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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Escola Antonio Gomes faz cerimônia de conclusão do 9º Ano e encerra etapa do Ensino Fundamental II

Palmarina reproduz bordados de renda em peças de cerâmica coloridas



Meu nome é Silvânia, mas pode me chamar de Maria Corá. Sou casada e tenho três filhos, nasci em União dos Palmares (AL) e perdi meu pai logo cedo. Fui garçonete, frentista, vendedora, feirante, hoje sou ceramista. A cerâmica foi e é a único desejo que nunca desisti. 

Meu primeiro contato com a cerâmica aconteceu em oficina com Arlindo Monteiro (que esculpe lindas esculturas em palito de fósforo), paixão a primeira vista pelo barro: minha escultura de um anjo saiu na TV Globo local. Uns cinco anos depois voltei de Fortaleza e entrei em um curso de inglês, daí alguém me falou do Atelier de Cerâmica Eva LeChapion. Endoidei na mesma hora.

Bom, daí liguei e falei com Eva. Virei aluna e, como queria ficar o tempo todo no atelier, Eva me propôs parceria, passei a dividir alguns custos. Foi uma época memorável, depois das 3 ou 4 queimas já levava as peças para vender no Armazém Sebrae! Aprendi muito com Eva LeChapion durante uns três anos que participei da vida do Atelier LeChapion. 

Eva respira, vive e transpira arte, sua paixão pela cerâmica me intoxicou de uma forma definitiva. Suas frases me inquietam até hoje: “um dia o planeta vai voltar ao barro, substituindo o plástico de petróleo”, disse, pelo que lembro. Havia uma utopia nascendo ali. 

Entrei mesmo no barro e, depois de seis meses já tinha 4 alunas. Adorava trabalhar, fazer esculturas, ensinar e viver da arte cerâmica.

Me animei e resolvi sair do Atelier e possuir minha própria loja, embarquei de cabeça junto com a turma do Artesanato dos Guerreiros. Foi difícil, um grande choque, pois tinha metas financeiras há atingir todo mês e ao mesmo tempo começaram os problemas com meus braços, pois a forma de preparar o barro para o trabalho era toda manual, o que degradou minha musculatura. Aprendi depois outros jeitos de preparar o barro. 

A cerâmica é minha companheira, e tem me dado muitos presentes, inclusive um marido, que me conheceu em um curso que ministrei no SENAC-AL. Ele tem sido meu companheiro e cúmplice em minhas loucuras de barro, inclusive nas aventuras pelo Estado de Alagoas e além para encontrar barro bom, materiais de esmaltes, conhecimento.

VEJA REPORTAGEM DA GAZETA COM A PALMARINA AQUI