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segunda-feira, 13 de julho de 2015

Criança inocente Por Jhessy Soyari

Lembro-me bem da minha cidadezinha, de tudo que já vivi nela de quando as coisas mais simples possuíam seu valor. 

A felicidade surgia a cada sorriso inocente de uma criança, e eu lá entre elas sem entender muitas coisas e não percebia o quanto eu era feliz. Um lugarzinho com casinhas pequenas e coloridas andava de rua em rua sem medo, onde todos se conheciam. 

Por muitas vezes usávamos a nossa criatividade e íamos para um lugar plano com areia. A gente fazia dali a nossa quadra e lá brincávamos de tudo. 

Era uma cidadezinha sem muita iluminação, com poucos recursos, sem investimentos e esquecida, e mesmo assim, aproveitei muito desse lugar. Na verdade eu não me preocupava com isso. Eu gostava mesmo era das coisas mais simples. 

Saía descalça, brincava de boneca na areia, me sujava toda no barro, amarelinha, pega-pega, vivia solta e adorava ir para o sítio do meu pai, onde subia no pé de goiaba, tomava banho no rio, andava a cavalo, de bicicleta, bebia água de coco fresquinha e perdi a conta das vezes em que tomei banho de chuva. 

Ao reviver meu passado, me comparo hoje um pouco mais velha que as crianças atuais, a infância de antigamente foi diferente e era mais saudável.

Hoje as crianças crescem já sabendo sobre tudo. A inocência se perdeu com tantas transformações, progressos e modernizações. Quando criança não sabia de onde viam os bebês, de sexo, sobre drogas, não sofria Bullying, não tinha celular, computador, nem vídeo game. 

Fui muito feliz e aproveitei ao máximo a melhor fase da minha vida. Feliz de tudo... Corri, gritei, brinquei, fui uma verdadeira criança e se pudesse voltar no tempo reviveria tudo exatamente como uma verdadeira criança inocente.

Jhessy com os irmãos Natan e Maria Eduarda, aluna do 6 Ano "C" da Escola Municipal Dr. Antonio Gomes de Barros, que colaborou com o texto. 


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 "Morei em Rocha Cavalcante por 13 anos e foi lá que minha família começou a vender tecidos. A feira no distrito era aos domingos e em muitos sábados vinha a União dos Palmares com minha mãe ou meu pai de trem". (AQUI).


"Como é que conseguíamos viver sem internet e sem celular? Já perdi as contas de quantas vezes me perguntei isto". (AQUI)