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domingo, 29 de abril de 2018

Poema: 'Selvagem: Foi assim, que Nasci', de Carlos Leopoldino



Poema 'Selvagem: Foi Assim, Que Nasci', da coletânea de poemas Nação Afro-Palmarina, de Carlos Leopoldino. Traz um olhar descritivo-vislumbrante de pertencimento e exaltação, orgulho e sentimento, à essência indígena que percorre o sangue dos afro-palmarinos.    

SELVAGEM: FOI ASSIM, QUE NASCI

Tudo era selvagem por aqui:
De Jaguaribe, de Pindoba a Taquari
Onde os primitivos como as ibirás (árvores)
Enraizavam-se em puros matagais;
Ixé yaiúriã, beheig suí:
De Jaguaribe, de Pindoba a Taquari,
Onde os primitivos como as ibirás
Enraizavam-se em puros matagais; 
Foi assim, que nasci,
Do tapuia ao tupi-guarani,
Em ocas de tribos por esta região,
Que expresso em plena canção; 
Sou aratu, das serras e do Mundaú,
De cores da fauna, da flora e das correntezas,
Filho de Tupã,
Por crenças sagradas voltadas à mãe-natureza; 
Tudo era tão livre por aqui:
Do índio nu ao Vale Mundaú,
De línguas vivas e gerações mestiças,
Que expressavam o sentido da vida; 
Foi assim, que nasci,
Do tapuia ao tupi-guarani,
Em ocas de tribos por esta região,
Que expresso em plena canção; 
Sou aratu, das serras e do Mondaú
De cores da fauna, da flora e das correntezas,
Filho de Tupã,
Por crenças sagradas voltadas à mãe-natureza; 
Tudo era singelo por aqui:
De palmeiras à ave beija-flor,
Que suvemente ousava voar alto,
Expressando a força deste amor; 
De Palmares ao tropical:
De orgulho surreal.

Estudantes resgatam memórias da mais antiga escola de União dos Palmares

 Comemorações na Escola Estadual Rocha Cavalcanti se encerram neste sábado com um baile

Uma semana de celebração à pioneira da Educação em União dos Palmares. Assim pode ser definida a festa dos 90 anos da Escola Estadual Rocha Cavalcanti, a mais antiga instituição de ensino do município do Vale do Mundaú.

A unidade de ensino - que formou muitos professores e professoras do antigo magistério (curso normal) e hoje oferta o ensino médio integrado aos cursos de ludoteca e secretário escolar - conta atualmente com 550 alunos. Conhecida pelo ensino de qualidade, a escola já formou muitos filhos ilustres de União dos Palmares.

E foi neste clima de celebração que os alunos da instituição promoveram uma Mostra Cultural contando a história da instituição. Devidamente caracterizados como estudantes da década de 30, os alunos da 2a série protagonizaram uma peça contando a história da  escola de 1928 até os dias atuais.

“Nesta peça quisemos contar a história de União, de Alagoas, do Brasil e do mundo neste período de tempo, encenando como seria uma aula na Rocha Cavalcanti daquela época”, conta a professora Luana Tavares, que auxiliou na encenação da peça. A estudante Edineide Lino participou da peça e fala que, para reproduzir as vestimentas dos alunos daquela época, foi necessário muita pesquisa. “Buscamos fotos antigas e vasculhamos os arquivos de nossos avós”, relata a garota.

Também chamou atenção a maquete da escola feita com palitos de picolé, papelão e isopor feita pelos alunos da 3a série do ensino médio. “É uma réplica do que era a escola na década de 90. Foram duas semanas de trabalho”, conta a estudante Ana Beatriz da Silva.

Uma segunda casa – Tanto alunos como professores enxergam na escola o seu segundo lar. “Aqui é como uma família, todos se respeitam e cuidam um do outro. Além disso, temos muitos projetos bons”, enumera Eduardo Torres, aluno da 2a série. “Sempre quis estudar aqui, inclusive tenho uma tia que cursou o magistério aqui”, complementa sua colega Cristiane da Silva.
 
Emanuel Lourenço, da 3ª série, diz que a escola ajudou no seu amadurecimento pessoal. “Aqui vivenciamos muitas experiências que nos fazem melhorar como pessoa e estudante. E temos total apoio da equipe gestora que nos faz descobrir talentos que nem imaginávamos ter”, destaca o jovem.

Para o professor de Língua Portuguesa Gilmar Oliveira, a instituição traz em si uma combinação perfeita. “Temos ensino de qualidade, beleza arquitetônica e uma comunidade unida, onde gestão, servidores, pais e alunos atuam de forma integrada”, frisa o educador.

Muito a comemorar – A diretora-geral Sandra Vitorino conta que os preparativos para a festa começaram a partir de um planejamento feito em parceria com a professora Karina Thais e que logo foi abraçado e desenvolvido por toda a comunidade. Ela elogiou a qualidade dos trabalhos apresentados durante a semana de celebrações e diz que a escola tem muito a comemorar nos seus 90 anos.

“Estamos entre as escolas estaduais com maior número de estudantes inseridos no ensino superior em Alagoas, com mais de 60 alunos aprovados na Ufal, Uncisal, Uneal e outras faculdades. Além disso, obtivemos excelentes resultados no Programa Escola 10 graças ao monitoramento sistemático e laboratórios de aprendizagem”, aponta a gestora.

Roseane Vasconcelos, titular da 7ª Gerência Regional de Educação (Gere), diz que a escola é um ícone de União dos Palmares. “Aqui estudaram nossos pais, nossos avós. Ela sempre foi referência em qualidade e acolhimento e, 90 anos depois, mantém esse mesmo padrão”, afirmou.

