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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Que tal estimular sua expressão e aptidão artísticas em Teatro, Desenho, Capoeira, Xadrez ou Violão?

 
 

Membros da Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) de União dos Palmares, em parceria com a Associação das Mulheres do Bairro Roberto Correia de Araújo, vêm realizando oficinas gratuitas de violão, capoeira, desenho, xadrez e teatro para crianças, adolescentes e jovens. Adultos também podem participar, caso tenham interesse em algum curso. "Vim trazer minha filha na aula de desenho, já que ela gosta dessa arte, e aproveitei para participar", disse Aldo da Silva.

Os monitores não recebem para realizar os cursos. O objetivo maior é contribuir na formação educacional e intelectual dos participantes. "Quero formar cidadãos. Vivemos num mundo tão violento e podemos ajudar à sociedade ser mais consciente de seus direitos e deveres, tirando os meninos das drogas em geral", disse ao blog o capoeirista Marcos Antônio.

O idealizador do blog JMarcelo Fotos fez sua primeira aula de xadrez com o instrutor Erick Santos, que joga há 5 anos. O esporte requer muita paciência do jogador. "Temos muitas vantagens em jogar xadrez, como ser tornar mais paciente e melhorar na memória. Toda energia que você precisa para manusear as peças fará você relaxar todo seu corpo, dando uma sensação de descanso no seu dia", comentou Erick Santos. 

Os responsáveis pelos cursos pedem que os alunos possam contribuir com materiais dos seus respectivos cursos, a exemplo de Desenho que o aluno pode levar caderno e lápis. 


As atividades que são realizadas na sede da Associação, que localiza-se na Rua José Hortêncio de Souza, ao lado da Adefup, começaram dia 04, e terão continuidade nos próximos meses. 


Quem quiser participar, é só procurar algum membro da PJMP para efetuar sua inscrição ou fazê-la na hora na Associação.  

Exposição homenageia Abdias Nascimento, um dos maiores ativistas negros do País

Um dos maiores ativistas negros do País, Abdias Nascimento é homenageado com um exposição no Itaú Cultural. A mostra retoma a trajetória do intelectual que foi escritor, artista visual, teatrólogo, político e poeta e um dos principais defensores dos direitos civis das populações negras.

Ao longo da exposição, são destacados alguns momentos de sua história como sua participação em grupos artísticos como a Santa Hermandad Orquídea, o Teatro do Sentenciado, o Teatro Experimental do Negro e o Museu de Arte Negra, além de grupos de articulação política, social e de pesquisa, como a Convenção Nacional do Negro, o Memorial Zumbi e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro). Estarão também representados seus mandatos como deputado e senador.

O  público também poderá conferir suas obras teóricas abordando questões relacionadas a lutas sociais, afirmação de identidades negras e defesa de seus direitos, além de performances, leituras dramáticas de peças encenadas pelo Teatro Experimental do Negro (TEN) e o lançamento da reedição do livro O Genocídio do Negro Brasileiro, publicado por Nascimento em 1978. Depois de uma grande pesquisa a partir do acervo do Ipeafro, a curadoria reuniu também pinturas, documentos históricos, correspondências, discursos, entrevistas, depoimentos, manuscritos e fotografias.

A curadora e presidente do Ipeafro, Elisa Larkin Nascimento, que foi esposa do intelectual durante os últimos 38 anos, acredita que todo o material produzido por ele é ainda muito atual, especialmente a obra O Genocídio do Negro Brasileiro: “Esse título do livro não podia ser mais contemporâneo, porque é exatamente o que se denuncia quase todos os dias. Nós estamos vendo a juventude negra ser assassinada pela polícia e pela violência, estamos assistindo à violência religiosa contra as comunidades e terreiros. Quase todo dia você tem a invasão ou a depredação de alguma comunidade, de algum terreiro de candomblé, nós estamos vendo a discriminação contra os filhos dessas comunidades religiosas nas escolas, tivemos uma menina que foi apedrejada, enfim, vários tipos de violência”, disse. “O genocídio, quando vemos a definição dessa palavra, ela não se refere apenas à morte física, mas também à morte de uma cultura, do legado cultural de um povo. E é isso que ele [Abdias] diz nesse livro”.

Trajetória
Aos 30 anos, Abdias Nascimento havia sido duas vezes preso político; viajado pela América do Sul, a partir do Amazonas, com os poetas da Santa Hermandad Orquídea; passado um ano no Teatro del Pueblo de Buenos Aires; e criado dentro do Carandiru, enquanto prisioneiro, o Teatro do Sentenciado. Na prisão, ele escreveu os livros Zé Capetinha e Submundo. “Quando apontavam para ele as portas dos fundos, ele não aceitava”, disse Elisa sobre a resistência de Abdias a situações de discriminação.

Abdias teve uma extensa atuação artística no Teatro Experimental do Negro (TEN), criado por ele, onde também organizou convenções e congressos para combater o racismo na academia e na política. Ele assumiu como deputado federal ao lado do indígena Mário Juruna. Foi senador e secretário do governo do estado do Rio de Janeiro. Abdias continuou pintando e publicou peças e poesias, além de obras como O Quilombismo e Sitiado em Lagos.

Segundo Elisa, desde criança Abdias viveu situações que o levaram para o caminho do combate ao racismo. Nascido na cidade de Franca (SP), em 1914, ele cresceu em meio às fazendas de café, que haviam substituído a mão de obra de escravos negros por imigrantes. Na infância, ele acompanhava sua mãe, que, na época, servia como ama de leite nas fazendas. Lá, havia professores para os filhos dos imigrantes. Elisa disse que, apesar de gostar de ir à escola e querer estudar junto a essas crianças, Abdias não podia, porque era negro. “Esses são só alguns exemplos das coisas que ele passava e que consolidaram nele essa convicção de lutar contra o racismo”.

Serviço – Ocupação Abdias Nascimento
17 de novembro de 2016 até 15 de janeiro de 2017Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149 – Bela Vista, São Paulo – SP
Link curto: http://brasileiros.com.br/frDaP