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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Escolas devem preparar emocionalmente professores para 2017

Especialistas afirmam a necessidade de fortalecer equipe para o novo ciclo

Com a aproximação do final do ano letivo, a tendência é que a grande maioria das pessoas pense que a classe de professores poderá tirar o pé do acelerador e relaxar, curtir o período de férias. Mas o que poucos sabem é que o paraíso não está a dois passos. É que pesquisas constatam o elevado nível de estresse da categoria nos segmentos das redes pública e particular.

Logo surgem as perguntas: e quando o ciclo escolar 2017 começar? Como os mestres estarão? Provavelmente nas mesmas condições se queixando de sintomas de ansiedade, insônia, nervosismo, dores musculares, mal-estar, falta de concentração. A pesquisa 'Identificação da Síndrome de Burnout em docentes do ensino superior: alerta para a saúde do trabalhador' confirma o problema.

Realizado neste ano de 2016 pela professora e pesquisadora do curso de graduação em Enfermagem do Centro Universitário Uniabeu, Renata da Silva Hanzelmann, e as alunas bolsistas de iniciação científica Bruna da Conceição dos Passos e Yvi Cristine Batista do Nascimento, o estudo alerta à importância da identificação precoce dos sinais da Sindrome de Burnout para que minimize ou ainda impeça o aparecimento dela nos professores.

“É importante alertar sobre o desenvolvimento da patologia que pode se instalar silenciosamente”, comenta a professora Renata Hanzelman. Para ela, quando observada a instalação dos sintomas iniciais, o profissional pode ser encaminhado e tratado ao Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Uniabeu para que tenha melhor qualidade de vida dentro e fora do ambiente do trabalho.

O fato é que as instituições de ensino podem fazer muito para colaborar com a saúde da equipe de docentes. Na opinião da psicóloga, professora da Uniabeu e coach, Fátima Antunes, com 25 anos de atuação na área de Recursos Humanos e especialista em gerenciamento do Estresse pelo Internacional Stress Management Association (ISMA/BR), o período de férias dos alunos e planejamento da escola é um bom momento para renovar o gás dos professores.

Através de encontros e oficinas para sensibilização quanto ao tema, eles poderão conhecer o impacto do próprio estresse na vida pessoal e profissional e se reestruturarem. “A ideia é rebobinar o docente para começar o novo ciclo renovado”, aconselha a profissional.

Antunes realiza oficinas em escolas e universidades para proporcionar, através de dinâmicas de grupo e vivências, o reconhecimento da fonte que movimenta as reações adversas à saúde emocional do professor. “Com essa atividade vamos apresentando técnicas e hábitos individuais que permitam uma reflexão sobre percepções e comportamentos que poderão minimizar os impactos do estresse no cotidiano, na saúde, no desempenho, e na qualidade de vida do professor”, explica

Os benefícios são para todos os envolvidos: instituição, professores e alunos. A coach Antunes destaca que a escola com esse comportamento evita demissão, afastamentos, rotatividade e até problemas na justiça. “Quando os professores aprendem a conviver com suas emoções e estresse, isto impacta positivamente nos resultados do trabalho pedagógico, e se reflete na satisfação dos alunos, pais e no resultado da escola”, avalia Antunes. A professora realiza a oficina “Autogerencimento do Estresse para professores” em instituições de ensino. Informações podem ser obtidas pelo e-mail contato@graphosassessoria.com.br.

Quem concorda com o trabalho preventivo nas escolas e faculdades é o professor universitário Ricardo Machado. Diagnosticado com o princípio da Síndrome de Burnout, que decorre da exaustão emocional humana, ocorrida quando o profissional tem as energias consumidas em função do atendimento coletivo, ele considera o apoio institucional fundamental para o bom desempenho em sala de aula. 

"A sala de aula requer do profissional de educação o máximo de esforço físico e mental para que se possa alcançar o objetivo que é contribuir com o desenvolvimento do ser humano. E é importante que este profissional de educação tenha um apoio técnico, tanto emocional como físico, para poder manter o ritmo de trabalho em alta performance", afirma Machado.

Educar para o mundo digital Por Pe. Rodrigo Lynce de Faria

É absolutamente inegável que o ambiente digital forma parte da vida quotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens. Também é evidente que esta nova cultura de comunicação possui muitos benefícios. E que contribuiu para o desenvolvimento de inúmeras capacidades até um nível que era simplesmente inimaginável no passado.

As novas tecnologias não são um simples acessório para muitíssimas pessoas: são uma autêntica extensão da vida do dia-a-dia.

Por este motivo, é indispensável que os pais percebam que educar nas novas tecnologias é essencial nos dias de hoje. Não é nenhuma opção. É uma obrigação ― e das grandes!

Porque o mundo digital ― quer queiram quer não ― influirá muitíssimo na vida e na felicidade dos seus filhos.

O ideal é que o uso das novas tecnologias redunde numa melhora integral da pessoa. É preciso ajudar os filhos a usarem estes meios com liberdade, responsabilidade e temperança.

Seria absurdo, por exemplo, que os filhos não dormissem as horas necessárias porque não conseguem deixar de responder a mensagens no telemóvel ou jogar com o computador. É, sem dúvida nenhuma, disparatado. No entanto, segundo alguns estudos recentes, parece que é um acontecimento bastante comum em muitas famílias.

Senhores pais: não deixem de ajudar os vossos filhos a reflectir sobre os modos sensato e insensato de utilizar estes meios digitais. E, por favor, não se esqueçam de educar também com o exemplo.

Se no passado havia falta de informação, nos dias que correm um problema sério é o seu excesso. A mente humana pode cair facilmente na dispersão e passar a ter dificuldades graves de concentração.

Diante destes mundos de informação que são tudo menos inócuos convém ajudar a reflectir: como posso servir-me destes recursos de um modo positivo?

Como posso evitar que o seu uso me faça perder o domínio próprio sobre as minhas ações e emoções?