As comemorações dos 90 anos da Escola Rocha Cavalcanti se encerram neste sábado com um baile no Parque Vergetão a partir das 22h.

Fonte: Agência Alagoas
Texto de Ana Paula Lins

Base para uma escola sem base

ABNCC (Base Nacional Comum Curricular) que se tornou lei em dezembro de 2017 tem como principal papel, definir as aprendizagens mínimas e progressivas que todos os estudantes de todas as escolas do Brasil (públicas e particulares) devem aprender em cada ano e em cada área de estudo. Ela não é novidade. Esse documento já estava previsto na Constituição Federal desde a década de oitenta. A BNCC enquanto uma lei, regula, padroniza, mas também provoca, desestabiliza, instiga a escola e, em especial, os professores a mudarem sua forma de ensinar. 

A Base Nacional já chegou em meio a críticas e resistências. As principais ocorrem porque a BNCC reduziu o ciclo de alfabetização de 3 para dois anos, não consolidou as questões de gênero como conteúdo obrigatório e instituiu o Ensino Religioso como área de conhecimento de oferta obrigatória nas escolas públicas. É fato que não podemos nos calar diante dessas questões, porém, na minha opinião, a questão mais séria diz respeito às práticas docentes.

O maior foco deve ser a formação continuada dos professores que estão nas salas de aula, pois a efetividade da BNCC repousa numa prática docente dinâmica que atribua ao aluno papel crescentemente ativo no ato de aprender. Aprendemos a dar aulas com os professores que tivemos, logo, somos o retrato de um modelo cristalizado de ensino. Professor fala, aluno ouve, de preferência em fileiras de carteiras retilíneas que nos permitam ver uma só cabeça (cabendo aí, no mínimo, duas interpretações). Romper com esse modelo requer treinamento, apoio técnico, infraestrutura material e, acima de tudo, motivação e crença de que é possível.

 Para que a Base faça diferença na Educação nacional, ela terá que ser vista muito mais pelo seu lado de oportunidade do que por sua dimensão legal. A história mostra que nunca conseguimos mudanças efetivas na Educação somente a partir de leis e decretos. Para promover mudanças, a legislação precisa ser legitimada e isso somente ocorre quando as mudanças instituídas encontram eco na crença dos professores, que por sua vez só acreditam quando se sentem seguros e enxergam a coerência do processo. Os Estados e Municípios terão que receber suporte financeiro para investir na formação docente e para garantir uma política salarial que restaure a dignidade social do professor. Sem isso, será apenas Base para uma escola sem base.

#Rocha90anos



A Escola Estadual Rocha Cavalcanti de União dos Palmares, está completando 90 anos hoje. Foi a primeira escola do município, além de ter sido reconhecida como patrimônio histórico e cultural de Alagoas desde 2014. Pioneira e referência em educação, acolheu palmarinos ilustres, como Maria Mariá de Castro Sarmento, uma das referências culturais do município e ex-professora da escola.😉👏👏👏 #Seduc #Alagoas #Educação #GovernodeAlagoas #UniãodosPalmares #EscolaEstadualRochaCavalcanti #Rocha90anos

A quarta matéria da série de escolas históricas da rede estadual coloca em destaque uma unidade de ensino que é patrimônio de Alagoas: a Escolas Estaduais Rocha Cavalcanti, de União dos Palmares. Além de pioneira na oferta do ensino, é cartão postal do município.
Templo do saber
No berço do Quilombo dos Palmares, a Escola Estadual Rocha Cavalcanti chama atenção pela imponência e beleza invejável de sua arquitetura neoclássica. Construída em 1928 pelo vice-governador e patrono da escola, coronel Francisco da Rocha Cavalcanti, a unidade é uma das mais importantes do ponto de vista histórico da cidade de União dos Palmares, sendo, desde 2014, reconhecida como patrimônio histórico e cultural de Alagoas.
É o segundo prédio tombado da cidade (o primeiro é a casa do poeta Jorge de Lima) e chega firme aos seus 90 anos como motivo de orgulho para os palmarinos.
“Nossa escola representa um importante elo na região serrana dos quilombos, recebendo alunos de União e de municípios circunvizinhos. E do ponto de vista de afetividade, é um prazer trabalhar neste prédio”, declara George Sena, ex-gestor e hoje professor.
Referência de qualidade
A instituição, que durante décadas ofertou o ensino fundamental e o antigo Magistério (Curso Normal), é apontada como um dos principais centros formadores de professores na região nos últimos anos. “Atualmente, temos 700 alunos e oferecemos Ensino Médio e Médio Integrado, com cursos de Ludoteca e Secretariado Escolar para quase 700 estudantes”.
Elisabete Melo e Roseane Vasconcelos, respectivamente titulares da 7ª Gerência Regional de Educação (Gere) no período de 2015 a 2017 e de 2017 em diante, também possuem uma história com a instituição. “Fui aluna do 1º ao 4º ano, o que hoje representa os anos iniciais do ensino fundamental. Até hoje, a escola é muita procurada pela sociedade palmarina por ser uma referência no seu atendimento educacional”, destaca Roseane.
“Fui gestora desta escola com muito orgulho e, desde os seus primórdios, sempre foi sinônimo de qualidade de ensino, acolhendo e ensinando os filhos de União. Todos que passam por ali se apaixonam”, declara Elisabete, hoje secretária de Assistência Social de União dos Palmares.
Fonte: Primeira Edição