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quinta-feira, 23 de março de 2017

Serra da Barriga concorre ao título de Patrimônio Cultural do Mercosul

Local recria o ambiente da República dos Palmares, maior e mais organizado refúgio de negros, índios e brancos da América Latina

Um dos principais símbolos da resistência à escravidão que reinou no País entre os séculos XVI e XIX, o Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas, concorre ao título de Patrimônio Cultural do Mercosul.

A candidatura se insere na proposta La Geografía del Cimarronaje: Cumbes, Quilombos y Palenques del MERCOSUR, juntamente a Equador e Venezuela, que também apresentaram sítios de interesse para a valoração da contribuição africana no continente sul-americano. 

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com a Fundação Cultural Palmares (FCP), elaborou e protocolou o dossiê de candidatura, que foi entregue no início deste mês ao Comitê Técnico do Patrimônio Cultural do Mercosul.

"O reconhecimento do Quilombo dos Palmares já começou quando este foi eleito patrimônio nacional na década de 1980, fato que representou a afirmação dos movimentos negros no País e a criação da Fundação Cultural Palmares", declarou Candice Ballester, arquiteta e urbanista, coordenadora da elaboração do dossiê pela Assessoria de Relações Internacionais do Iphan. 

A análise pelo Comitê está prevista para ocorrer em maio e servirá como subsídio para a avaliação final pelo Comitê do Patrimônio Cultural (CPC), que deve ocorrer em outubro, em Maceió, Alagoas.

Serra da Barriga

Foi na Serra da Barriga que os descendentes dos africanos escravizados, que conseguiram fugir dos seus capatazes, conseguiram fundar a República dos Palmares, maior quilombo da América Latina.

A diretora do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Fundação Cultural Palmares, Carolina Nascimento, destaca que a Serra da Barriga abriga o primeiro e único parque de memória da cultura negra no Brasil. "No Quilombo dos Palmares, viveu Zumbi, líder que guiou, na luta contra a opressão das tropas holandesas e do exército colonial, centenas de homens e mulheres escravizados que buscaram nas matas da serra refúgio", afirmou.

Capoeira: dança ou luta?

Fotos: José Marcelo Pereira da Silva

No passado, a falta de paz e de tranquilidade moveu algumas comunidades a criar formas de entretenimento que contribuíssem para a sua autodefesa. Na verdade, elas camuflavam a luta em certas danças. A capoeira é uma delas. Qual é, então, a sua origem?

A maior parte dos praticantes da capoeira é originária de Angola e do Brasil, locais onde esta arte-dança é um instrumento de luta pela autodefesa, segurança e liberdade. Nos dias actuais, a capoeira é praticada em vários países de todo o mundo. Ela foi espalhada pela terra com o propósito especial de preservar a tradição de uma acção secular que, em grande parte, contribuiu para liberdade do povo brasileiro da opressão e da escravatura do sistema colonial.

Nesse bailado, ninguém fica de fora. Todos – crianças, homens e mulheres – praticam a capoeira. Ou seja, porque acreditam que esta manifestações desportiva e artístico-cultural é também terapêutica, beneficiando quem a pratica. Na verdade, a capoeira é originária de África, mas ganhou grande popularidade no Brasil em resultado das condições em que os escravos viviam no contexto colonial que – muitas vezes – concorriam para que perdessem a vida.

Nessa vertente, a cultura africana sofreu mutações perante a actual realidade. E daí surge a capoeira, uma luta em forma de dança que tornou realidade a utopia da liberdade. Nesse sentido os povos oriundos dos Quilombos do Brasil, que eram obrigados a trabalhar na agricultura – com destaque para os canaviais e a mineração – equiparam-se, disfarçando as tácticas guerreiras na dança a fim de aperfeiçoarem o estilo e, consequentemente, criando as bases para lutarem contra a opressão colonial. A abolição da escravatura, em Maio de 1888, muitas vezes, associa-se aos êxitos da capoeira.

