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domingo, 9 de outubro de 2016

Professor: como manter os alunos interessados nas aulas

Veja o que fazer para manter os estudantes focados nos conteúdos que está a ensinar

Criar um bom ambiente dentro da sala de aula é uma questão que deve ser tida em conta pelos professores, que devem também pensar no que poderão fazer para que os alunos tenham um bom desempenho acadêmico. Assim, as hipóteses dos seus alunos se manterem atentos às aulas serão são ainda maiores. 

1. Dê-lhes feedback
Os alunos sentem a necessidade de obter um feedback sobre as tarefas que realizam. Não se esqueça que este deve ser feito de maneira didática, para que o aluno perceba os pontos onde deve melhorar. Muitos deles não se interessam apenas pela nota, mas pela aprendizagem dos conteúdos que ficaram por consolidar durante as aulas.

2. Mostre-lhes a importância das aulas
Os alunos preferem professores que demonstrem a importância do conteúdo estudado. Aqueles que despejam conceitos não retêm tanto o interesse dos alunos quando comparados com os que realmente estão dispostos a encontrar estratagemas para os alunos aprenderem.

Com essa tática, os alunos tendem a concentrar-se mais e consequentemente, a memorizarem e a entenderem melhor os conteúdos.

3. Mantenha a qualidade do ensino
Os professores precisam de perceber como é que os alunos estão a reagir às aulas e, por isso, uma boa ideia é pedir-lhes para que escrevam algumas palavras sobre as características das aulas que funcionam e as que deveriam de ser repensadas. O interesse do docente em melhorar incentiva os alunos a sentirem-se mais próximos, aumentando a confiança entre eles.

Além da verificar as atitudes a melhorar e de intensificar a motivação dos estudantes, este exercício faz com que tenham mais controle sobre o estudo.

O que é, afinal, ser um bom aluno?

No outro dia conheci uma rapariga que estava no 10.º ano e que se mostrava desapontada por não ser uma boa aluna

Falar de Educação, em Portugal, é um desafio questionante e polêmico. Falar de Educação inclusiva ou de um sistema educativo inclusivo é um desafio ainda mais questionar e polêmico porque implica mudanças conceituais e estruturais. Em ambos os casos faço-o com base em 15 anos de experiência e após o fim de um ciclo de três anos de estudos no Ensino Superior e porque considero que é essencial que os alunos estejam, cada vez mais, envolvidos no debate sobre a Educação.

Num mundo em constante transformação e que se revela com desafios e problemas cada vez mais complexos, assistimos, hoje, a uma cada vez maior padronização do ensino, num sistema que tem sido praticamente transversal ao longo de muitos anos e no qual sinto que não se promovem verdadeiramente competências como a criatividade, a resiliência ou a autonomia (relativamente a este ponto importa considerar que o Processo de Bolonha veio, na minha perspectiva, tentar melhorar esta questão), o que se repercutirá no futuro dos alunos e, diria, do país.

Acresce que os alunos não são estimulados a pensar sobre as coisas e a desenvolver a sua opinião, temos um sistema ainda muito orientado para a exposição e consequente memorização de conteúdos, e o próprio sistema de avaliação é reflexo disso. Não é estranho quando um professor pergunta, numa das minhas primeiras aulas na faculdade, qual a nossa opinião sobre determinado tema e a turma fica paralisada e em silêncio, por não estarem habituados a ser questionados sobre as coisas?

É neste raciocínio que me questiono quando, senso comum, se considera que os bons alunos, ou os “alunos de mérito”, são os que apresentam as melhores médias. Ainda esta semana que passou, e em época de início de aulas, foram várias as revistas que dedicaram temas centrais das suas edições a entrevistas com alunos com as melhores médias por todo o país. É certo que esta é uma componente vital na vida de um aluno e até no seu futuro escolar e revela também um excelente domínio de competências que vão desde a organização à memorização dos conteúdos, mas, enquanto não entendermos o sistema de uma forma mais ampla e inclusiva, não atingiremos o progresso desejado.

No outro dia conheci uma rapariga que estava no 10.º ano e que se mostrava desapontada por não ser uma boa aluna. Tinha média de 14 e meio, mas em contrapartida tocava numa banda filarmónica, dava aulas de música na banda, fazia ginástica competitiva e ainda cuidava da irmã quando a mãe estava ausente, mas sentia que o sistema não a valorizava nem estava orientado para todos…

Depois, importa falar ainda da inclusão e abordar as condicionantes que existem e que influenciam inevitavelmente o sucesso escolar de um aluno. Neste ponto recordo um recente estudo que afirma que nove em cada dez alunos que chumbam provêm de famílias carenciadas, outro que indica que os alunos imigrantes piores notas — mas curiosamente mais ambição, que assim devia ser potenciada, e mais recentemente, a reportagem da RTP que espelha ainda a realidade de inúmeras crianças que têm de percorrer vários quilômetros para chegar à escola e muitas vezes fazer longos percursos a pé até ao transporte.

Fica a pergunta no ar, O que é, afinal, ser um bom aluno?