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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Durante esta semana as escolas Jairo Correia Vianna, Luiza de França e Fernando Juazeiro realizaram uma programação especial alusiva à Páscoa



Centenas de crianças da educação infantil ao 5º ano do ensino fundamental participam da programação realizada em suas respectivas escolas. 

Na Escola Jairo Correia (Antigo Santa Maria Madalena) os alunos participaram de peças teatrais, além de exposição de trabalhos feitos pelos próprios alunos em sala de aula, dança, recitais e um mural coletivo.

Na Escola Fernando Juazeiro os poemas, danças, músicas e encenação fizeram parte da apresentação. Os alunos fizeram trabalhos pedagógicos como recorte e colagem, pintura, confecção dos ovos de Páscoa e outros símbolos e lembranças. “O foco é fazer com que as crianças aproveitem as datas comemorativas para também trabalhar suas habilidades pedagógicas”, completou Isabel. Responsável pedagógica pela educação infantil no município. 

A escola municipal Luiza de França também entrou na roda com a celebração à Páscoa, os alunos se apresentaram, fizeram painéis, pinturas, colagens e ainda produziram uma Ceia, com direito até aos centuriões romanos. Um espetáculo que encantou alunos os professores. 

“Este ano, optamos por oferecer as oficinas lúdicas para os alunos, por entender que as crianças terão um melhor aprendizado sobre tudo o que representa a data”. Disse Simone Cruz Mizael, diretora adjunta da escola Luiza de França. 

Seja em uma aula diferenciada, em uma brincadeira, ou em uma celebração religiosa, o que importa é manter viva a esperança da ressurreição de Cristo, e acreditar que uma vida nova é possível todos os dias. Durante os próximos dias outras escolas estarão realizando suas ações. 

“É missão da educação, formar cidadãos conscientes, que valorizem cada festa, cada tradição, cada símbolo de nossa nação bem como nossa fé, a Páscoa é um momento oportuno para mostrar os valores familiares, valores humanos como a fé, compaixão, perdão, esperança e amor, nossas escolas estão fazendo um belíssimo trabalho, mantendo isso vivo na mente e no coração de nossos milhares de alunos”. Disse Ricardo Praxedes – Secretário de Educação. 

Secom / SEMED 




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Uma noite para Jorge de Lima, Maria e Franco

A II Semana de Cultura com o tema: Re-descobrindo Jorge de Lima, que teve inicio ontem (22), no Auditório da Prefeitura de União dos Palmares, fez jus ao Príncipe dos Poetas, que é palmarino da gema.

A noite do evento tinha algo mágico no ar, geralmente os conterrâneos não prestigiam circuitos culturais na cidade, mas essa era diferente e todos entraram no clima para prestigiar o grande poeta e a nova geração de escritores, como Franco Maciel que estava lançando seu livro, A História da Terra da Liberdade, de Macaco a União dos Palmares.

No local estavam presentes intelectuais dos Estados de Alagoas, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. A filha do poeta Maria Thereza de Lima, foi simpática com todos que queriam abraçá-la, tirar fotos, conversar. Ela veio acompanhada de amigos que, como ela, queriam reviver a cidade onde seu pai nasceu e viveu por anos. 

Emocionado, Franco agradeceu aos familiares, amigos e relatou a experiência em dividir o comando do blog ‘A terra da liberdade’ comigo. O escritor ainda disse “quero fazer uma homenagem ao radialista Sílvio Sarmento, que contribuiu tanto para esse livro. Nossas conversas eram diárias e longas”.

A Secretária da Cultura de União Genisete Lucena falou do legado do poeta, da importância dessas atividades no município para que as novas gerações possam não só ter o prazer de ler as obras do autor, como também poder incentivar os mesmos a escreverem futuramente. E essa ideia já foi comprada por professores e alunos das instituições Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), Escolas Edvar Sousa e Monsenhor Clóvis Duarte, que estavam presente. 

Na festa da cultura palmarina estiveram no evento o prefeito Beto Baia, alguns secretários do governo, os jornalistas Maurício Melo (TV Senado), Antonio Aragão, Ivan Nunes, os vereadores Bruno Praxedes e Toinho da Adefal, o cineasta Clementino Júnior, o ator Mano Melo, representante da Fundação Palmares Maria José, o poeta Claudio Wiler e o grande Kleber Marques, que enriqueceu a noite com seu jeito descontraído.

Que venham mais eventos como esse em União dos Palmares!!!
   

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Qual o seu poema preferido de Jorge de Lima?


Próximo dia 23 é a data de nascimento do poeta palmarino Jorge de Lima, que nasceu em 1895. Nas escolas de União dos Palmares e nas redes sociais, como Facebook, os conterrâneos expõem trabalhos e falam de seus poemas e livros preferidos do autor. O 'príncipe dos poetas alagoanos' recebeu ao longo dos anos várias homenagens. Entre elas, o seu nome em praça, escola, biblioteca e museu.

