de Janeiro: lei estadual de 2002 garante o feriado do Dia da Consciência Negra em todos os municípios cariocas.

Rio Grande do Norte: não é feriado em 20 de novembro em nenhuma cidade do estado.

Rio Grande do Sul: desde 1987, uma lei estadual determina que o 20 de novembro é feriado em todos os municípios gaúchos.

Rondônia: não é feriado em 20 de novembro em nenhuma cidade do estado.

Roraima: não é feriado em 20 de novembro em nenhuma cidade do estado.

Santa Catarina: Florianópolis

São Paulo: não há uma lei estadual que detemine o feriado de 20 de novembro no estado. Entretato, a data está no calendário oficial de 101 cidades por leis municipais, incluindo a capital São Paulo. São eles: Aguai, Aguas Da Prata, Aguas De Sao Pedro, Altinópolis, Americana, Americo Brasiliense, Amparo, Aparecida, Araçatuba, Aracoiaba da Serra, Araraquara, Araras, Atibaia, Bananal, Barretos, Barueri, Bofete, Borborema, Buritama, Cabreuva, Cajeira, Cajobi, Campinas, Campos do Jordão, Canas, Capivari, Caraguatatuba, Carapicuíba, Charqueada, Chavantes, Cordeirópolis, Cruz das Almas, Diadema, Embu, Embu Das Artes,Estância De Atibaia, Florida Paulista, Franca, Franco Da Rocha, Francisco Morato, Franco da Rocha, Getulina, Guaira, Guarujá, Guarulhos, Hortolândia, Ilhabela, Itanhaem, Itapecerica da Serra, Itapeva, Itapevi, Itararé, Itatiba, Itu, Ituverava, Jaguariuna, Jambeiro, Jandira, Jarinu, Jaú, Jundiaí, Juquitiba, Lajes,Leme, Limeira, Mauá, Mococa, Olímpia, Paraiso, Paulo de Faria, Pedreira, Pedro de Toledo, Pereira Barreto, Peruíbe, Piracicaba, Pirapora do Bom Jesus, Porto Feliz, Ribeirão Pires, Ribeirão Preto, Rincão, Rio Claro,  Rio Grande Da Serra,  Salesópolis, Salto, Santa Albertina, Santa Isabel, Santa Rosa de Viterbo, Santo André , Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São João Da Boa Vista, São Manuel, São Paulo, São Roque, São Vicente, Sete Barras, Sorocaba, Sumaré e Suzano.

Sergipe: não é feriado em 20 de novembro em nenhuma cidade do estado.

Tocantins: só o município de Porto Nacional tem, por lei municipal, feriado no 20 de novembro.