A luta

A capoeira é uma luta de defesa e ataque mortífero. Os seus praticantes usam como – ferramentas de ataque – os pés e a cabeça, tornando os golpes mais rápidos, calculados e fatais. As mãos também são usadas para o ataque e a defesa. Durante as actuações, os capoeiristas apresentam-se descalços e vestidos de branco, sendo que, segundo Melquisedeque Sacramento Santos, contramestre de capoeira, os pés descalços retratam a realidade antiga e a vestimenta branca a paz e a liberdade.

Por outro lado, Melquisedeque afirma que alguns capoeiristas usam o verde – que na simbologia moçambicana significa esperança – incluindo o branco, a cor predominante, desde os primórdios desta dança-arte, para explicar que é desse branco que os escravos que viviam nos quilombos precisavam. O contramestre Santos explica que, em tempos idos, a capoeira era praticada em espaços abertos visando um melhor espaço de manobra. A experiência favoreceu muito as vitórias do oprimidos contra os seus opressos, sobretudo porque a luta, em si, era desconhecida pelo inimigo.

Santos explica que o termo capoeira associa-se ao facto de que os escravos que o praticavam se deslocavam das zonas rurais, onde se encontravam as grandes plantações, para o centro da cidade trazendo galinhas dentro de gaiolas para vender. Nesse sentido, sempre que se divertissem, os citadinos apreciavam aquela manifestação artística e chamavam-na “a brincadeira dos capoeiristas”.

Com o passar dos anos, a prática foi transmitida através de gerações que passaram a chamá-la capoeira e capoeirista quem a realiza. Desde então, os senhores das terras proibiram a prática dessa luta entre os escravos, instalando a pressão da polícia imperial e milícia para controlar e sancionar os seus fazedores. A partir daí, na tentativa de ganhar a liberdade a qualquer custo, os negros dissimularam a capoeira colocando mímicas e bailados acompanhados de músicas, em ritmos de danças tradicionais.

Quando os senhores das terras passavam pelos acampamentos dos negros, a “brincar capoeira”, batiam palmas apreciando a suposta dança, não se apercebendo, no entanto, que se estava a praticar a proibida capoeira. Foi assim que a capoeira emocionou, libertou e conquistou praticantes sobrevivendo até os dias actuais.

O que mais se sabe sobre a capoeira? 

Na verdade, a capoeira é uma junção de danças tipicamente africanas como, por exemplo, o Xigubo e a Ngalanga, que foram modificados em gestos e golpes violentos. Por isso, ela é também uma forma de luta muito violenta. Contudo, Santos prefere dizer que a capoeira é um diálogo de corpos em que – enquanto se disputa – só se vence quando o parceiro já não tem respostas para as perguntas do seu dialogante. Ou seja, cada gesto feito dentro do círculo é uma fala corporal, e, à medida que um projecta os pontapés, é obrigatório que o outro retribua.

O jogo da capoeira, na forma cordial – ou dentro da roda – é verdadeiramente um diálogo de corpos. Os dois capoeiristas partem do “pé” do berimbau e iniciam um lento balé de perguntas e respostas corporais, até que um terceiro corte o jogo para que sucessivamente se desenvolva até que todos entrem na roda.

O ritmo 

A capoeira é a única modalidade de luta marcial que se faz acompanhada por instrumentos musicais. A prática deve-se, basicamente, às suas origens africanas, com maior influência para as danças tradicionais que dessa forma disfarçavam a peleja numa espécie de manifestação cultural, enganando os senhores de terras e os capitães-do-mato.

No início, esse acompanhamento era feito apenas com palmas e toques de tambores. Depois foi introduzido o berimbau, instrumento composto por uma haste cruzada por um arame, tendo por baixo uma caixa de ressonância feita de uma ‘cabaça’ cortada. O som é obtido percutindo-se uma haste no arame. Este instrumento era usado, inicialmente, por vendedores ambulantes para atraírem fregueses e mais tarde tornou-se uma ferramenta simbólica da capoeira, conduzindo o jogo no seu próprio timbre. Os ritmos são em compasso duplo e os movimentos são rápidos e moderados no mesmo tom do berimbau.

