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domingo, 30 de novembro de 2014

Grupo de Resgate Anjos de Adoração completa 10 anos


Há 10 anos, jovens católicos decidiram se unir nas noites de quarta feira, na capelinha da Creche Rainha da Paz, próxima à Mirim, apenas para fazer adoração ao Santíssimo Sacramento e rezar juntos. Como não havia nada de restrito, conforme íamos e fazíamos convites a uns e outros, sem a mais mínima pretensão de que o grupo crescesse, o número de pessoas foi aumentando ao ponto de não ser mais possível encontrar-se naquela salinha. Era impressionante e todos nós ficávamos surpresos com isso. O início é sempre luminoso. Falamos, então, com o Pe. Vicente, pároco na época, e rumamos para a Igreja Matriz. Não havia entre nós liderança, pois, como dito, não existia a intenção de fazer um grupo. No entanto, como a coisa foi crescendo, decidimos não apenas escolher a coordenação, mas também escolher um nome. Foi numa noite de sábado, salvo engano, dia dedicado à Virgem, que o grupo se reuniu e, depois da oração, foi escolhido um papelzinho com o nosso nome: “Grupo de Resgate Anjos de Adoração”, cujas iniciais formam a sigla “Graa”.


O termo “Adoração” foi dado porque essa era a nossa ênfase. O grupo surgiu da adoração e geralmente ocorria diante do Santíssimo. Foi, então, desde o início chamado para a melhor parte (Lc 10,42) que, queira Deus, nunca nos será tirada. O nome “Anjos”, antes de indicar uma natureza, indica um tipo de serviço. Os anjos, além de contemplarem a face de Deus, são sempre atentos às Suas ordens e lhe guardam uma perfeita prontidão. Isso era um ideal para nós. Mas, além disso, sempre fomos muito cantantes e muito amigos da arte, o que nos associava novamente a estes seres celestes que cantam a glória de Deus.


Gostávamos do termo “resgate” porque ele nos dava a clara missão de resgatar pessoas que estavam vivendo uma vida, digamos, “alternativa”. E, de fato, o grupo era muito eficaz nisso. Éramos freqüentados por farristas, rockeiros, e gente do underground. Muitos começaram a viver uma vida de fé a partir de nós. Fundamos o terço dos homens, ativo até hoje. O grupo também foi a ponte para a ida de alguns ao seminário. Temos até um amigo que, depois de nós, estreitou os seus laços com a Igreja e hoje é numerário do Opus Dei. Alguns outros, depois de como que sentir o sabor de Deus através de nós, converteram-se ao protestantismo, estando lá até hoje. O grupo também fazia bem em outros lugares: tínhamos amigos em Maceió, em Pilar, em Satuba, e vez em quando freqüentávamos esses lugares, dando formações, participando e servindo em retiros. Grande parte da juventude de União dos Palmares nos conhecia; muitos punham “graa” depois do nome próprio nos seus e-mails. Chegamos a reunir 150 jovens numa noite de grupo.


Depois de um tempo, o Anjos passou por várias mudanças. Antes carismáticos, adotamos uma postura mais tradicional. O “Resgate”, embora sem perder o seu antigo sentido, assumiu um novo: o resgate de um catolicismo mais tradicional que estava sendo esquecido. Ficamos impossibilitados também de continuar nos reunindo nas quartas, pois vários de nós passamos a estudar em Maceió, à noite. Fomos para o sábado. Mas isso complicou bastante a freqüência dos nossos encontros, pois os sábados são os dias preferidos para os que casam. Desse modo, a igreja não nos ficava disponível. Fomos ao bairro de Fátima. Mas nessa época, já ocorriam reuniões. Tínhamos de esperar que terminassem, o que fazia que o grupo começasse tarde. Muitos sequer ficavam sabendo dessas mudanças, pelo que o número de participantes foi gradativamente diminuindo. Passamos a nos reunir na Casa Paroquial, o que nos restringiu ainda mais. No entanto, conforme se dificultava a nossa situação aqui na cidade, aumentavam os convites lá fora para as formações e palestras. Foi um paradoxo.


Depois de um tempo, víamos que não nos convinha mais, naquela ordem de coisas, manter um grupo aberto, pois nos faltava tudo, inclusive lugar. Fazíamos, então, o grupo fechado, onde rezávamos, cantávamos e primávamos pela formação. Os ímpetos emotivos do início deram lugar à busca pela coerência racional da Fé, pelo conhecimento mais sólido da Doutrina e da Tradição da Igreja, pela busca da sua mística original e a uma postura mais apologética. Neste tempo, já havia surgido o nosso blog, o que nos forçou ainda mais ao estudo. Alguns de nós, já formados, tiveram de ir pra São Paulo, por conta do mestrado. Mas, como Deus é providente, outros iam aderindo a esta vocação.


Hoje, passados dez anos, queremos nos abrir mais uma vez, ao menos nessa ocasião, para celebrar o nosso aniversário. Dez anos são uma vida, e, de fato, ao olhar para trás, vemos que, por trás das nossas decisões, pecados e limitações, Deus estava criando esta criança, alimentando-a com a Sua graça, amadurecendo-a com privações que não entendíamos, e formando-a para o bom combate da Fé.


Queremos, por fim, convidá-los todos à nossa festa. Será uma apresentação musical que ocorrerá no dia 06 de Dezembro do corrente ano, no Colégio Jairo Correia de Oliveira, antigo Santa Maria, a partir das 19 horas. Nesta época em que Deus é esquecido, desprezado e posto de lado mesmo por quem diz ter fé; nestes tempos em que a Fé é relegada a uma questão de foro íntimo e em que Deus perdeu o direito de ter implicações práticas na vida social e comum das pessoas, como se Ele não fosse Rei absoluto de tudo quanto existe, convidamos todos vocês para uma noite de louvor e adoração. Este, precisamente este, é o tempo de o Amado ser adorado.

É hoje


É amanhã!