Pages

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Entidades denunciam que Governo do Estado dará o mínimo apoio à Festa da Consciência Negra

A festa em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, que será realizada dos dias 17 a 20 de novembro, em União dos Palmares, terá um apoio irrisório do Governo do Estado, segundo informações passadas pelo escritório local da Fundação Cultural Palmares.

Segundo Maria José, da FCP no Estado, o governo só vai disponibilizar R$ 8 mil para a realização da festa. "O valor será repassado à Prefeitura de União dos Palmares, pela Secretaria de Estado da Cultura. O secretário estadual de Cultura, Osvaldo Viegas, comunicou à instituição e à  Prefeitura de União, que o Governo de Alagoas não tem condições financeiras de contribuir com a festa", observou.
 
“Isso é uma vergonha: temos que refazer a programação e a estrutura é grande, principalmente, palco, som e iluminação, estou em contato com a Fundação Palmares, em Brasília, para rever essa situação”, disse Maria.

Ela destacou que o deputado federal Paulo Fernando, o Paulão (PT) destinou cerca de R$ 300 mil reais para a realização do evento.

Para a secretária de Cultura de União, Genisete Sarmento, essa notícia negativa torna a preocupação maior em realizar uma grande festa, já que as parcerias com o governo federal, estadual e municipal são fundamentais, para fazer o evento que reúne milhares de pessoas no município. Com a palavra, a assessoria do governo.

Fotos: João Paulo Farias e informações de João Paulo Farias e Olívia de Cássia

Poema "Solo Sagrado" de aluna da zona rural de União dos Palmares, ganha 1º lugar em concurso no município

Sandriele dos Santos Silva aluna do 6º ano da Escola Municipal Pedro Cândido, de União dos Palmares. 

Meu lugar solo sagrado
Lugar que me viu nascer
Aqui dei meus primeiros passos
Aqui pretendo crescer.

Meu cantinho é importante
Tem esporte e educação
Forró, quadrilha e xaxado 
Aqui tem animação.

Sítio Cavaco é vencedor em toda essa região
A agricultura é predominante 
É mandioca, milho, batata doce e feijão,
Sai dessa terra sagrada a nossa alimentação.

Lugar rico em cultura
E também em tradição,
Aqui nasceram grandes ilustres
Da história de União.

Temos a Serra da Barriga
Paisagem para deslumbrar
A casa de Jorge de Lima
Museu Maria Mariá.

Aqui foi onde se deu
O grito de liberdade
Liderado por Zumbi
No Quilombo dos Palmares.

Buscamos sempre a Deus
Através da religião
Ó lugar de gente boa
É esse querida União.

Se ainda não conhece 
Venha logo conhecer
Esse lugar especial
Que jamais irão esquecer.

Orientada pela professora Maria Vilanir da Silva.

Artigo: Valeu, Zumbi!


Novembro chegou: é um mês de comemorações para o povo negro e de reflexão também. É o mês de a gente reverenciar e saudar o nosso herói Zumbi e todos os quilombolas que se aventuraram no sonho de querer uma sociedade melhor, mais igualitária e mais justa.
Podemos dizer que tivemos muitos ganhos, ao longo dos séculos que se sucederam à epopeia de Zumbi, mas ainda é preciso muitas lutas para que a gente acabe com o preconceito velado que ainda existe na sociedade brasileira.
Infelizmente ainda é possível no Brasil e no Estado se julgar as pessoas pela cor da pele, como se isso fosse o passaporte para se medir o caráter das pessoas. Sempre lutei contra o preconceito racial e por uma sociedade mais justa, mas não sou melhor do que ninguém.
Acompanho o movimento desde a década de 1980 e sempre fui apaixonada pela história de Zumbi, mesmo que as lendas que meu avô me contasse fossem preconceituosas, porque seu Manoel Correia Paes era um descendente de português racista, mas se rendia às minhas falas e brincadeiras.
Eu sempre acreditei, desde a mais tenra idade, que não só a comunidade negra, mas todos nós merecemos um mundo melhor e mais justo, sem discriminações pela cor da pele, religião ou opção de vida.
O povo negro sofreu a opressão da escravidão e não se aquietou diante da opressão. A maioria da população já conhece a história de Zumbi dos Palmares, que teve início em 1655 com seu nascimento em Alagoas, em um dos mocambos do Quilombo dos Palmares.
Segundo as pesquisas dos historiadores, com apenas sete anos Zumbi é capturado por soldados e entregue ao padre António Melo, que o alfabetizou e foi responsável por sua formação. Batizado na igreja Católica como Francisco, Zumbi ajudava nas missas além de estudar Português e Latim.
Segundo historiadores, aos quinze anos ele foge para o Quilombo dos Palmares onde obtém reconhecimento pelas suas habilidades marciais e com apenas vinte anos já é um respeitável estrategista militar e guerreiro, atuando na luta contra os soldados do sargento-mor Manuel Lopes.
A história do nosso herói faz a gente refletir sobre o que queremos para a nossa juventude de hoje e o que pretendemos para a sociedade e para as nossas vidas. A história de tantos guerreiros serve para que pensemos na nossa própria história de vida. Salve o 20 de novembro, salve o povo negro.  Zumbi vive!
Fonte: Blog - Jornalista Olívia Cerqueira/Tribuna Hoje