Para uma boa performance, o conjunto rítmico é composto por três berimbaus – um grave chamado Gunga, um médio e um agudo chamado Viola, dois Pandeiros, um Reco-reco, um Agogó e um Atabaque. A música tem ritmos que são cantados e repetidos em coro por todos os artistas na roda. Um bom capoeirista tem a obrigação de conhecer todos os instrumentos utilizados na dança.

Fonte: Verdade

7 atitudes que desmotivam o aluno na hora de aprender




Antes de iniciar as aulas, um bom professor faz o planejamento escolar, pesquisa novos conteúdos, elabora exercícios complementares, enfim, deixa tudo pronto para que o ano letivo transcorra bem. No entanto, com o passar do tempo, ele nota que na turma tem um aluno ou outro que não rende absolutamente nada. E aí surge aquela velha pergunta: O que é que deu errado?!

Sabemos que alguns alunos já saem de casa pensando em ir à escola para se divertir. Essa postura, por si só, já é suficiente para que o professor crie estereótipos e se estresse na hora de ensinar. Mas esse não é um problema atribuído somente ao aluno. Muitas vezes, a falha está diretamente relacionada ao educador, que não percebe que sua didática é cansativa ou até mesmo ultrapassada para a geração para a qual leciona.

A partir desse ponto temos um conflito: professor e aluno com diferentes interesses dividindo o mesmo ambiente. Alguns aspectos, de fato, interferem na produtividade do aluno. Entre eles, a falta de motivação, dificuldade de concentração, limitações no desenvolvimento cognitivo e também experiências sociais e culturais específicas. Além desses fatores, algumas atitudes negativas do professor podem desmotivar o aluno na hora de aprender.

1 – Desânimo – Não existe nada mais desestimulante do que não querer ir para escola e, ao chegar na sala, você se deparar com alguém mais desanimado do que você.

2 – Histeria – Por mais que os professores sejam a autoridade na sala de aula, gritar não é a melhor forma de conquistar respeito e ordem. Essa atitude assusta, humilha e tem efeito momentâneo. Além disso, existe uma sutil diferença entre ser autoritário e ter autoridade.

3 – Aula cansativa – Inovar é preciso! É sempre bom trazer jogos, realizar dinâmicas, propor brincadeiras, enfim, aliar teoria e prática de maneira divertida, criativa e atual.

4 – Falta de empatia - Tem professor que não se atualiza com a realidade do aluno, ou seja, não sabe absolutamente nada do contexto familiar e social da criança e/adolescente, e pior, não tem o menor interesse em saber! A falta de empatia interfere negativamente na relação aluno-professor.

5 – Egocentrismo – Alguns professores têm o hábito de desenvolver verdadeiros monólogos sobre si. Enquanto falam lindamente sobre algo que interessa exclusivamente a eles, os alunos fazem caricaturas, jogam aviõezinhos de papel, planejam festa do pijama, fazem atividades de outros professores e, óbvio, não prestam atenção em nada.

6 - Constrangimento – Não existe nada pior do que exposição pública. Infelizmente, existem professores que têm prazer em constranger seus alunos por motivos diversos: preconceito, predileção, etc. O Estatuto da Criança e do Adolescente, no Art. 232, salienta que submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância, a vexame ou a constrangimento é crime!

7- Comparações – Um dos erros mais graves que um professor comete é comparar um aluno com outro. Cada um tem um ritmo próprio para aprender. Comparações servem apenas para reforçar o sentimento de frustração, criar bloqueios e, certamente, desmotivar o aluno a aprender.

Se você é professor e está se excedendo em algumas dessas atitudes, reveja com autocrítica sua postura como educador. E lembre-se: “Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”, já dizia Paulo Freire

#Por que os alunos não aprendem #Dificuldade na aprendizagem #Atitude negativa do professor

Fonte:blastingnews.com