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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Cantora Mart'nália é a atração do 20 em União dos Palmares

A cantora carioca Mart'nália é o nome que irá subir ao palco da Praça Basiliano Sarmento, em União dos Palmares, no dia 20 de Novembro.

Como sabemos, a programação desse importante evento da cultura negra só é divulgada pela Fundação Cultural Palmares às véspera da festividade. Por causa disso torna-se alvo de muita reclamação pela população palmarina.

Filha do sambista Martinho da Vila, que se apresentou em União no mesmo palco em 2013 (veja reportagem AQUI),  a cantora que dá vida a Cabide na série "Pé na Cova", da Rede Globo, pode animar os palmarinos e visitantes no dia que comemoramos e refletimos sobre a consciência negra.

 A banda Vibrações, subirá ao palco dia 19 de novembro. 

Banda Vibrações hoje em União dos Palmares


O Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Fundação Palmares e Prefeitura de União dos Palmares, realiza neste mês de novembro uma série de atividades em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, no próximo dia 20.


As atividades acontecem durante todo o mês de novembro em União dos Palmares, Santana do Mundaú, Traipu, Pão de Açúcar e Maceió, com uma programação diversificada, composta por apresentações culturais, exposições, seminários, palestras, oficinas,  entre outros.


"O Governo de Alagoas está empenhado em realizar um evento marcante, firmando compromissos importantes com o Movimento Negro e Comunidades de Matrizes Africanas. Fizemos um planejamento integrado de ações de políticas públicas para realização de atividades permanentes nestas comunidades", afirmou a secretaria de Estado da Cultura, Mellina Freitas. 

Confira abaixo programação completa do Mês da Consciência Negra em Alagoas:




19 de novembro (União dos Palmares)

09h às 18h - Seminário Preparatório para o Encontro Internacional de Capoeira


09 às 23h - Apresentações Culturais locais: Capoeira Quilombo dos Palmares, Maracatu Baque Alagoano, Rogério Dias, Orquestra de Tambores, Raízes de Zumbi, Um Reino Chamado Muquém, Afro Gurgumba, Time da Quebra, Luana e 7 Flechas, Gustavo Gomes, Afro Zumbi


18h - Show Vibrações


20 de novembro (União dos Palmares)

00 h Preparação para a Subida da Serra

04h - Subida da Serra (religiosos)/ Ritual à ancestralidade

05h - Vigília do Berimbau

05 às 17h - Feira

08h - Café da manhã para religiosos

08h às 17h - Palco Livre - platô

09h - Cortejo na Serra

11h - Ato Solene in memória aos 320 anos de Zumbi dos Palmares: Lavagem simbólica

Ato Solene in memória aos 320 anos de Zumbi dos Palmares: cortejo e coroação

Ato Solene in memória aos 320 anos de Zumbi dos Palmares: posse do conselho curador

Ato Solene in memória aos 320 anos de Zumbi dos Palmares: Lançamento da Campanha de Combate a Intolerância Religiosa.


16 h - Apresentações Culturais locais: Coletivo Afro Caeté, Love Jah, Banda Afro Afoxé, Ara Fum Fum, Zeza do Coco, Igbonan Rocha, Mel Nascimento, Janaína Martins


18h - Show Mart´nália


21 de novembro (União dos Palmares)

08h às 18h - Seminário Afro Internacional: O universo das palavras pretas, culturas e ancestralidade



22 de novembro (Maceió e União dos Palmares)

09h – Circuito Afro-Cultural

Lagoa dos Negros na Serra da Barriga


Foto do acervo da historiadora Maria Mariá.

A maioria das fotos antigas que disponibilizo aqui no nosso blog são fotos já catalogadas há alguns anos onde pego com a sociedade Palmarina. Acredito que essas fotos são mais importantes na internet do que guardadas em uma caixa de sapato nas respectivas residências, isso porque não temos museu específico com imagens onde as crianças, jovens e adultos possam conhecer sua história.

