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segunda-feira, 19 de novembro de 2018

130 anos depois… – A nódoa do racismo ainda permanece

 Mesmo sentindo na própria pele as consequências do racismo, presidente da Unegro aponta que houve avanços nos últimos anos

A escravidão do povo negro no Brasil durou mais de três séculos, perdurando de 1550 até 1888. Durante esse tempo, os negros escravizados deram uma contribuição inestimável para a construção do país, tendo sido responsáveis pelo impulsionamento da economia nacional mas, ao mesmo tempo, sofrendo todo tipo de violência e privação decorrentes da sua condição de povo escravizado.

A situação de escravizados não foi aceita pacificamente por grande parte dos negros trazidos à força da África, que resistiram à situação e fugiam para dentro das matas fechadas, criando os chamados quilombos, que abrigavam os negros que fugiam de “seus donos” e se juntavam a outros na mesma situação para resistir à escravidão.

O mais famoso de todos os quilombos foi o de Palmares, localizado na Serra da Barriga, no estado de Alagoas, que chegou a abrigar cerca de 20 mil negros fugidos da escravidão. Seu maior líder, Zumbi, foi morto em 20 de Novembro de 1695, cerca de um ano após todos os demais negros do quilombo serem dizimados por forças militares enviadas pelo governo da época.

Hoje, decorridos 130 anos da libertação dos negros escravizados, os cidadãos negros e as cidadãs negras ainda sofrem com o preconceito racial e com a discriminação por conta de sua cor, o que pode ser visto não só pela forma discriminatória como muitos são tratados, mas principalmente se observarmos o reduzido número de negros e negras que ocupam posições de destaque na sociedade brasileira e a pequena quantidade dos mesmos que goza de boas condições financeiras.

Para lembrar o sofrimento dos negros e negras escravizados e denunciar o preconceito que até hoje vitima essas pessoas por conta da cor de sua pele e de sua herança histórica, foi instituído o Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares.

Fonte: A Tribuna