Para o professor Adriano Marques, Jorge de Lima é de grande importância para o município, "ele deixou um legado grandioso para todos, principalmente aos estudantes que a arte de escrever é possível. Mostrou com todas as evidências a historia da escravidão em verso e prosa". O seu poema preferido do escritor é 'Essa negra Fulô', um dos poemas favoritos dos leitores que o Blog entrou em contato.

A estudante Naná Gomes também prefere 'essa negra Fulô' e completa "ele foi um grande poeta, escritor e trouxe reconhecimento. Afinal, é um orgulho enorme saber que ele nasceu no 'berço da liberdade' e teve raízes palmarinas!". Esse orgulho é visível nas conversas com outras pessoas. "Eu gosto de saber que o 'Príncipe dos poetas' leva o nome da nossa cidade aos quatro cantos do mundo despertando emoções, como acontece comigo. Acho espetacular estar em outras cidades e Estados e me deparar com referências ao Jorge, desde livros a pichações gritando os sentimentos do poeta em muros por aí. Não tem como o coração não pulsar de orgulho", diz Maria Sol Aragão.

Dentre as homenagens nas redes sociais, muitas falam do poeta como patrimônio da terra. A professora Jaiane Lima diz que o poeta é "motivo de orgulho, dentre tantas dificuldades encontradas em nosso município desde seu início, assim como Zumbi que lutou pela liberdade de nosso povo, Jorge de Lima foi um guerreiro que lutou pela liberdade de nossas mentes, nos presenteando com suas obras tão reflexivas". Jaiane destaca o livro O Anjo e o poema Anjo Daltônico.

O poema "O acendedor de lampiões" foi citado também foi citado por muitos. Entre eles a estudante Milena Medeiros e o Secretário de Infância e Juventude de União Sérgio Rogério, que sempre convidado para recitar os poemas do autor. E pela Professora Rosineide Gomes diz "o nascimento do poeta é no mesmo dia do aniversário do meu filho Artur". E completa "ele é uma boa referência para incentivar nossos novos poetas na cidade. Tinha que se trabalhar mais as poesia dele nas escolas". Opinião parecida tem a professora Joelma Soriano que vem fazendo trabalhos sobre a obra o poeta com seus alunos, na escola Jairo Correia Vianna. Para ela, a obra de Jorge de Lima "está muito valorizada hoje em dia".

Para finalizar o fotógrafo Ladorvane Cabral diz "amo o poema Serra da Barriga!"

E você amigo/leitor qual o seu poema preferido de Jorge de Lima?

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Poema "Essa Negra Fulô" de Jorge de Lima


Ora, se deu que chegou
(isso já faz muito tempo)
no bangüê dum meu avô
uma negra bonitinha,
chamada negra Fulô.

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
— Vai forrar a minha cama
pentear os meus cabelos,
vem ajudar a tirar
a minha roupa, Fulô!

Essa negra Fulô!

Essa negrinha Fulô!
ficou logo pra mucama
pra vigiar a Sinhá,
pra engomar pro Sinhô!

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
vem me ajudar, ó Fulô,
vem abanar o meu corpo
que eu estou suada, Fulô!
vem coçar minha coceira,
vem me catar cafuné,
vem balançar minha rede,
vem me contar uma história,
que eu estou com sono, Fulô!

Essa negra Fulô!

"Era um dia uma princesa
que vivia num castelo
que possuía um vestido
com os peixinhos do mar.
Entrou na perna dum pato
saiu na perna dum pinto
o Rei-Sinhô me mandou
que vos contasse mais cinco".

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
Vai botar para dormir
esses meninos, Fulô!
"minha mãe me penteou
minha madrasta me enterrou
pelos figos da figueira
que o Sabiá beliscou".

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá
Chamando a negra Fulô!)
Cadê meu frasco de cheiro
Que teu Sinhô me mandou?
— Ah! Foi você que roubou!
Ah! Foi você que roubou!

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

O Sinhô foi ver a negra
levar couro do feitor.
A negra tirou a roupa,
O Sinhô disse: Fulô!
(A vista se escureceu
que nem a negra Fulô).

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê meu lenço de rendas,
Cadê meu cinto, meu broche,
Cadê o meu terço de ouro
que teu Sinhô me mandou?
Ah! foi você que roubou!
Ah! foi você que roubou!

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

O Sinhô foi açoitar
sozinho a negra Fulô.
A negra tirou a saia
e tirou o cabeção,
de dentro dêle pulou
nuinha a negra Fulô.

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê, cadê teu Sinhô
que Nosso Senhor me mandou?
Ah! Foi você que roubou,
foi você, negra fulô?

Essa negra Fulô!


Jorge Mateus de Lima (Alagoas no dia 23 de abril de 1893 - Rio de Janeiro 15 de novembro de 1953). Foi poeta, médico, político, ensaista, tradutor e pintor. Formou-se médico aos vinte anos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Começou a escrever poesia parnasiana, aprofundou-se na forma do soneto e depois sobre a temática nativa. Jorge de Lima também é conhecido pela sua catolicidade. Escreveu poemas essencialmente religiosos e, junto com Murilo Mendes, restaurou a Poesia em Cristo. Teve sua candidatura recusada pela Academia Brasileira de Letras seis vezes.

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