José Marcelo Pereira da Silva

Seminário discute potencial turístico da Serra da Barriga

Berço de grandes lutas, o Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo da era colonial brasileira e resistiu mais de um século. O local era ponto de refúgio para os negros fugitivos na época da escravidão. Localizado na Serra da Barriga, em União dos Palmares, a região ficou marcada na história do país. 

Para fortalecer e fomentar o turismo cultural da região, nos dias 18 e 19 de novembro, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), em parceria com a Fundação Cultural Palmares, vai promover um seminário com o tema “Turismo Cultural Étnico sob a Perspectiva da Economia da Cultura”. O seminário acontece no auditório da secretaria Municipal de Educação de União dos Palmares, a partir das 9h. 

Na ocasião, a superintendente de Turismo da Sedetur, Natália Cordeiro vai falar sobre a Serra da Barriga como potencial Turístico. “Este é um importante momento onde vamos discutir projetos e metas para fomentar o turismo, contribuir para a diversificação da economia e promover o desenvolvimento”, explicou a superintendente. 

O evento vai reunir representantes da sociedade civil, cadeia produtiva do turismo regional, grupos religiosos, movimento negro e o poder público regional para debater sobre o programa Turismo Cultural Étnico. 

O Programa visa estabelecer um conjunto de ações, entre elas intervenções junto a Parque Nacional Serra da Barriga para seu reconhecimento, buscando uma articulação como roteiro internacional do turismo integrando com as políticas estadual, nacional e internacional. 

Confira a programação:

09h - Mesa de Abertura do Seminário e Painel: “Seminário: Turismo Cultural Étnico sob a Perspectiva da Economia da Cultura”
10h - Painel: “Perspectivas e Potenciais Econômicos de Roteiros Turísticos Étnicos”
14h - Painel: “Serra da Barriga como potencial Turístico”
16h - Encaminhamentos

União dos Palmares vai receber mais de R$ 500 mil para unidade de saúde

Recurso do Requalifica é destinado para reforma de unidade de saúde.
Objetivo é ampliar e melhorar o atendimento da Atenção Básica.

O Ministério da Saúde liberou, através da Portaria Nº 1.776, mais de R$ 10 milhões para construção, ampliação e reforma de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 34 municípios brasileiros.

Em Alagoas, o município de União dos Palmares foi habilitado para receber R$ 512 mil do montante que faz parte do Requalifica UBS, programa que tem como objetivo melhorar as unidades de saúde e ampliar os atendimentos realizados na Atenção Básica.

Confira aqui a Portaria 1.776

Das 60 propostas aprovadas para 14 estados (AL, BA, GO, MA, MG, PA, PE, PI, PR, RJ, RO, RS, SC e SP), 10 foram habilitadas para construção de UBS, de porte I, III e IV, no valor de R$ 4,6 milhões.

Outras 39 propostas foram autorizadas para ampliação das unidades, ao custo de R$ 5,1 milhões, e mais 11 propostas para reforma de UBS, somando R$ 1 milhão. Os repasses são feitos diretamente do Fundo Nacional de Saúde para os fundos municipais de saúde.
  

Fonte: G1

Cuide-se

Orgulho do professor

Eu tenho muito orgulho do professor.
Eu tenho muito orgulho do professor. Não estou dizendo que tenho orgulho de ser, porque não sou. Estou afirmando, dentre outras coisas apropriadas, que há uma linhagem de mestres na minha família que dá um orgulho danado. Alguns deles grandes como os grandes mestres que tivemos ou conhecemos ao longo da vida.

Minha avó materna era a professora Normélia Melo de Araújo, a professora Normélia que ensinou no Jackson de Figueiredo e na Escola Normal. Aliás, ela era oriunda da Escola Normal. Professora de Geografia e Matemática. Ela utilizava um método de pontuação nas provas que era curioso. Cada uma das 10 notas correspondia a uma letra da palavra Pernambuco – que tem 10 letras e nenhuma se repete. O “P” era nota 10, o “O” era zero – nota que ela nunca precisou dar.


Professora Normélia era irmã da professora Zamor. Áurea Melo, mais conhecida como Zamor, um apelido de infância. Foi professora de Português e História no Jackson, na Escola Tobias Barreto e na Escola Técnica Federal de Sergipe, desde quando ainda se denominava Escola de Aprendizes Artífices e, depois, Escola Industrial Federal de Sergipe. Uma pessoa querida, caridosa, eternamente solteira, sempre dedicada ao trabalho e possuidora de um senso de gestão pública que a fez galgar cargos de direção no Ministério da Educação e na própria Escola Técnica.


E tinha outra qualidade: nunca bateu o carro, apesar de ser uma reconhecida barbeira quando estava na condução do seu Fusca. Mesmo quando se irritava com outro motorista, naturalmente reclamando das barbeiragens dela, e respondia ao mal-educado com o seu mais pesado impropério: “Pindoba seca!”.


Zamor, que morava na Rua Itabaianinha, ao lado do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, criou uma escolinha para lavadores de carros que possibilitou revelar profissionais reconhecidos em outras áreas.

Ela e Normélia integravam um grupo de nove irmãs, todas filhas dos mesmos pais de Aquidabã, sete delas professoras. Inclusive as quatro que serviram à vida como freiras da Congregação Sacramentina e a professora Eurídice Melo, carinhosamente chamada de Lola, que também ensinou no Jackson de Figueiredo. Zamor e Normélia obtiveram o reconhecimento da sociedade e seus nomes estampam fachadas de escolas públicas.

 
Menos reconhecido, pelo menos por aqui, é o professor Nélson de Araújo, cunhado de Normélia, portanto, um tio-avô. O capelense Nélson Correia de Araújo radicou-se em Salvador ainda jovem, foi jornalista, escritor, pesquisador da cultura popular e professor da reconhecida Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia. Dentre dezenas de livros como peças teatrais, novelas e um inventário sobre a cultura popular baiana, publicou “História do Teatro”, alentado volume que serve de consulta a quem pesquisa a manifestação artística.


Dos seis filhos de Normélia, três foram professores. Lúcia de Araújo Carvalho ensinou no Estado, Célia de Araújo Telles e José Augusto Melo de Araújo lecionaram, Português e História, na Escola Técnica. Maria Luiza Araújo Cardoso, minha mãe, não foi exatamente uma professora, embora tivesse formação como pedagoga na Escola Normal e na Universidade Federal. Mas foi durante toda a vida servidora do Ministério da Educação, onde trabalhou na inspeção escolar e chegou ao posto de delegada do MEC em Sergipe, quando ainda havia tal delegacia.

 
Foi casada com Francisco Batista Cardoso, meu pai, servidor aposentado da Escola Técnica. A mesma escola, vejam só, onde lecionou seu irmão, o meu tio professor José Américo Batista Cardoso, o professor Américo do curso de Edificações.


Com tanta influência em casa, eu mesmo experimentei a sala de aula ensinando por dois anos no curso de Jornalismo da Unit. Não fui um mau professor e acho que ex-alunos, hoje colegas de profissão, podem atestar isso. Mas foi um período muito difícil na minha vida, pois tinha que conciliar as aulas à noite com o trabalho na TV Sergipe e no Cinform, além das obrigações de pai de duas crianças pequenas, a mais nova vindo ao mundo naquele momento.


E como fugir ao destino? Sou casado com Nadia Maria da Silva Cardoso, dedicada professora do Estado há três longas décadas. Dentre outras, ensinou na Escola Zizinha Guimarães, em Laranjeiras, e também na Escola Normal. Foi diretora das Escolas Poeta Garcia Rosa e General Siqueira. Dirigiu a Diretoria de Educação de Aracaju por seis anos e hoje encara o desafio de ajudar a implantar a Assessoria Internacional na Secretaria de Estado da Educação.
É para ter orgulho do professor ou não?

Marcos Cardoso é jornalista, autor de "Sempre aos Domingos: Antologia de textos jornalísticos".